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DOIS MESES DEPOIS

A vida era perfeita outra vez.

O relacionamento de Dulce e Christopher estavam a mil maravilhas, a sintonia de ambos era perceptível a todos, mas Dulce preferia querer ir com calma, principalmente por causa de Matheus. Apesar de Christopher insistido para que fossem morar juntos, ela preferiu ser mais racional. Alugou uma casa na mesma rua que os pais e ele moravam, e, aos poucos, Matheus ia se adaptando a presença constante do namorado de sua mãe.

Apesar de Christopher ainda resmungar um pouco sobre isso, no fundo, sabia que foi a melhor solução para eles. Além de Matheus ir se acostumando a isso, Mariana e Peter namoravam, e ele não ficava tão confortável em pensar neles morando na mesma casa. Em um ano, Peter estaria indo para a faculdade, e ele poderia lidar com o menino voltando nos finais de semana e férias.

Por falar em Peter, ele estava estudando na mesma escola que Mariana e os dois seguiam juntos, principalmente depois que oficializaram o namoro. Mariana ainda tentava se acostumar com o jeito extrovertido do garoto, que em poucos dias na escola, já conseguiu uma legião de colegas e amigos, algo que ela não conseguiu em anos. Também precisava lidar com o ciúme constante que sentia, Peter se esforçava para não a deixar insegura, fazia questão de mostrar para todos que estavam juntos e já tinha se tornado muito amigo dos amigos dela.

Matheus começou na escola nova e Dulce ainda sentia um aperto no peito todos os dias que o levava para lá, mas estava aprendendo a lidar com medo, Christopher sempre a acalmava quanto a isso. E ela estava se saindo muito bem em seu trabalhando, ainda pegando o ritmo da promotoria do estado.

Dulce rolou na cama e não encontrou Christopher ao seu lado. Ergueu o rosto confusa e esfregou os olhos. Os filhos foram passar o final de semana com Paul e Mariana estava na casa de uma amiga, então ela e Christopher decidiram aproveitar bastante o tempo que teriam sozinhos.

Ainda confusa, ela se levantou e vestiu a camisola que Christopher jogou no chão há algumas horas, depois que tomaram um delicioso café da manhã.

— Chris?

Ela desceu as escadas e não o encontrou em lugar nenhum da casa, já estava voltando para o quarto quando para buscar o celular e ligar para ele, preocupada que algo tivesse acontecido com Mariana e ele tivesse saído sem avisá-la, mas parou ao ouvi-lo na varanda.

— Já disse que não tenho como fazer isso! Você precisa ir embora, pelo amor de Deus — a voz dele soava nervosa e isso a assustou.

Dulce abriu a porta da casa devagar e empalideceu, não acreditava em quem estava vendo a sua frente.

Nuevo León — Monterrey

Dulce acordou bem cedo naquele domingo, havia passado boa parte da noite acordada se culpando pela forma grosseira que tinha tratado Christopher no dia anterior e estava disposta a correr para casa do seu namorado e fazer as pazes.

— Mamãe, eu vou à casa do Chris, está bem?

— Claro, filha.

Blanca sorriu abertamente para a filha, feliz por vê-la querer sair de casa e com esperanças de que a depressão acabasse de uma vez. Dulce precisou respirar fundo algumas vezes antes de tocar a campainha e sorriu timidamente quando Alexandra abriu e sorriu ao vê-la. Dulce a cumprimentou com um abraço apertado, amava a sogra e a família de Christopher, mas paralisou antes de entrar na casa, sentindo um gosto amargo na boca e um aperto estranho no peito.

— Algum problema, querida? Sente-se mal? — perguntou preocupada e Dulce negou.

— Não, não é nada, tia.

Far Away ღOnde histórias criam vida. Descubra agora