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— Não quero deixar você sozinha, me deixa ficar com você... — Christopher pediu, quando estacionou o carro em frente a casa dela.

— Eu não quero ficar com você, Ucker — ele respirou fundo com a resposta fria dela — Mas eu prometo ligar se eu sentir algo, é o máximo que posso prometer.

— Tudo bem...

Dulce fez diversos exames no hospital e, apesar da gravidez ser de risco, o bebê estava bem e o obstetra parecia confiante com os resultados. Depois de ter passado diversas vitaminas e o máximo de repouso possível, ele deu alta a Dulce. Apesar de ter permitido a aproximação dele durante os exames, ela não esqueceu o que aconteceu antes e ainda estava magoado e decidida.

— Christopher, você entende que isso não muda nada, não é?

— Isso muda tudo, Dulce... — ela o olhou séria e maneou com a cabeça — É meu filho que você está carregando e...

— Nem sabemos se o feto vai sobreviver e...

— Que merda, Dulce! — disse irritado, batendo no volante a sua frente — Para de falar assim! É o nosso filho.

— Christopher, eu passei por isso muitas vezes e isso dói muito — explicou com a voz embargada — Prefiro ser realista, do que criar ilusões sobre isso e o baque ser maior se eu tiver um aborto... É o meu jeito de lidar com isso.

— O médico disse que está tudo bem e...

— Eu já ouvi isso antes. Muitas vezes — respirou fundo — Não importa agora, eu só quero que você entenda que eu estar grávida, não quer dizer que ainda estamos juntos.

— Vai mesmo terminar comigo? — ela riu ironicamente.

— Você terminou tudo quando mentiu, não jogue isso para mim — ele suspirou pesadamente e passou a mão no cabelo.

— Você está grávida e...

— Eu não sou uma pessoa injusta, Christopher, e nem irresponsável. Vou fazer tudo o que tiver ao meu alcance para esse bebê nascer e, sim, eu vou te incluir em tudo, porque você é o pai... Mas apenas isso, Christopher, o pai. Nós terminamos aqui.

— Por favor, me dá mais uma chance, eu...

— Para de insistir nisso, não vai acontecer. Você teve sua chance, mais de uma vez, chega! — Christopher apoiou a cabeça no volante, apertando os olhos com força e Dulce sentiu os olhos marejarem — Por favor, não conte a ninguém sobre a gravidez, ainda não estou pronta para isso.

Christopher apenas balançou a cabeça e Dulce saiu do carro, seguindo para sua casa. Bastou apenas fechar a porta, para deixar o corpo escorrer por ela e volta a chorar. Porque ele sempre encontrava um jeito de magoá-la?

— Nunca mais vou deixar isso acontecer — prometeu a si mesma.

# # # # # #

— Eu já mandei você ir embora! — Christopher gritou — Quando eu tiver a porra do dinheiro, vou entrar em contato.

Já era a terceira noite que Natália aparecia na casa dele, exigindo dinheiro ou procuraria Mariana. Ele estava esperando o empréstimo ser aprovado no banco, já que não tinha disponível toda a quantia que ela pedia e para terminar de enlouquecê-lo, Dulce o ignorava completamente. Tinha mandando uma única mensagem pedindo que ele parasse de ligar e ir até sua casa, que entraria em contato quando tivesse algo a dizer sobre o bebê.

— Ou você me dá a merda do dinheiro, ou me deixa ver a menina!

— Você é surda, porra? Eu estou tentando conseguir o dinheiro, mas preciso de tempo para isso!

Far Away ღOnde histórias criam vida. Descubra agora