Rebeca 🌸
Eu estava mais descansada da mente após um tempo, Larissa tinha acordado a pouco tempo e chorando de fome, eu abrir a porta e fui a cozinha, coloquei ela no carrinho ao meu lado e olhei o relógio, fiquei desacreditada quando vi que já tinha se passado quase três horas, fiz a comida da Larissa e fiquei esfriando, escutei um barulho lá fora e me assustei, Larissa estava chorando alto e eu fui até a porta, tentei olhar pelo espaço e não consegui ver nada.
Mocinha: Todo mundo sabe que a fraqueza de qualquer pessoa, é a família, tô errada? - Dei um grito de susto vendo ela entrando facilmente pela porta dos fundos que até o momento estava trancada.
Rebeca: O que você tá fazendo aqui? - Peguei a Larissa que não parava de chorar, me afastando dela.
Mocinha: Faz ela parar de chorar, odeio criança assim, só me dá motivo pra matar mais rápido.- Falou se sentando na cadeira e eu peguei a mamadeira da Larissa, fiquei balançando ela enquanto olhava pra mulher e tentava esfriar o mais rápido.
Rebeca: Cadê o Gomes? - Ajeitei a Larissa no meu colo, dando a mamadeira pra ela.
Mocinha: Pensa comigo, se eu tô aqui e ele não, pela lógica um tá morto e outro vivo, quem você acha que tá morto? - Me sentei no sofá.- Vou te dar uma dica, eu tô viva.
Na hora minha mente desligou, me perdi do mundo por um segundo mas voltei quando a Larissa começou a tossir engasgada e logo ajeitei ela, dei água e prestei mais atenção. A mulher me olhava de forma assustadora, eu percebia que ela sabia que tava com o controle dali, não conseguia olhar no olho dela mas percebia que ela não tirava os olhos de mim.
Lembrei da vez que o Fael começou a me treinar e me disse que quando o inimigo sabe que tá com o controle da situação, fica tudo mais fácil. Apesar de tudo Fael treinou minha mente, ele me ensinou a não temer e não demonstrar, ele sempre teve interesse em me tornar assim, as vezes penso que ele queria me fazer como ele, pra um dia assumir tudo que ele tinha em mãos, não sei...
Rebeca: O que você quer comigo? - Me levantei com a Larissa no colo e olhei pra ela, vendo ela mudar sua postura e levantar.
Mocinha: Precisamos matar toda a família né? Qual a graça de alguém sobreviver? - Falou se aproximando e eu segurei a Larissa com mais força.- Você prefere quem primeiro?
Rebeca: Fica longe dela.- Fui andando pra trás chegando na porta e quando tava tentando abrir, ela arrancou a Larissa dos meus braços com força, chutando minha barriga com mais força ainda.
Cai no chão tossindo e tentando respirar e ela riu, colocando a Larissa de cabeça pra baixo. Exatamente, ela colocou a Larissa de cabeça pra baixo e em pouco tempo ela começou a tossir, gritei pedindo pra ela parar e fui me levantando aos poucos, peguei a Larissa das mãos dela ajeitando a garota e vendo ela tossir e chorar alto, mocinha me encarou e eu pude ver o ódio em seu rosto, tive vontade de chorar mas me afastei novamente, colocando a Larissa no carrinho de bebê, logo sentindo a mocinha em cima de mim.
Mocinha: Eu vou tirar tudo que ele mais ama na vida.- Me jogou no chão.- Primeiro a Catarina, agora você e essa criança.- Gritou e apertou meu pescoço.
De longe se ouvia o choro da Larissa e eu me perguntava onde estavam os meninos da segurança, eu estava ficando sem ar e mal me mexia, a única coisa que passou pela minha mente foi a cena de minutos atrás, dessa mulher tentando matar a Larissa.
Não sei de onde ou como eu tive forças, empurrei ela pro lado e busquei ar, passei a mão em cima da bancada que estava ao meu lado e peguei a primeira coisa, jogando em cima dela. O que foi um porta retrato com foto da Catarina, me levantei cambaleando e ela não demorou muito a fazer o mesmo, abrir a gaveta e quando ia pegar a arma que o Gomes guardava ali, ela me empurrou contra a parede. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi que o que doía em mim, doía do mesmo jeito nela, então levantei o joelho acertando em cheio a intimidade dela, peguei no cabelo com toda força e ódio que eu sentia naquele momento, fazendo ser possível ela cair no chão enquanto gritou.
Voltei a pegar a arma e no mesmo momento que eu mirei nela, a porta da minha casa foi arrombada e entrou quatro meninos, todos com a arma apontada e eu logo reconheci ser os meninos do morro. Eu ignorei aquilo e puxei o gatilho da mesma forma, atirei várias vezes na cabeça dela e os meninos me puxaram pra trás, cai no chão sem ar, sentindo minha boca sangrando e minha barriga doía demais.
Rebeca: Cadê o Gomes? Cadê a Catarina? - Gritei encolhendo no chão e eles me olharam.
- Liga pra algum moleque levar ela pro hospital, ela tá machucada pra caralho.- Falou batendo no menino e eu encarei eles.
Rebeca: Leva ela pro médico, ela precisa fazer exame.- Apontei pra Larissa.- Me dá ela, vai.
Um menino foi pegar ela, outro me ajudou a levantar e foi levando nos duas pra pra fora, eu fui andando e tentando saber alguma coisa do Gomes, mas eles não me respondiam, eu senti que tava perdendo minhas forças quando eu quase cai, tava tudo ficando escuro e eu mal consegui ver mas sentia moto passando por ali, escutando um barulho de longe e não por muito tempo eu me mantive acordada.
