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Gomes 🎭

Final de contas a gente dormiu que nem viu, eu achei que não ia pregar o olho, mas ela me fez dormir fácil. Quando acordei, vi que ela já tava acordada olhando pro nada, fui abraçar ela e ela se afastou.

Rebeca: Não tô boa.- Falou com a cara no travesseiro.- Só quero ficar sozinha, sem falar com ninguém, me deixa, tá bom?

Gomes: Eu não pô, o que foi? - Sentei do lado dela que ficou calada, enquanto eu fiquei esperando ela falar por mó tempão, até ela respirar fundo e me olhar.

Rebeca: Lembra aquele dia que eu te expulsei? Então, hoje estou assim. Tô triste, tô decepcionada, tô com saudades, eu só quero ficar sozinha.- Falou manhosa.

Gomes: Vou na boca, resolver meus bagulhos e volto antes do almoço, tá? - Ela mostrou o dedo do meio pra mim e eu ri, pegando a mão dela e beijando o rosto dela.- A gente vai sair mais tarde.

Rebeca: Eu tô falando sério.- Falou manhosa pra caralho e eu continuei rindo.- Você falou que ia respeitar meu espaço.

Gomes: Respeito pô, só não vou ficar te vendo triste.- Ela sentou na cama passando a mão no rosto.

Rebeca: Sabe o que pode ajudar? - Neguei com a cabeça.- Comprar roupa.

Gomes: Olha só pô, estelionatária.- Ela gargalhou e eu abrir a gaveta, pegando um dos cartões clonados, o pai tá on pra roubo.- Todo seu, vai lá.

Rebeca: Eu não tenho ninguém pra ir comigo, sabe...- Voltou a falar manhosa.- É ruim ir sozinha, vou continuar triste.

Gomes: Aí cê fode comigo.- Ela me olhou com cara de triste e eu ri.- Jae Rebeca, depois do almoço a gente vê isso ai.

Rebeca: Af, só queria almoçar fora.- Eu puxei o cabelo dela.

Gomes: Vou meter o pé logo, quer mais alguma coisa? - Brinquei indo pro banheiro e ela riu.

Logo ela apareceu no banho e eu animei, mas ela disse que não tava no clima, mesmo assim me deu uma aliviada. Eu saí me arrumando e ela ficou sentada de toalha no celular, beijei ela antes de sair do quarto e fui pra cozinha, comi um bagulho e depois passei pelo quarto da Catarina. Ela dormia encolhida e eu tirei a chave, tranquei ela por fora e deixei a chave em cima da bancada.

Sai pegando minha moto e fui resolver o que tinha, porque tava cheio de coisa pra isso. Passei a manhã toda ido e voltando, resolvendo bagulho do Fael que era motivo de graça por ali, porque ninguém sabia o porquê do Fael na minha casa e morto, mas todo mundo já imaginava.

Deu um da tarde ainda tava resolvendo sobre carregamento quando a Rebeca ligou, demorei um pouco pra atender porque tava ocupado, mas sai da salinha e liguei de volta.

Rebeca: Demorou por que? Tava comendo alguém e precisou de tempo? - Falou em tom de brincadeira e eu ri.

Gomes: Sim.

Rebeca: Tá bom.- Eu sorri, negando.- Estava te esperando pra almoçar, mas você não vem agora né?

Gomes: Vou preta, daqui meia hora. Tô resolvendo altas coisas, cheio de b.o por aqui, mas paro pra almoçar contigo.

Rebeca: Outro dia a gente vai comer fora. Vou com a Kaila ao shopping, tá bom?

Gomes: Qual Kaila? - Falei sem entender.

Rebeca: A Kaila que me mandou áudio e até vídeo das meninas falando mal de mim, apesar de tudo a puta foi sincera.- Eu balancei a cabeça.- Ela é o mais próximo que eu tenho de colega.

Gomes: Jae, jae. Cuidado na sua vida, vou pôr menor de olho em você, vai achando que tá solta! - Ela debochou.- Tu almoçou?

Rebeca: Vou comprar hambúrguer, melhor que qualquer coisa.- Neguei.- Tchau, até mais tarde.

Gomes: Qualquer coisa fala comigo.- Ela murmurou um tá bom e eu desliguei.

Chamei um moleque e dei o dinheiro pra ele ir pegar uma quentinha pra mim, voltei pra dentro do bagulho e fiquei resolvendo os caô dali.

Nossa ambiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora