Rebeca 🌸
Tomei banho e desci, bonitinha. A sala estava arrumada, música ambiente e as meninas todas sentadas no sofá e encolhidas, olhei pra elas e fui em frente, me agachando na frente delas.
Rebeca: Se eu pudesse livrava todas vocês disso aqui, a gente iria trás de uma vida digna pra cada uma de vocês. Desculpem por ajudar nisso, mas pra mim também não é fácil.- Falei sincera.
Fernanda: Deve ser bem difícil pra você mesmo, olha... Muito ruim poder escolher sair com quem quiser, ganhar dinheiro sobre isso sem precisar ser forçada a sexo, nossa Rebeca, como é difícil pra você...- Falou debochada e eu olhei pra ela.
Rebeca: Cada um traça o que tem né! Não me orgulho de nada do que faço, muito menos por vocês. Vai ser ingrata na casa do caralho, porque de não fosse por mim, vocês tavam sendo tratadas pior que isso.
Kaila: Não é sobre briga entre nós, meninas.- Falou baixinho.- O culpado de tudo sabemos muito bem, quem sequestra, quem prende aqui, quem tortura, sabemos bem quem é o culpado. A Rebeca assim como nós, só tenta sobreviver.
Ficamos caladas e olhamos pro Fael, que entrava na casa seguido por vários homens. Me levantei me arrumando e sorri, indo até eles e parando na frente do Fogueta.
Fogueta: Porra, só de ver já ganho minha noite ein preta.- Falou me olhando dos pés a cabeça e eu ri.
Rebeca: Seja bem vindo, faz tempo que não chegava por aqui ein.- Ele me abraçou de lado.
Fogueta: Vim renovar a felicidade.- Falou animado.
E foi aquela coisa toda, eles se sentaram e as meninas foram obrigadas a se levantar e obedecer qualquer ordem, se beijar, dançar, fazer posições... a única coisa que não era permitido por regra minha, era eles mandarem as meninas tirarem a roupa na frente de todos.
Os homens estavam vidrados, babavam até. As meninas desconfortáveis, desviei o olhar de tudo pro chão e fui me afastando, quando cheguei na porta, Fael me avisou que o preço de entrada pro showzinho, será trezentos e cinquenta reais, o que era água na mão dos moleques emocionados.
Logo a casa foi lotando, entre eles, o Gomes chegou com um bonde, metade dos meninos do morro estavam ali, quando me viram, começaram a rir, manti minha postura e escutei apenas um comentário "pro Gomes é tudo de graça."
Nessa hora meu olhar se encontrou com o dele e eu sai da frente, deixei eles entrarem e quando ia pro meu lugar sentar, escutei as seguintes palavras.
- Pô, mó sorte do chefe por meter ali, ainda de graça pô, sabia que pra isso era só pagar comida e fingir carinho não, tá maluco.- Seguido por coxixos e risadas debochadas.
Entre eles, a do Gomes, ele riu negando com a cabeça e eu encarei aquilo, pensei na possibilidade de afrontar mas o Fael me encarava de longe, sustentei o olhar pra ele e fui na cozinha, voltei com um drink e me sentei ao lado do Fogueta, era um filho da puta mas já tinha me contratado várias vezes e é uma pessoa dahora quando quer, ele logo se animou e me puxou pra deitar no seu peito, fiz careta e fiquei conversando com ele.
