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CHAPTER THREE

TRAUMA

『SKAILER KINGSTON』

Voltamos aos nossos dormitórios e eu aproveitei para fazer minha lição de química. Quando terminei de fazer, me espreguicei e procurei meu celular para ver as horas. Eu não o encontrei em lugar nenhum, e lembrei de ter filmado Tyler e João cantando com ele.

- Que horas são, Jesse? – eu perguntei levantando e colocando de novo o casaco por cima do uniforme.

- Quinze para as onze – ela informou. – E aonde você pensa que vai?

- Buscar meu celular – eu disse indo em direção à porta. – Minha mãe ficou de me ligar hoje.

Eu saí do quarto e me apressei pelo corredor antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa. Quinze minutos era tempo suficiente.

- O que você tá fazendo aqui? – João perguntou assustado por me ver ali quando abriu a porta do quarto.

- Não consegui ficar tanto tempo longe de você – eu brinquei e ele me deu passagem para entrar. White estava deitado embalado em um cobertor felpudo. – Tyler, você tá parecendo uma bala. – eu o zoei, que acompanhou meus passos com a testa franzida. Eu peguei o celular e mostrei a eles.

– Melhor eu me apressar, faltam oito minutos. Até amanhã, caras. – Eu mandei beijos no ar e saí do quarto, mexendo distraidamente no celular.

Eu esbarrei em alguém, e antes que pudesse sequer respirar, me senti puxada e meu corpo bateu com força contra a parede do corredor.

- Oi, boneca – a pessoa que me segurava sussurrou em meu ouvido e segurou meus pulsos. – Se estiver perdida, meu quarto é logo ali.

- Me solta – eu disse, tentando manter a voz firme, mas ela já estava falhando, já estava em puro desespero.

- Ah, vamos lá, boneca – ele prensou os lábios contra os meus, e eu comecei a chorar. – Vamos nos divertir.

- SO... – eu tentei gritar com todo o fôlego que eu ainda tinha, mas ele tapou minha boca antes que eu pudesse continuar. Foi então que eu consegui ver o rosto dele. Ele estava furioso, tinha as feições encovadas e olhos extremamente pretos.

- Vai ficar de gracinha? – ele disse e em seguida me arrastou até um dos quartos ali por perto, ainda tapando minha boca.

Ele fechou a porta e começou a me agarrar e eu tentava me debater e gritar, mas não tinha mais ar em meus pulmões. Eu comecei a sufocar e a me sentir tonta. Minhas mãos, braços, rosto, tudo formigava. Eu não raciocinava mais direito, só tentava a qualquer custo gritar, sem muito sucesso. Eu senti as mãos dele percorrerem meu corpo e irem para debaixo da minha saia enquanto ele me beijava forçadamente. Eu mordi a língua dele e aproveitei quando ele se afastou o bastante para eu conseguir gritar antes dele voltar a tapar minha boca.

Foi tudo rápido em seguida. Eu ouvi um estrondo e ele me soltou, deixando meu corpo cair no chão.

- Tira ela daqui – eu ouvi uma voz furiosa, e que eu sabia que conhecia, gritar. Em seguida alguém me pegou no colo e me levou para outro lugar.

- Não sai daqui – quem me carregava disse me deixando sentada no chão, e em seguida saiu dali. Eu abracei minhas pernas e continuei chorando sem parar, vendo tudo embaçado, tentando respirar a qualquer custo. Eu não sei quanto tempo havia se passado até alguém acender a luz e me abraçar.

- Hey, hey, calma – eu ouvi aquela voz que conhecia dizer calmamente. Eu abracei ele forte e escondi meu rosto na curva de seu pescoço. – Respira, isso. Eu estou aqui.

until the end for you ➾ Louis PartridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora