O dia 3 de outubro amanheceu nublado, e com uma garota loira muito feliz acordando as 5 da manhã:
- Bom dia amor! - Helena tenta acordar Anne na maior alegria.
- Que horas são? - Resmunga Anne, se recusando a abrir os olhos.
- Não importa! - Helena sacode a namorada - Você sabe que dia é hoje.
- Claro que sei. - Anne finalmente abre os olhos e senta na cama. - Você só falou do seu aniversário a semana toda.
- E você não acordou animada?
- Não as 5 da manhã. - Anne olha para o relógio no celular.
- Esqueci que você não vai pra escola mais... - Helena empurra o corpo de Anne, deixando ela deitada de novo - Dorme, bebê. - Helena dá um beijinho na nuca da garota.
- Obrigada... - Boceja Anne - E feliz aniversário, amorzinho.
Anne dormiu até meio dia, e acordou novamente com um bom dia da namorada:
- Bela adormecida encarnou em você, foi? - Helena a sacode.
- Helena, eu tô com sono! - Resmunga.
- Nunca vi você com tanto sono antes, o que é uma pena, você é tão fofinha dormindo.
- Para, mor. - Anne cora e dá um bobo e sincero sorriso.
- Agora vem! - Anne se levanta se apoiando no ombro de Helena - O almoço está pronto. - Helena arregala os olhos - E É LASANHA!
Anne se arrumou, com uma saia plissada Rosa de Helena que incrívelmente servia nela, uma camisa branca de renda e as tão adoráveis meias brancas. Helena usava um vestido azul bebê que combinava perfeitamente com a fita em seu olho. Anne mesmo com o tempo não conseguia não adimirar o quanto que Helena conseguia se combinar com as roupas que escolhia.
As meninas foram à mesa onde a família toda já as esperavam:
- Menina! - Exclama Leon - Nunca vi você dormir tanto!
- Andou fazendo coisas de madrugada? - Diz com uma voz maliciosa.
- FREDDIE! - Gritam as garotas, que ficam vermelhas com a situação.
- Esquece essa mente poluída e come a lasanha, filho. - Pede Dália.
- Я извиняюсь, мама. - Se desculpa em russo.
- Nerd... - resmunga Helena.
- Falou a menina que vai assistir It hoje. - Revida Freddie.
- Sou nerd só por gostar do Stephen King?
- Claro que é!
- Gente! - Leon intervem - Sem brigas na mesa. E Freddie, - olha diretamente para o filho - você derrubou um pedaço de brócolis na sua blusa branca nova dos Ramones.
- QUÊ? - O menino se desespera ao ver a mancha de molho de tomate na roupa, e sai correndo em direção ao banheiro mais próximo.
- Finalmente paz... - Suspira Helena.
- Para de implicar com seu irmão! - Briga Leon.
- Chega, amor! - Dália tenta acalmar - Deixa a aniversariante.Depois do almoço, todos entraram no carro para ir ao shopping:
- Sério que eu vou ter que assistir It, a coisa? - Freddie pergunta emburrado no banco de trás.
- Você tá com medo, é? - Provoca Helena.
- Se eu me cagar todo a culpa vai ser sua! - Freddie se encolhe - Você sabe que eu fico desconfortável em cinemas.
- E com filme de terror então... - Provoca a mãe.
- Mãe! - Briga Freddie - Cala a boca!
- Por que você não gosta de cinemas? - Anne pergunta inocentemente.
- Você não vai querer saber... - Responde Leon, que estva dirigindo.
- Medo... - susurra Anne.Aquelas 2 horas no cinema foram uma sala de tortura para Freddie, uma delícia para Helena e uma chatice para Anne, que dormiu metade do filme por tédio, e só não dormiu antes por causa da pipoca e porque teve um momento no qual pode beijar Helena, o que por incrível que pareça, não tirou a tensão do filme. Os cinco agora comiam hamburgueres vegetarianos e batata frita, enquanto conversavam sobre o filme:
- Acho que nunca vi você dormir tanto em só um dia. - Comenta Helena.
- Eu também acho que nunca dormi tanto na minha vida. - Responde Anne - Filme chato da porra!
- E assustador... - Acrescenta Freddie.
- Medroso! - Provoca Anne.
- Falou quem dormiu o filme todo. - Incendeia Freddie.
- Eu dormi porque tava chato! - Anne da uma grande mordida no seu hambúrguer - Gente... - Muda o assunto - Por que tem bacom num hambúrguer vegetariano?
- O quê!? - Helena toma o hamburguer da mão da garota, e analisa o que estava ali, e realmente era bacon.
Helena se levanta ainda segurando o hambúrguer, e começa a andar em direção ao caixa, para reclamar:
- Boa tarde. - Diz o atendente, que não parecia ter mais de 16 anos e era mais baixo que Helena - No que posso ajudar?
- Tenho uma reclamação a fazer. - Helena o encara com seus olhos mel com a faixa azul no olho direito, e o atendente se encolhe, desviando os olhos castanhos do olhar ameaçador - Vocês colocaram bacon no hambúrguer vegetariano.
- Mil perdões, senhorita. - O atendente tenta olhar novamente para Helena - Isso foi um problema na cozinha, e esse é o meu primeiro dia e eu não quero ser demitido. - A voz dele começa a falhar e começa a tremer - Eu vou chamar o gerente, e ver o que posso fazer.
O atendente correu para onde o gerente estava, ainda tremendo e quase chorando. Em 5 minutos, ele volta de cabeça baixa, com o gerente ao lado e uma bandeija com 2 hamburgueres vegetarianos e um pacote de batatas fritas:
- Sem bacon? - pergunta Helena.
- Bacon nenhum - o gerente responde - Me desculpe o inconveniente.
Ao voltar para a mesa com os lanches, encontra Anne e Freddie conversndo:
- E qual é o gosto de carne? - Freddie pergunta.
- Quase o mesmo dessa carne de plantas. - Anne responde - Mas com gosto de carne.
- Não entendi.
- E eu não entendi como você nunca comeu carne de verdade.
- Gente! - Interrompe Helena - Consegui mais comida com esse incoveniente do bacon.
- E bacon é bom? - Freddie pergunta.
- Eu não gosto. - Anne responde - Mas minha mãe não vive sem.Depois de comer, todos foram para casa, menos Helena e Anne, que diz ter mais uma surpresa para a namorada. Helena não questionou, e apenas a seguiu.
As meninas estavam no terraço de um dos maiores prédios de Águas Claras. O céu era uma aquarela de índigo, magenta, amarelo e ciano, com nuvens de chuva em um lado, um arco-íris do outro, e ao meio o pôr do sol, visto por elas de uma visão privilegiada:
- Igual os filmes que você gosta, - Diz Anne, com um sorriso bobo - Com uma cena clichê de um casal vendo o pôr do sol no terraço. Ou como a visão de um super-herói após salvar a cidade.
- Se eu fosse uma atriz pra ver isso em todo filme clichê que fosse chamada... - Helena olha para a namorada, levando o cabelo da gatota para trás de suas orelhas de maneira delicada - Esse dia não seria tão especial, seria só mais uma cena. Ia perder a magia de ficar a sóis com essa garota fofinha que eu estou só perdidamente apaixonada e acabou de quase realizar um dos meus sonhos.
- Sonho?
- É, sua bobinha! - Helena ri e cora - Ver o por do sol do terraço sempre foi um sonho meu.
- Então por quê você disse que ele está quase completo? - Anne briga.
- Faltou o beijinho romântico, ue. - Helena ri, e Anne fica vermelha.
- Idiota! - Anne tenta parecer seria, mas o sorriso é muito bobo para tal situação - Agora eu quero te beijar!
- E por que não me beija? - Provoca Helena
- Não é justo! Eu que te beijei no cinema, agora era a sua vez de me dar um beijo!
- Mas de quem é o aniversário? - Contra-argumenta.
- Por que seus argumentos são tão bons? - Anne se rende, dando um rápido beijo nos lábios da namorada.
- Melhores que seus beijos, nunca... - Helena a abraça, e Anne encosta a cabeça no ombro dela.
- Poxa... - Anne sussura - Por que eu te amo tanto, ein?
- Chega de perguntas por hoje. - Helena vira Anne, e as meninas embarcam em mais um beijo, longo com todo o amor que podiam oferecer para a outra até o último raio de sol sumir na cuvartura do globo.
- A gente pode ficar assim para sempre? - Anne pergunta.
- Eu disse: Sem mais perguntas, não lembra? - Briga Helena - Eu te amo.
- Eu também te amo... - Anne sorri, e encostra na namorada, salvando aquele momento para reviver sempre.
- Agora vamos! - Chama Helena - Se não vamos perder o bolo.
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Para Anne um arco iris
Novela JuvenilCom uma mãe rica, um padrasto distante, 7 irmãos em casa e um irmão feto, nunca faltaram oportunidades para Anne, que poderia ser o que quiser se não envolvesse o nome de sua família. Mas por conta disso sempre lhe faltou apoio e afeto, além de nunc...