O despertador de Anne tocou às 5:30, e a garota nunca tinha acordado tão feliz. Vestiu o uniforme, e embora o achasse feio, naquele dia ele parecia maravilhoso. Arrumou o cabelo, e tomou café. Estava tão feliz que acabou saindo bem mais cedo do que de costume, então decidiu que deceria 2 paradas antes da escola para fazer uma caminhada. Nada no mundo poderia estragar a felicidade dessa garota, e nada na escola a incomodaria.
O ônibus das 5:45 não era tão lotato quanto o das 6:10 que sempre pegava, tanto que conseguiu ir sentada na janela. Anne pegou seus fones e ligou sua playlist. Nem prestou atenção em quais eram as músicas, mas todas pareciam alegres e dançantes. A manhã fria e nublada de março batendo no vidro da janela foi um pequeno passo para o escopo de sua imaginação ir longe...mas claro, levando Helena junto.
Passeavam por bosques magicos, praias desertas ao por do sol, jardins secretos... lugares onde o romantismo semrpe estava atrelado...."Aiai Helena, o que é isso que você faz comigo?"
Como disse, Anne realmente desceu 2 paradas antes da escola, e caminhou dançando e saltitando como uma criança. Observava as lojas abrindo, pessoas indo trabalhar, ónibus lotados, mesmo sendo apenas 6:35 da manhã. As árvores da rua pareciam dizer "olá" enquanto dançavam com o vento. Aquele dia era tão magico....
Logo chegou na escola, e aquele dia não podia ser mais perfeito, as aulas não foram chatas, e ligou no intervalo para sua mãe, avisando que ia sair. As aulas acabaram 12:20 e Anne foi até a parada por onde Helena chegaria. Aquele dia estava tão perfeito que parecia um sonho.
Não demorou muito para que uma figura loira muito alta descesse de um dos ônibus, com a fita azul de seu olho esquerdo brilhando. Helena estava usando o uniforme de uma escola que Anne não conhecia. Um moletom e uma calça grená com listras douradas, e uma camisa polo amarela com a gola grená. Anne achou muito lindo aquele uniforme, e ficou com vontade de estudar lá só para usar um uniforme bonito.
Helena sentou fo lado de Anne, que ficou paralisada por alguns segundos, mas se recuperou:
- Oi, Helena...
- Oi fofinha - Helena faz cafuné em Anne, que fica corada com um sorriso bobo - Vamos almoçar?
- Tem um shopping aqui perto, da pra ir andando, podemos comer lá...se você quiser...
- Por mim tudo bem. - Helena dá o seu doce e iluminado sorriso.
As garotas vão andando e sorrindo, e o envergonhado sorriso de Anne encantava Helena, que sempre a chamava de "fofa", "fofinha" ou "nenen". As conversas no caminho pareciam um jogo, "você viu aquilo?" era a frase que as duas mais ouvuram naqueles 15 minutos andando. Ao chegar no shopping, como não eram idiota e acima de tudo, eram adolecentes, claro que lancharam besteira. Batata frita, refrigerante e hamburguês vegetariano. Anne não era vegetariana, mas pediu o mesmo que Helena, para não incomoda-la comendo um animal na sua frente. Depois desse pensamento, Anne se sentiu mal por comer animais, e pensou em se tornar vegetariana também.
As garotas comeram bastante, e depois ainda pediram sorvete. Enquanto tovama suas casquinhas, Anne perguntou:
- E onde você quer ir?
- Praça dos cristais.
- E onde isso fica?
- Com certeza longe, mas é um lugar muito lindo, acho que um dos mais lindos de Brasília. Várias flores, um lago com peixes e cristais de pedras.
Por viver com modelos, apenar de não se dar muito bem com eles, Anne criou um senso de que lugares bonitos mereciam roupas a mesma altura, e mesmo não comhecendo o lugar, pela descrição de Helena sabia que uniformes não eram apropiados:
-Vamos comprar roupas para isso. - Anne disse com firmeza - Não se preocupe, eu tenho dinheiro.
- Não se preocupe com isso...
- Não! - Anne interrompe com firmeza - Não podemos ir em um lugar lindo daqueles de uniforme, e eu tenho dinheiro.
Anne conseguiu convencer, e logo estavam apropiadamente vestidas para a ocasião. Anne comprou um vestido azul xadrez parecido com o que tinha nas fantasias com Helena. Helena escolheu um vestido rosa rodado simples, mas muito lindo, rosa ficava tão lindo em Helena...
O meio que usaram para chegar na praça foi apagado da mente de Anne. Sua mente estava oucupada admirando a beleza daquela que estava ao seu lado. E mais coisas bonitas dominaram aquele dia incrível.
A praça dos cristais era ainda mais linda do que Anne imaginara. Não sabia explicar, mas parecia magia. Talvez pelo horário, mas a praça estava bem vazia, apenas algumas pessoas em secção de fotos aqui ou ali. Essa quietude transformou aquilo em um momento único, apenas para elas. Observando as nuvens deitadas no chão, correndo entre as flores, pulando nas ilhas do laguinho ou alimentando os peixes, o que não podia mas faziam mesmo assim. Parecia que aqueles momentos tinham magia naquela mágica e sonhadora mente de Anne, e ela reviveria aqueles momentos durante os dias seguntes inúmeras vezes.
- O que você vê naquela nuvem - Helena pergunta, acariciando os lisos e compridos cabelos de Anne, que estava deitada em seu colo.
- Eu vejo...duas pessoas de mãos dadas... - Sem coragem de dizer que na verdade via romanticamente ela e Helena naquelas nuvens.
- E são...duas garotas? - Helena perguntou, corando levemente, e olhando para a nuca da garota pálida.
- Sim...NÃO... - Anne se interrompeu, ficando muito vermelha - Por quê?
- Por quê eu vi duas garotas....- A voz de Helena ficava mais doce a cada palavra - Uma loira com olhos mel e uma faixa azul em seu olho direito...e a outra a coisa mais fofa do mundo...com longos cabelos negros e olhos brilhantes...- Helena se levanta e fica em frente da garota pálida deitada no chão, que agora estava corada - Você tem uma sardinha no nariz - Toca suavemente no nariz da garota, e a beija. Um beijo suave, que durou tempo o suficiente para se tornar inesquecível. Os lábios de Helena pareciam ser tão macios ao encostar aos de Anne. Ali na frente de todos que estavam na praça, sem medo algum.
- Foi isso que vi na nuvem... - Anne estava feliz, mas estranha. Tinha acabado de receber seu primeiro beijo, mas de uma garota. "Talvez isso seja paixão, afinal".
- Eu quero te beijar sempre, Anne...
- Eu deixo...
Na volta para casa, Helena abraçava Anne no ônibus, e Anne estava encostada em seu ombro. "Que dia..." pensava Anne...
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Para Anne um arco iris
Novela JuvenilCom uma mãe rica, um padrasto distante, 7 irmãos em casa e um irmão feto, nunca faltaram oportunidades para Anne, que poderia ser o que quiser se não envolvesse o nome de sua família. Mas por conta disso sempre lhe faltou apoio e afeto, além de nunc...