Chloe 32.

6 3 0
                                    

— Chloe Valens. —

Os últimos cinco dias passaram rápido e apesar de ter trocado de celular eu continuava a receber mensagens estranhas. Dizendo a cor da roupa que eu estava a usar e onde eu estava. Ameaças da minha morte e das pessoas próximas a mim, por isso, quando Emily não voltou a falar comigo não fiz caso. Trocamos apenas algumas palavras relacionadas a dança e aulas. Não falei sobre isso com ninguém. A Katie continua a dar o tratamento do silêncio ao Dylan porém se aproximou do Kellen. Ela contou a história sobre o quase irmão dela com o mesmo nome e de como isso influenciou na aproximação deles. O Noah estava prestes a sair do hospital, o Erick está estranho comigo, não fala nem olha para mim. A dona Anna continua sem aparecer, o papai em coma e a mamãe voltou a se fechar em uma pequena bolha. Estranhamente o Lippe se aproximou bastante de mim. Ele fala mais comigo agora que o próprio Dylan. Pra além de dançar e estudar sempre que posso não tenho nada pra fazer.

“Pensando em quê?” Olhei para o lado. Só então notei o sino sooando bastante alto.

“Nada que te diga respeito.” Eu levantei e arrumei as minhas coisas, quando estava prestes a sair da sala o professor me chamou. Eu parei e esperei os restantes colegas saírem.

“Senta.” Ele se sentou por cima da sua mesa e eu me sentei em uma carteira a frente. “Como estás?”

“Bem.”

“E em casa, como estão?”

“Bem também.” Eu sabia sobre o que ele quis falar.

“Bom saber. Chloe, queria te dizer que as tuas notas estão...-

“Professor...?” Uma colega chamou da porta, ela tinha cabelos castanhos muito bonitos e sua pele era morena.

“Um momento.” O professor levantou e foi ter com ela. Eles falavam baixo o suficiente para mim não conseguir perceber grande coisa. Apenas crise, ansiedade e corpo. Depois disso parei de tentar entender. Eu sabia que o professor diria que as minhas notas estavam horríveis. Era o mais óbvio. Eram apenas provas de professor, não as mais importantes mas ainda assim. Ouvi o som da porta e olhei para frente. Ele já estava na secretaria outra vez. “Desculpe, eu também sou o psicólogo de muitos alunos.” Apenas acenei. “Bem, as tua notas estão boas, acima da média.” Não era isso que esperava. “Mas temo que tu não estejas bem. Não de todo. O que aconteceu com as tuas amigas? Queres falar sobre isso?”

“Elas estão bem. Não há nada para falar.” No mesmo instante Dae-Ho apeteceu na porta.

“Senhor Annibal?”

“Entre, sente-se.” Ele sentou. Eu não entendi o motivo da sua presença. “Vocês eram amigos? Durante os primeiros dias eu vos vi muito tempo juntos. O que aconteceu?”

“Eu a beijei e ela me eliminou da vida dela.” Ele olhou para mim. “Acho que não aguentou o facto de gostar mais de mim que do namo...-

“Isso é algum tipo de intervenção?” O interrompi olhando para o professor. No mesmo instante entrou a Emily e a Katie.

“Professor Annibal?” Elas disseram. A Emily entrou mas quando viu Dae-Ho deu um sobressalto.

“É uma intervenção.” Revirei os olhos quando cheguei a conclusão.

Eu cruzei os braços. O professor falou, tal como os outros e eu me limitei a ouvir e fingir sorrisos e até lágrimas, até porque, eles não estavam a falar coisas boas. Eu senti Emily se encolher sempre que Dae-Ho olhava para ela e isso foi estranho, estranhamente também, o professor parecia conhecer o Dae-Ho a bastante tempo, apesar dele ser mais avançado que nós. Depois de alguns minutos Lippe entrou sem autorização.

Chloe Mansfield.Onde histórias criam vida. Descubra agora