— Chloe Valens. —
Me despedi do Noah pela milésima vez e ele virou o rosto para o outro lado na cama, eu cheguei até a porta porém não consegui sair, fiquei parada por alguns segundos o observando.
“Eu ainda consigo sentir o teu olhar sobre mim.” Ele virou para mim e sorriu.
“Eu não consigo ir embora.” Estiquei os lábios ele fez sinal e eu entrei por baixo dos lençóis e deitei ao seu lado na cama, pousei o meu rosto sobre o seu peito e brinquei com os dedos sobre ele.
“É bom finalmente ver o teu braço sem o gesso, estava horrível.” Ele fazia carinho no meu cabelo.
“Sim...” Olhei para o meu braço. “Mas a médica disse que tenho que ter cuidado, ainda está meio sensível.”
Curto silêncio.
“Como te sentes? Com tudo isso.” Perguntou baixo.
“Bem eu acho.” Eu não estava bem. Quando soube que ele foi baleado eu estava em aulas, o meu coração parou e por alguns segundos eu não conseguia pensar ou agir, eu pensei que podia perdê-lo para sempre. Depois o tiroteio aqui no hospital e aquelas mensagens estranhas de um desconhecido, e o papai, que até hoje não acorda e a mãe está a pensar em desligar as máquinas. Eu não sei como reagir a tudo isso. Como não pensar nisso? Tudo a minha volta caindo e nem é para o chão mas sim para um buraco sem fundo.
“Ei. Não chore.” Eu nem percebi que estava a chorar mas agora não conseguia parar. “Eu estou bem aqui.” Ele fez carinho nas minhas costas e me abraçou em seguida. Eu afundei a cabeça no seu peito e acabei por molhar a sua bata com lágrimas.
“E se quando eu for acontecer outra coisa? Eu não quero ter que voltar a correr, não quero essa sensação agonizante de novo.”
“Olha pra mim.” Meio relutante olhei. Os meus olhos com certeza estavam inchados e o meu rosto avermelhado. “Não vai acontecer...-
“Tu não podes prometer isso Noah...” Voltei a olhar para suas pernas tapadas com o lençol.
“Não, mas posso prometer não me colocar em sarilhos, pode ser?”
“Não é justo, tu não te metes em sarilhos. Eles vão ter contigo. Tu és tipo, um íman de sarilhos.”
“Não sou não.”
“Se não fosses não estaríamos nessa alhada.” Reclamei. “Podias tentar ser um alvo menos fácil...”
“Em comparação a ti, eu e os sarilhos não somos nada.” Ele riu.
“Tens razão.” Soltei um sorriso triste.
“Então acho que me meti em sarilhos quando te conheci.” Voltei a olhar para ele. “Tu és a pessoa mais problemática que conheço, como é que consegues arranjar tantos sarilhos? Incrível.” Ele sorriu no final.
“Se era suposto ser um elogio foi horrível, como podes ser tão horrível com elogios?” Eu sorri.
“São apenas verdades. Sabes que não gosto de mentiras. Elas estragam sempre tudo.” Quando ele disse isso eu desviei o olhar. Lembrei do Dae-Ho e do beijo.
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Chloe Mansfield.
RandomPlágio é crime A sua maior preocupação é a dança e depois a universidade, mas como pode ela se concentrar nisso se o ex-namorado não a deixa em paz, o irmão mais velho - que tem um caso com a melhor amiga dela - sai da cadeia, o pai fica em coma, a...