Ao Vivo

Capítulo 15

Eu fiquei com dó de vocês porque eu cortei numa hora muito boa então trouxe um pedacinho de brinde pra vocês não morrerem até o próximo 😉

Capítulo 15

- Lavigne, tu sobrevive à uma noite no Céu né? Ou na Vila. - Gi riu e ela franziu o cenho, acompanhando com o olhar o caminho que a capixaba seguia.

- Oi.

- Oi, colocou Manuzinha pra dormir? - Gi conseguiu arrancar um sorriso de Rafa, que parecia um pouco tensa enquanto começaram a andar para o líder.

- Olga já tomou sua posição e ela dorme como um anjo. Ou uma avó, você pode escolher.

- Até que ela durou bem hoje. - Gi abriu a porta do quarto e elas entraram, Rafa se sentou na cama enquanto a outra olhava para o frigobar - O que você quer beber?

- Qualquer coisa. - sem pensar muito Gi pegou duas garrafas de ice e alguns snacks e se juntou a Rafa, entregando uma garrafa para ela e puxando o cobertor sobre suas pernas, ela sempre sentia frio essa hora da noite - Nem parece que a gente acabou de sair de uma festa.

- A festa não precisa acabar.

- Não acabou, na verdade, se você ainda queria beber a gente podia ficar lá.

- Eu queria beber com você.

- Titchela.

- Mas se tu não quiser a gente pode deitar e dormir.

- Eu quero, eu quero sim. - Rafa riu e encostou na cabeceira na cama um pouco sem graça, tomando um gole da ice para distrair - Ivy que não ficou muito feliz de perder a noite aqui.

- Ela vai sobreviver. - eu ri e caminhamos por muitos assuntos enquanto bebíamos e comíamos um pouco. O tempo passou e a bebida voltou a fazer efeito, a tensão inicial passou e elas já riam como sempre. Até que em uma das piadas bobas que Gi sempre soltava (e ficava aliviada ao ver Rafa rindo) as duas trombaram, batendo as testas uma na outra - Ai Rafaella! - Gi gritou em um drama desnecessário e se jogou na cama.

- Gizelly!

- Estou abatida, muita dor! - ela completou o drama enquanto esfregava a testa com os dedos, fechando os olhos. Ainda se ver, sentiu uma movimentação na cama e o calor do corpo de Rafa ao lado do seu, ficando um pouco tensa. Com cuidado Rafa tirou a mão e depositou um beijo na testa da capixaba. Gi abriu os olhos e se deparou com o seu sorriso, perdendo tudo ali, principalmente o ar.

- Melhor?

- Muito. - Rafa se apoiou em um cotovelo e desceu o olhar para os olhos castanhos, sem afastar seus rostos, que eram separados por meros centímetros. Seus olhos esmeralda brilhavam e um sorriso leve se instalou nos seus lábios. O olhar de Gi se revezava entre os dois e vez ou outra eu conseguia ver que os de Rafa fitavam sua boca também.

Aquela proximidade iria matar uma delas se ninguém matasse ela. Os centímetros que separavam as duas eram tão curtos que Rafa conseguia sentir a respiração de Gi começando a falhar. Os olhos castanhos alternavam entre os olhos de Rafa e sua boca e Gi não se moveu nem um milímetro depois que recebera um beijo na testa. Ambas sabiam que o autocontrole estava por um fio e ele foi completamente estraçalhado para Rafa quando Gi abriu um pouco a boca e passou a língua pelos lábios. Foi a influencer que eliminou os centímetros que sobravam entre elas com o máximo de calma que poderia ter enquanto levava sua mão até sua nuca. Seus lábios se encaixaram com uma familiaridade incrível e Gi logo deu permissão para que suas línguas se conhecessem. Nenhuma das duas haviam beijado mulheres antes, mas não havia mais dúvidas que era isso que elas queriam uma com a outra. Se houvessem, elas teriam se afogado no que qualquer uma arriscaria dizer que foi o melhor beijo que eu já haviam recebido na vida. Beijo que começou calmo foi esquentando aos poucos e vez ou outra a gente exigia que elas se separassem para controlar a situação. Havia um acordo implícito entre as duas, coisas que não deveriam acontecer. E era isso, o jeito que elas se entendiam com o olhar, o sorriso que Rafa dava entre os beijos, o carinho que Gi fazia. O jeito que Gi obrigou Rafa a dormir de conchinha e ela nunca achou aquela posição tão confortável. Elas conversaram mais um pouco antes que a capixaba dormisse enquanto recebia cafuné em seus cabelos.