2025
Gizelly tira com pressa as três bolsas do porta malas do carro esporte que dividia com a mulher. Ela mal conseguia carregar as duas malas de mão e arrastar a mala de rodinhas ao mesmo tempo, mas não tinha tempo de pedir ajuda agora. Ela estava atrasada e cada segundo era crucial. Desde que recebera a ligação suas mãos tremiam e o estômago parecia fazer um nó. Depois de trancar o carro e ainda segurando a chave na boca ela atravessa a entrada do hospital, as gotas de suor já escorrendo da sua testa. O sol do Rio de Janeiro não perdoava e ela ainda não tinha se acostumado, mesmo depois de 4 anos morando ali.
- Precisa de ajuda srta? - a recepcionista sorri para ela com um olhar de reconhecimento, mas com o bom senso de não parar pra pedir foto ou algo parecido. Embora a capixaba adorasse esse tipo de atenção, hoje ela precisaria recusar.
- Por favor, me ligaram falando que minha mulher estava aqui e...
- Gizelly. - com um jaleco simples, a médica sorriu saindo de um corredor, seus cabelos loiros querendo escapar da touca - Ouvimos sua voz lá de dentro.
- Você não devia estar com a...
- Eu acabei de sair de lá. Está tudo bem com eles.
- Eles já estão aqui? - Marcela concorda levemente com a cabeça e convida a amiga a segui-la pelos corredores climatizados do hospital. Agora o suor na testa de Gizelly era de nervoso. Ela segurava tão forte as malas que a marca que o couro sintético deixaria ali provavelmente doeria depois. Mas ela apertou mais um pouco, com medo que as mãos trêmulas deixassem as coisas cair. Ela não queria que nada a mantivesse nenhum segundo mais longe do seu destino.
- Pode entrar. - os olhos castanhos olharam para o número da porta, o nome da sua mulher escrito logo abaixo. Ela travou.
- Sério? Não é perigoso? Não...
- Não, você está bem. E só falta você. - Marcela abriu a porta e deixou a capixaba entrar, sem segui-la. A médica puxou a porta atrás da amiga, ela merecia aquele tempo. Gizelly soltou as malas no chão assim que bateu o olho na cama à sua frente, chamando atenção dos olhos verdes que olharam para ela sorrindo. Animados demais para quem havia passado por tudo aquilo sozinha.
- Vem aqui!
- Eu não... - em passos tímidos e com a boca aberta ela foi alcançando a cama. Medo e expectativa a preenchiam - Rafa.
- Oi, meu amor.
- Me desculpa não ter estado aqui, eu queria tanto.
- Você está aqui agora, isso que importa. - a morena concordou lentamente, ainda um pouco longe da cama - Chega mais perto.
- Eu não sei o que... falar, eu não sei. - ela finalizou o caminho, sorrindo enquanto queria chorar. Uma mistura de confusão preenchendo seu corpo. Seus olhos se encheram de lágrimas quando ela olhou um enroladinho de cobertor em cada braço de Rafaella - Eles são reais. Eles estão aqui!
- Eles estão. - Rafa riu enquanto Gizelly passava um dedo com cuidado na bochecha do bebê que cochilava em seu braço direito. A capixaba se assustou quando ele abriu a boca em um bocejo, resmungando algo e depois abrindo os olhinhos. O barulho do irmão fez a pequena do outro lado piscar também algumas vezes. As lágrimas rolaram soltas pelo rosto das duas e a mineira sorriu ao olhar a emoção que transbordava da sua mulher, a mesma felicidade que também estava nela - Parabéns, mamãe.
Fim.
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Ao Vivo
FanfictionEm um reality que mistura anônimos com pessoas já conhecidas pelo Brasil 200 câmeras acompanham como essas relações serão formadas e pressionam cada um a descobrir partes de si que talvez nem conhecessem. Gizelly já sabia antes de entrar que sua vid...