Eternamente juntos

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31. 12. 2019, terça-feira.
[8:41am]

Naruto on
"- No reveillón, todos celebram o fim de ano com os amigos. Seja em festas, ou até mesmo... sentados em um banco bebendo e curtindo a queima de fogos. Dentre eles, poucos comemoram a virada do ano com a família... por acharem entediante.
Aliás, lembrei de um velho ditado... Natal com a família e Ano Novo com os amigos. Isso realmente se aplica a nós. Não que ao contrário seria ruim, mas... certos momentos, combinam com o tipo de pessoas que você convive."
Naruto off

Naquela manhã, tudo ao redor estava calmo. A chuva enfraquecida passava um som agradável de se ouvir. A trovoada permanecia serena, não sendo um encômodo para os ouvidos. Aquela manhã era perfeita pra tomar uma boa xícara de café, enquanto assiste um desenho infantil na televisão, enrrolado numa coberta quentinha. Dias como este, lembram muito a nossa infância, no qual foi o melhor período para todos nós. Naruto encarava o teto com um olhar vazio, lembrando do passado que teve. Viveu sua infância com os avós, sem ter conhecido os pais. Sua mãe morreu no parto, e seu pai foi assassinado em seguida. Sofreu bullyng por quem ele era, tendo dificuldade pra fazer amizades. Foi separado da irmã por anos, aquela que sempre estava ao seu lado nos momentos mais difíceis e sombrios. Mas sorriu, ao ter uma lembrança boa.

☆☆☆

02. 02. 2007, sexta-feira.
[6:17pm]

No final da tarde, um garotinho loiro de cinco anos de idade, caminhava sem rumo pelo parque. Em meio ao caminho, avistou um garotinho sozinho, sentado na ponta de um pier. Ele aparentava estar triste. Ao ver aquilo, quebrou seu rumo sem destino, e caminhou até o menino.

- Ei menino, porque você tá chorando?

O garoto enxuga as lágrimas e olha para cima, vendo um menino loiro encarando o pôr-do-sol carmesin.

- Não é da sua conta! 'diz e abaixa o rosto'
- Ta. 'se sentou ao lado do moreno'
- O que você quer aqui? Me deixa sozinho!
- Desculpa. Eu não tenho pressa de ir pra minha casa. Não tem ninguém me esperando agora.
- E por quê? Não tem família para cuidar de você?
- As pessoas que cuidam de mim, ficam fora o dia todo.
- Eles não sabem que isso é errado?
- Não... e nem me importo. Pra mim não faz diferença, sempre fui sozinho.
- E... seus pais? Por que eles não cuidam de você?
- Eu não tenho pais.
- Como pode dizer isso de uma maneira tão simples, como se não fosse nada?! 'explodiu de raiva'
- Você não entenderia.
- O que tá falando?! Eu também perdi meus pais! Acha que você é o único?

O loiro olhou nos olhos do moreno.

- Olha... não tem como sentir algo, por pessoas que você nunca conheceu. 'o loirinho respondeu voltando sua visão ao horizonte'
- Então! Você ainda nem tinha conciência, não se compara comigo, que vivi para ver meus pais sendo enterrados! 'explodiu, e depois começou a chorar' - E-e ainda fala que eu não entendo...
- Esse é o ponto garoto! Pelo menos você teve amor e o carinho do seus pais... e eu, que nunca recebi isso...

O moreno de cabelo comprido calou-se. Sentiu uma dor no peito ao ouvir aquilo. Foi quando deixou de se afastar, e deu espaço pra que o loiro pudesse converssar com ele. Percebeu que poderiam conversar sem nenhuma intriga, e até se darem bem. Eles tinham semelhanças.

- Algo bom aconteceu com você, depois de tudo isso? 'pergunta mais calmo'
- Não... nada. Mas sabe... eu só queria que a vida... fosse um pouco melhor do que um sonho.
- Eu entendo. E seus avós, quando tem tempo, eles não passam algum momento com você?
- Nenhum deles me da atenção... pode acreditar, que se eu saísse pela porta de trás, ninguém me impediria. Mas a onde eu iria? Por que eu nunca tive um lar de verdade... algum lugar que faça eu feliz.

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