Meu oposto preferido [SasuSaku]

21

Sakura passou o caminho todo calada e quieta, se muito falou foi um "aham". O caminho inteiro ela ficou desatenta e parecia que estava no seu mundo particular, onde só avia ela.

Quando chegamos na minha casa, ela apenas concordava com o que as pessoas ao seu redor falavam, sem dar muita importância ao assunto.

Passamos a tarde inteira tentando ensaiar, mas ela estava totalmente perdida, hora esquecia a fala, hora trocava ou simplesmente não falava pois estava mais interessada em olhar para um ponto qualquer do meu quarto com cara de trouxa. Isso estava realmente me irritando, eu conheço ela e sei que não é tão desatenta, normalmente ela estaria me repreendendo e não o contrário.

- O que você tem hoje, hein? - Falei irritado olhando para ela - Caramba, Sakura, temos apenas duas semanas. Para de viajar pelo mundo da lua e foca na realidade.

- Você se acha, não é, Uchiha? - Gritou e logo em seguida me encarou - Eu não estou nem aí para essa maldita peça, não estou nem aí para a vida, sabe porque? Porque eu sou uma farsa. Eu não sei quem sou, quando estou com você eu sou a garota estudiosa e falante, com nossos amigos sou alegre e divertida, quando meus pais param em casa sou apenas um fantoche e para a maioria dos idiotas daquela porcaria de escola, sou apenas a garota fútil e burra que a única preocupação é fazer compras e mais compras. Eu me perdi nas minhas próprias mentiras, não sei quem sou e muito menos quem eu era. Minha família é uma farsa, todos ao meu redor são uma farsa, EU SOU UMA FARSA - gritou chorando- Me sinto sozinha, Sasuke, Sozinha!

- É isso que você acha? - Perguntei erguendo seu rosto para voltar a me encarar e continuei - Você é incrível, Sakura. Está rodeada de pessoas que te adoram, você tem sua família, nossos amigos, a Akatsuki... - Encarei suas orbes grandes e verde - Você tem a mim.

Sem pensar duas vezes ela tomou meus lábios e deu início a um beijo feroz e selvagem, nossas línguas em perfeita sincronia, seus lábios carnudos e macios me transmitiam sensações diferentes e incríveis, ela me passava paz e conforto. Seus lábios rosados sem dúvidas se tornariam o meu mais novo vício. Somos totalmente diferente, mas nos encaixamos perfeitamente, como um Yin-yang. Sem dúvidas, Sakura é o meu oposto preferido. Ela é a paz que preciso e eu sou a agitação que ela precisa, irritantemente essa garota me faz querer estar ao seu lado, me faz querer ser melhor. Isso é muito bom e provavelmente perigoso.

O beijo foi se encerrando por falta de ar, e antes de abrirmos os olhos colamos nossas testas aproveitando o restinho do nosso momento.

- Agora você está livre, Sasuke. - Falou logo após nos separarmos - Não precisa mais fingir que se preocupa comigo.

Fingir? Do que ela estava falando? Fiquei encarando seus olhos vermelhos pelo choro mais cedo e com certa dificuldade para entender do que ela estava falando, eu não compreendia e com certeza estava com uma expressão de dúvida pois ela logo continuou:

- Eu sabia da aposta desde o início. - Falou e saiu do meu quarto indo embora.

Ela sabia da aposta, ela também me enganou. Eu estava realmente irritado, confuso, bravo e até mesmo triste. Eu consegui o que queria, e mesmo assim estava triste. Sakura sabia da aposta e mesmo assim quis continuar, eu não entendo, ela me fez de palhaço.

O dia da peça finalmente chegou e fazia exatamente uma semana, três dias e algumas horas que eu não falava com ela, no corredor eu evitava passar quando Sakura estava, e no refeitório ela me ignorava e eu a ignorava. Estávamos com raiva um do outro. Somos dois idiotas por não admitirmos o que sentimos, achamos melhor sofrer do que passar por cima do nosso orgulho. Mas que ela faz falta, faz. Sakura é irritantemente perfeita, até mesmo seus piores defeitos se tornam uma qualidade quando se trata dela.

- Próxima dupla, Sasuke Uchiha e Sakura Haruno. - O professor nos chamou para apresentarmos nosso " Trabalho".

Sakura e eu subimos sem nos encararmos, ficamos um tempo em silêncio total, estava de certa forma... Desconfortável. Todos esperavam atentos e ansiosos, Sakura aparentava estar nervosa, então para ajudá-la eu comecei.

- Me desculpe! - Falei e ela me encarou, surpresa.

- Pelo o quê? - Perguntou confusa, e eu finalmente encarei os olhos que tanto me encantam.

- Por eu ser um babaca orgulhoso, pela maldita aposta, por eu fazer você sofrer, por ser egoísta ao ponto de não conseguir tirar você da minha cabeça, por não conseguir desistir de querer ficar com você, por ser tão idiota e não querer que você ache outro melhor que eu, por não querer que você me esqueça, por querer ficar com você, por não conseguir admitir antes o quanto eu gosto de você, por ser um merda.

- Isso é sério? - Se aproximou, me encarando e com os olhos levemente marejados. - O que você disse... É verdade?

- Por algum motivo eu te acho insuportável, insuportavelmente imprevisível
Incrivelmente incrível, Improvável, impossível, inevitavelmente indefinível Incontrolavelmente irresistível. De alguma maneira eu quero ser melhor, por você. Quero a todo momento te fazer feliz e não gosto quando chora, e acho fofa quando está emburrada. Você está enlouquecendo minha cabeça. De verdade.

- Eu...

- Eu gosto muito de você, de um jeito que nunca imaginei. Eu não consigo me imaginar sem você ao meu lado, por isso, toda noite me pego olhando para suas fotos com uma cara de idiota e um sorriso mais idiota ainda no rosto. Eu quero muito que seja a minha namorada. Eu não consigo entender mas, o que eu sinto é surreal.

- Aí meu Deus! - Me abraçou - É sério? Do tipo, uau, isso é realmente sério?

- Sério, do tipo, uau, isso é realmente sério. - repeti pegando na sua cintura fina, a puxando para mais perto. - Aceita ser minha namorada?

- Sim. É claro que sim.

Nos beijamos, dessa vez um beijo calmo e apaixonado. Sem dúvidas essa garota é o meu oposto preferido, ela é irritante pra caramba, mas é a minha irritante. E eu estou decidido a fazer isso dar certo.

Quando nos separamos por falta de ar, as pessoas nos aplaudiram, aplaudiram muito. Agradecemos e olhamos com expectativa para nosso professor que nos analisava.

- Parabéns... - Ele disse- Ficou muito bom. Quando as apresentações acabarem falarei suas notas.