Prólogo

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Inglaterra

Era uma vez , um lugar distante do barulho e poluição de Londres . Uma casinha pequena e bem cuidada por uma mulher e seus três filhos .

O mais velho e herdeiro de onze anos , de cabelos tão escuros como a noite e com os olhos de um gato pronto para atacar ajudava a mãe em tudo que podia , pescava , plantava e cuidava das irmãs mais jovens .

Naquele dia de sol , depois de uma longa tempestade , o menino estava em cima do telhado colocando as telhas novamente em seu devido lugar quando avistou a imensa carruagem com o símbolo de um leopardo .

Descendo rapidamente , ele foi até a mãe e as irmãs.

Sua mãe era uma figura pequena e frágil de cabelos claros e olhos pálidos tinha a bebê no colo , amamentando .

A outra irmã , dois anos mais nova que ele , estava sentada no chão com uma boneca feita de sabugo de milho e as bochechas gorduchas  coradas do calor .

- mamãe ! - gritou o menino com a voz trêmula  .

- o que é querido ? - a mãe perguntou desviando o olhar do bebê para o filho mais velho .

- é o papai - respondeu o menino tentando esconder as lágrimas .

A mãe levantou rapidamente da cadeira de balanço e guardou o seio enquanto a bebê chorava esticando as mãozinhas .

- não era para ele vir hoje - mumurrou ela tentando acalmar o bebê loirinho  - rápido querido , se esconda na cachoeira .

- não quero deixar vocês aqui - disse o menino batendo o pé .

- ele quer levar você - respondeu a mãe - se você ficar , partirá com ele .

- não quero ir com ele - disse o menino cruzando os finos bracinhos .

O pai das crianças , um aristocrata inglês rude e frio , que baniu os filhos e a esposa para uma casinha no campo , sem dinheiro ou conexão , era um homem desprezado por todos e amargurado . Gorducho como um balão parecia uma topera , mas isso não o impedia de bater naqueles que se colocassem em seu caminho

- então se esconda na cachoeira - disse a mãe - ele não nos fará mal . Quando ele for embora , irei te procurar .

Relutante , o menino correu em direção a mata a caminho da enorme cachoeira . Quando chegou lá , se escondeu atrás das grandes pedras , rezando para que deus protegesse sua mãe e irmãs de seu maldito pai .

 Quando chegou lá , se escondeu atrás das grandes pedras , rezando para que deus protegesse sua mãe e irmãs de seu maldito pai

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Já era noite , e a mãe do menino ainda não o havia encontrado como prometido . Com medo e temendo o pior , o garoto resolveu voltar para casa .

Não havia nenhuma carruagem em frente a casa . Seu pai provavelmente já havia ido em bora , correndo em direção a casa o menino quase arrancou a porta.

Na sala , estava sua irmã mais velha segurando o bebê . As duas choravam com avidez enquanto gritos vinham do quarto .

Correndo em direção ao barulho , o menino invadiu os aposentos da mãe encontrando-a deitada na cama de costas para cima com a roupa rasgada em vários lugares . De pé ao seu lado , estava seu horrível pai , com uma comprida cara verde suja de sangue .

Sangue de sua mãe .

Com os punhos cerrados , o garoto voou em direção o pai pronto para acerta-lo , mas o monstro se defendeu pregando uma surra em seu filho

- que tipo de diabinho você anda criando Sandy ? - perguntou o pai do menino fingindo doçura - os colocando contra seu próprio pai ?

- você não é meu pai ! - gritou o menino com repulsa

- sou seu pai sim ! - respondeu o homem - diferente daquelas duas bastardinhas que estão na sala .

- não irei com você ! - gritou o menino .

- é claro que vai - respondeu seu pai - você é meu herdeiro , precisa de uma boa educação .

- não irei ! - gritou o menino rangendo os dentes - não sou seu maldito filho !

- você vai - ameaçou o homem - ou sua mãe e suas preciosas irmãs irão morrer .

Diante da ameaça , o menino ficou branco . Ele sabia que seu pai não hesitaria em cumprir a ameaça .

Cedendo , ele assentiu com a cabeça deixando lágrimas caírem de seus olhos enquanto era arrastado para fora sem nem sequer conseguir se despedir de sua família .

- homens não choram - respondeu o pai , horas depois , na carruagem - homens precisam ter coração de gelo e uma mente gananciosa . Nunca chorar nem demostrar emoção alguma .

E aquela era a primeira lição que o pai daria ao menino.

A Dama do ViscondeOnde histórias criam vida. Descubra agora