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Era tarde, e fazia muito tempo que a princesa não voltava assim.
A exaustão atingiu Arisa no momento em que ela começou a subir os degraus de mármore polido em direção ao esconderijo das montanhas. Havia passado quase duas semanas viajando e passando por vários mestres diferentes porque aparentemente sob a vista de Katara, as coisas aprendidas nos seus anos em Konoha eram pífias e apenas novos mestres podiam lhe ensinar a ser uma kunoichi adequada de verdade.
Estava voltando do deserto dessa vez, depois de uma semana de aulas sobre controle elemental com um dos mestres da Areia que viviam fora da civilização de Suna. O lugar era uma academia, parecida com uma fortaleza que treinava ninjas vindo de famílias extremamente prestigiosas como por exemplo os Kashiwazaki.
Arisa não tinha dúvidas de que Sena havia sido moldada lá.
Para sua sorte ou azar, não haviam pausas entre esses mestres e era sua vez de sofrer na mão de Orochimaru... Definitivamente um dos piores de todos apesar de extremamente efetivo em seus métodos.
Arisa gostava de frequentar os esconderijos por causa dos seus garotos e por causa dos diversos amigos subordinados daquele sujeito que inevitavelmente acabavam fazendo amizade com ela. Entretanto treinar com o mestre das cobras era uma experiencia diferenciada que a princesa com certeza evitaria se tivesse a oportunidade.
Não fazia a mínima ideia de como diabos seus amigos estavam aguentando um ano ali.
Katara podia pegar pesado as vezes, a quarta lendária sannin realmente erauma mestra de punho firme, extremamente rígida e exigente com sua menina. Contudo apesar da cobrança, nela ainda havia acolhimento, sinceridade e muito coração em vez de uma ameaça clara sobre como seus corpos de prodígio seriam ótimos receptáculos.
Aquilo era loucura.
Acreditava que todo esse tempo na escuridão daqueles lugares não era suficiente para corromper a alma de nenhum dos dois, porém era impossível não se preocupar mesmo que ela esperasse pela realização de seja lá o que os dois desejavam tanto agora...
Suas botas molhadas de chuva faziam barulho pelos corredores de pedra lisa e um criado que passava por ali fez uma reverência com a cabeça, desviando o olhar ao notar o rosto abaixo do capuz vermelho ensopado. Todos ali sabiam mais ou menos quem ela era e mantiam a identidade de Arisa em segredo sob uma clara pena de morte, mesmo sem saber o motivo de seus privilégios com Orochimaru.
A princesa tomou um fôlego entrecortado e passou as mãos pelos cabelos. Antes de voltar para sua trilha naquela manhã, havia tomado um banho num lago que ostentava uma cachoeira de água cristalina. Não queria entrar no território de Orochimaru parecendo um rato imundo devido a possibilidade de encontrar Katara por ali, mas mesmo depois do banho ainda se sentia suja.
