─ 031. 𝑂 𝑝𝑟𝑖́𝑛𝑐𝑖𝑝𝑒 𝑟𝑒𝑛𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜

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Não demorou muito para que ela atravessasse todos os corredores até chegar na enfermaria do outro lado daquele grande coliseu idiota enquanto sopesava todas as decisões de sua vida até aquele ponto

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Não demorou muito para que ela atravessasse todos os corredores até chegar na enfermaria do outro lado daquele grande coliseu idiota enquanto sopesava todas as decisões de sua vida até aquele ponto.

Arisa não percebeu, mas ela estava correndo.

Seu corpo era frio, ela tinha certeza de que seu sangue ainda era azul, mas a princesa sentia que seu coração pegava fogo. Se sentia debaixo d'água desde quando deixou a arena, não percebia as pessoas em quem esbarrava e para ela todos os rostos daquele lugar eram apenas borrões de tinta. Sinceramente ela duvidava que alguém teria coragem de a parar naquela pressa desesperada e perguntar o que diabos havia acontecido, então simplesmente ignorou seu lado educado e passou por todos como se fossem apenas sombras.

Com um clique, a porta da enfermaria se abriu e a menina basicamente se atirou para dentro antes de bater a porta atrás de si sabendo que ninguém estava ali.

Ninguém estaria ali alem dele.

Ela simplesmente sabia disso.

Tinha chegado a hora.

Chega de mentiras e coisas que ela não entende.

Shoto a assistiu atravessar todas as cabines sem nem ao menos olhar se realmente ninguém estava ali. O menino deixou que Arisa caminhasse furiosa até ele com a plena certeza de que seus passos poderiam muito bem ter incendiado aquele lugar.

As queimaduras ainda estavam ali.

Por cima das cicatrizes -das belas cicatrizes que ele sempre se perguntou onde e como a princesa havia as ganhado- e das marcas de promessas que adornavam seus braços pálidos e esguios.

Ela ainda parecia perdida.

A respiração era pesada e seus olhos brilhantes tinham tomado tons de vermelho, até lembravam o aspecto da lava ou de pedras vulcânicas ativas enquanto o aro de fogo dourado incandescia selvagem ao redor de sua íris. Seu longo cabelo azul escuro ainda estava bagunçado, ela provavelmente passaria horas desfazendo todos os nós e o laço vermelho tinha as pontas queimadas.

Ela não se importava, definitivamente não deveria.

Por incrível que pareça, Arisa aos olhos dele ainda parecia linda.

E o universo ainda parecia muito cruel.

A menina tomou alguns segundos para o encarar sentado naquela maca com suas feições limpas e claras como se nada jamais tivesse acontecido, como se nada estivesse acontecendo nesse exato momento. Arisa tinha uma expressão emburrada e aquilo era a única coisa que o fazia lembrar de que a princesa ainda era apenas uma criança. Dois anos realmente eram algo extremamente distante, pareciam uma diferença absurda quando ele olhava pra Arisa dessa forma.

( 平和 ) 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐆𝐄𝐋𝐎 𝐄 𝐅𝐎𝐆𝐎 ༄Onde histórias criam vida. Descubra agora