TRÊS

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Ethan.

Eu devo ter ficado muito maluco da cabeça ao aceitar o contrato que a Eva havia me dito ser da Karen. Se arrependimento matasse eu já estava morto e enterrado.

O pior de tudo foi que eu concordei com a Eva que iria me apresentar como o dono da Nahte model no dia da festa de comemoração.

A minha família inteira, provavelmente estaria aqui e eu não me sentia preparado para enfrenta-los com tanta destreza assim.

Eu realmente gostaria de acreditar que a convivência com a Karen seria normal como se jamais tivéssemos brigado como dois cães de caça e que seria tudo flores e sorrisos. Mas, acho que no fundo eu estou muito enganado.

Sei que a Karen não é como a minha família, mas sei que ela os apoia e é a melhor amiga da família inteira. Aquela ruivinha conquistou o coração de todos por lá.

- Sabe, Eva... Eu quero realmente acreditar que a convivência vai ser boa. - falo ainda no assunto referente ao novo contrato.

- Vocês não se davam bem nem um pouquinho?- a mulher dos cabelos cacheados bem definidos pergunta me encarando.

- Tivemos um tratado de paz em um dos réveillons da família, mas não durou muito. - explico.

- por quê?- ela me observa curiosa.

- Porque o pai dela estava envolvido com muita merda e estava envolvendo a empresa da minha família também e eu simplesmente falei um monte de merda para ela a fazendo me odiar novamente.

- E era recíproco o ódio gratuito?

- Infelizmente, era.

- Eu realmente espero que a convivência de vocês melhore. Até porque assim que você assumir a sua própria empresa, tu terá que acompanhar de perto todos os acontecimentos. - ela me lembra.

- Não estou preparado para me transformar em uma pessoa pública novamente. - conto a verdade.

- Ethan, você é uma pessoa pública desde a barriga da sua mãe, então acho que você já está acostumado com todos os holofotes vidrados em você.

- Mas, já faz muito tempo. Acho que não sei mais como falar com a câmera. - deito em seu colo.

- Vamos deixar sua insegurança de lado por pelo menos alguns anos?- ela fala sério mas ao mesmo tempo brinca.- Falar com as câmeras é como aprender a andar de bicicleta. Depois que você aprende, não esquece mais.

- E se eu te contar que não sei andar direito de bicicleta?

- Eu também não sei muito bem, mas tenho certeza que falar com as câmeras você sabe muito bem.

- Minha família estará lá no evento? - pergunto levantando e indo na cozinha.

- Provavelmente sim. Eles são sua família, Ethan. - ela aparece do meu lado. - não tente evitar o inevitável e após o evento tente conversar eles, acho que vai fazer bem para você.

- Talvez eu ouça seus conselhos. - digo quase convencido.

- Só para te lembrar... - ela olha para atrás de mim. - sua pipoca está queimando. - viro rapidamente para o fogão e vejo que por pouco a pipoca que eu estava fazendo quase queima mesmo.

Coloco a pipoca em um balde específico e voltamos para o quarto onde ficamos assistindo filmes e conversando como sempre.

- A Karen é uma fofa né?- Eva pergunta.

- Tu não conviveu com ela. - falo e ela solta uma risada alta. - Ela é fofa sim, até o momento que vocês já estão íntimas um do outro e aí ela muda e vira a Karen porra louca.

- vou amar conhecer essa versão. Vi um pouco da sua família nas redes sociais e cara, seu pai é um gato!- ela fala e olha para mim indignada.

- Deixa a dona Megan descobrir isso.

- Deixa não, porque ela tem cara de brava e eu não estou afim de perder meu cabelo.

- Ela só têm a cara mesmo. Minha mãe é um amor de pessoa, mas tem a incrível mania de falar as coisas na cara das pessoas. - fixo meu olhar em um único ponto do quarto.

- Você sente falta deles. - ela constata. - Só não quer falar para não sentir ainda mais.

- Qual a faculdade que você fez?.

- Administração de empresas por quê? - me olha sem entender.

- Por que eu acho que você deveria fazer psicologia. Tem muito mais haver com você.

- Então, você realmente sente saudades deles?- ela se senta na cama.

- Sim, eu sinto saudades deles. Poxa, Eva eles ainda são minha família.- sinto uma tristeza me corroer no mesmo momento.

- E é por esse motivo que essa comemoração do contrato é tão importante, amigo. Você irá mostrar a eles que não é mais aquele homem que um dia se afundou nas drogas e que não conseguia sair por nada do fundo do poço.

- Não que as vezes eu não use um pouquinho...

- Mas isso está de boa, desde que não seja como você usava antes. Hoje, eu sei que você usa quando tá nervoso e serve para te acalmar, mas nem todos sabem disso...

- E não vão saber! - digo convicto.

- Então, vamos começar a melhorar mais, Senhor Ethan. - ela engrossa a voz.

- Pode deixar capitã erva!- brinco com o nome dela.

- Erva é o seu...-  interrompo.

- Tu sofria bullying na escola por causa do seu nome? - mudo de assunto antes que ela me expulse da minha própria cama.

- sofria com o mesmo apelido que tu " inventou " , mas eu levava na esportiva e dava risada e só depois que eu cresci que vim entender que era bullying e você já sofreu na época da escola?

- Eu não sofri nenhum ainda bem, mas eu fazia de tudo para o Liam não sofrer.

- Ele me parece bem calmo e mesmo que eu já tenha o visto surtar, é algo raro.

- Sim, mas antes do nosso pai colocar ele no box, ele descontava a raiva em todo mundo que ousasse trombar no caminho dele, então eu tinha que fazer de tudo para ninguém falar uma merda. Na família, a gente chamava ele de Hulk.

- Seria engraçado se esse apelido tivesse pegado.

- Seria mesmo, mas íamos tomar vários socos na boca.

- Isso é fácil resolver. Só fazer uma parceria com algum dentista. - ela me faz rir.

- as vezes você é muito besta!- Falo controlando minha risada.

- Eu só sou uma excelente resolvedora de problemas, meu caro melhor amigo. - ela fala e deita do meu lado. - Agora, passa essa pipoca para cá e da play no filme.  - ela manda.

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ETHAN #6 - DOIDAS POR UM TERNO NOVA ERAOnde histórias criam vida. Descubra agora