Cap 08

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"Deem uma companhia ao solitário e ele falará mais do que qualquer pessoa."

Cesare Pavese


Já se perguntou o por que de alguém ser solitário? Será que é por ser introvertido? Ou será que guarda um trauma? Talvez só não goste de conversar? Talvez precise de ajuda. Existem muitas variáveis, algumas certas outras erradas, a não ser que você pergunte sempre existirá essa dúvida, sempre existirá essa incógnita. As vezes nós somos os responsáveis por esse distanciamento, já parou pra pensar se alguém já se afastou de todos por algo que você disse ou fez? 

Vocês acham que uma pessoa deve se afastar do resto da sociedade por cometer um erro?

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Bianca estava pronta pra sair correndo ou pular no que quer que fosse responsável pelos barulhos assustadores que rodeavam a quadra, a cada passo o medo só aumentava e por um momento ela cogitou voltar e se esconder atrás de um dos bancos da quadra, não era o melhor dos esconderijos, mas daria mais tempo de vida a ruiva, porém assim que ela se virou para se esconder uma voz chamou sua atenção, uma voz que ela nunca tinha ouvido.

— Eu posso jogar com você?

Era uma voz doce, um pouco rouca, mas gostosa de ouvir. Aos poucos Bianca foi virando o corpo para ver quem era, quem ela encontrou a encarando um pouco envergonhada foi a pessoa que a ruiva menos esperava, Eduarda estava na sua frente e tinha falado com ela, só podia ser coisa da sua cabeça, com certeza era um sonho.

— Eduarda? — A voz de Bianca claramente demonstrava choque, por ter ouvido a morena falar pela primeira vez e por encontra-la fora do orfanato, porém logo a ruiva se tocou que para alguém que não tinha o costume de falar, receber a reação de Bianca não foi muito bom. — É... É c..la..ro que você p..po..o..de jogar, quem sabe você não consegue me ajudar na finalização. — A ruiva disse gaguejando e com um pouco de vergonha, logo abrindo um sorriso sincero.

Tudo que a mais alta recebeu foi o silêncio e um sinal de cabeça, a realidade é que nem Eduarda tinha certeza se tinha realmente dito alguma coisa ou apenas pensado.

— A sua voz..... Ela é...... muito bonita. — Bianca ainda um pouco sem jeito tentou começar uma conversa para assim talvez trazer um pouco mais de segurança a morena. — Eu não sabia que gostava de esportes. — Mais uma vez, silêncio.

Eduarda sorriu também dessa vez, mas sem mostrar os dentes. A morena começou a pensar nas coisas que fez e que deixou acontecer naquele dia, porém seus pensamentos foram interrompidos pelo som da bola sendo batida no chão, ela nem percebeu que Bianca tinha se afastado, mas quando viu o corpo suado da garota que usava uma regata preta com uma faixa branca e outra vermelha, a famosa camisa do time de Portland, todos os problemas pareceram se esvair, a garota a sua frente brincando com a bola de basquete era linda e merecia toda a sua atenção naquele momento, não permitira que seus traumas e inseguranças impedissem aquela oportunidade, e foi assim que ela decidiu que por um dia viveria de verdade ao lado da garota que estava apaixonada, talvez não da forma que gostaria pois Bianca parecia ainda estar no armário, mas já era um grande avanço. 

A menina não tinha dúvida nenhuma de que estava apaixonada pela Oledon, então apenas deixou acontecer.

Eduarda se aproximou da ruiva devagar e em silêncio, quando a mais alta menos esperava a morena apareceu roubando a bola e correndo pela quadra enquanto a batia no chão, Bianca se alegrou e logo correu acompanhando a outra ao mesmo tempo em que as duas disputavam a bola sorrindo,  desviar das tentativas de roubada de bola de Bianca era o mais difícil, mas assim que conseguiu Duda correu e lançou a bola na cesta, marcando três pontos de uma vez só e comemorando com gritos e dancinhas. A ruiva ficou impressionada com a habilidade da mais baixa, não estava esperando por tanta velocidade e precisão, mas além disso Bianca ficou feliz ao ver que a garota órfã estava se divertindo tanto quanto ela.

Quase Invisível (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora