Cap 15

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A raiva é um sentimento muito poderoso, mas é a culpa que nos destrói.


Stefan Salvatore


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Encarando um ponto vazio naquele quarto branco de hospital, Jane Doe revivia todas as cenas de sua última missão em sua cabeça, principalmente as cenas específicas que a levaram até aquele ambiente barulhento, cheio de ruídos de máquinas, aquela era a primeira vez que uma de suas agentes ia parar no hospital com um quadro clínico tão sério, geralmente ela acabava se machucando, mas só ela. A capitã não fazia ideia do que deveria fazer, como prosseguir, como salvar aquela garota tão jovem que ela não foi capaz de manter segura? O que ela deveria fazer? Ligar para alguém? Mas Léa já era adulta, não precisava de um responsável, ela estava tão confusa e olhar para aquela cama com um corpo conhecido imóvel sem dar nenhum sinal de melhora, era a pior coisa do mundo, só brincava ainda mais com o seu psicológico. 

— Nada novo capitã? — Nile pergunta assim que entra, assustando a mulher que se virou rápido em sua direção, já com a arma na mão. — Ei relaxa, foi só uma pergunta. — Levantando as mãos como se estivesse sendo rendida a morena diz.

Jane abaixa a arma ainda ofegante pelo susto, não tinha ouvido o barulho da porta se abrindo, estava muito focada em seus pensamentos.

— Você tá bem? — Nile pergunta, nunca tinha visto a capitã tão perdida, parecia que ela não sabia o que fazer, Jane sempre foi muito segura em todas as decisões que tomava, assim que fez a pergunta a morena se arrependeu.

— É claro que não estou bem Freeman, nós falhamos hoje, falhamos muito. — A capitã reponde irritada, encarando os olhos da mais nova. — A Oledon está nessa maca por nossa culpa, nós falhamos, resolvemos o caso e prendemos os culpados, livramos aquelas mulheres, mas de qualquer forma nós falhamos, nós colocamos a Léa nessa cama, nós colocamos ela naquelas cirurgias, permitimos que uma de nossas companheiras se machucasse e agora ela está tentando lutar pela vida Freeman, nós falhamos, nada está bem. — Gritando a mulher diz o que estava entalado em sua garganta, terminando o desabafo com a voz chorosa, ela estava muito cansada de tudo aquilo.

Percebendo o estado de sua chefe a ex-fuzileira tenta se aproximar, porém só a menção da morena em dar um passo a frente foi o suficiente para que a capitã se virasse para o lado contrário e passasse a encarar a parede branca com os braços cruzados, a mais nova sabia o que deveria fazer naquela situação, não porque já tinha passado por aquilo e sim porque conhecia a única pessoa que realmente entendia e tinha liberdade o suficiente para conversar com a moça tatuada sobre qualquer coisa, pensando nisso Nile deixa o quarto, ligeiramente chateada por não ter ao menos conseguido conversar com sua amiga Léa, mesmo que a menina não pudesse lhe responder, estava precisando de um tempo sozinha com a mais nova. Pouco tempo depois uma mulher alta de cabelo curto entra no aposento hospitalar da Oledon e caminha até o lado da cama, contrário a capitã, onde tinha apenas a janela e uma poltrona, ela para na frente da menina entubada e fica encarando o rosto pálido, porém sereno.

—  Foi uma noite difícil. — Diz calmamente, tentando mostrar para Jane que não estava ali para discutir ou para atacá-la. — Nós duas conhecemos essa sensação. — Continuou falando ainda encarando o rosto sereno de Léa. — Esse sentimento horrível de impotência, eu sei como tá se sentindo, elas são tão jovens e nós colocamos elas nisso, quando eu trouxe a Nile, ela estava tão quebrada, tinha acabado de ver tudo que os homens são capazes de fazer dentro de uma área de guerra e eu achei que trazer ela pro FBI fosse ajuda-la, por conta do nosso trabalho, nossos casos, nossas investigações, por saber que estava do lado certo dessa vez, acontece que o nosso mundo só piora Jane, não podemos salvar tod.....

Quase Invisível (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora