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Londres, 30 de setembro de 2022

Já se passou um mês que eu conheci o Tom, dois meses que estou aqui em Londres, estamos no último dia de setembro.

A cada dia que passa mais próximos nós ficando, afinal estamos o tempo todo juntos. Nos vemos durante a semana, nos finais de semana que ele não fica com as filhas dele, eu fico o final de semana todo na casa dele. Nós dois gostamos mais de ficar em casa, aproveitando a companhia um do outro, mas de vez em quando, nós saímos. Ele me levou para conhecer alguns lugares muito legais aqui em Londres, estou aprendendo muito da cultura inglesa com ele e estou amando cada segundo.

Anna também ficou mais próxima dele, já que ela foi jantar na casa dele algumas vezes, foram ótimos os momentos que passei com os dois.

Já tem um tempo que eu não me preocupo mais com o futuro, eu já aceitei que estou caidinha por ele, que ele me faz feliz e me faz querer ficar 24 horas ao lado dele. Desisti de lutar contra meus sentimentos, desisti de mentir pra mim mesma.

Hoje é mais um dos finais de semana que as meninas não vão ficar com ele, então é sexta a noite e eu já estou aqui na casa dele. Decidimos pedir comida hoje, ao invés de fazer. Pedimos uma comida japonesa e comemos acompanhado com um vinho.

Deixamos todas as vasilhas na pia e sentamos no sofá para aproveitar a companhia um do outro.

-Eu estava pensando esses dias – olhei pra ele e ele fazia carinho nas minhas pernas que estavam no colo dele – Porque você decidiu fazer medicina?

-Quando eu era pequena eu queria ser repórter, sempre achei muito legal aquelas mulheres bem vestidas na televisão – falei rindo – Até que um dia minha vó estava cuidando de mim e da minha irmã, e ela passou mal na nossa frente, eu liguei para a ambulância e eles ficaram conversando comigo, me falando o que fazer até eles chegarem, quando eles chegaram eu fiquei impressionada como eles lidaram com tudo. Eu e minha irmã fomos para o hospital também, porque não podíamos ficar sozinhas, e eu fiquei impressionada com a ambulância, achei muito legal – nós dois rimos – No hospital o médico veio conversar com nós duas, mais comigo, porque a Mari tinha uns 3 anos, e esse médico foi tão legal, ele prometeu que cuidaria da minha vó, e ele realmente cuidou. Então depois dessa experiência eu fiquei apaixonada com a medicina, vivia dizendo que iria ser médica – terminei de falar sorrindo.

-Primeiro de tudo, sua avó tá bem?

-Tá sim, ela é uma senhora de 72 anos muito ativa, ficou super orgulhosa quando entrei na faculdade e mais ainda quando me formei.

-Sua família deve ter muito orgulho de você – ele fez carinho no meu rosto e eu sorri – Achei muito legal sua história, é incrível como certos momentos na nossa vida define o resto dela né – assenti.

-Eu nunca tinha pensando em medicina antes, e depois do que aconteceu era só o que eu sabia falar, e hoje não me vejo fazendo outra coisa.

-Eu acho que a medicina combina muito com você, principalmente depois do que eu presencie no restaurante.

-Obrigada – sorri e ele me deu um selinho.

-E como você decidiu que iria se especializar em obstetrícia? – eu respirei fundo na mesma hora e ele me analisou – Você sabe que não precisa me contar né?

-Eu sei, mas não vejo problema em te contar, só é complicado – suspirei e me virei mais pra ele.

-Tem certeza que quer contar? – assenti e ele segurou minha mão.

-Você sabe que eu namorei meu professor da faculdade né? – ele assentiu – Nós ficamos juntos durante quatro anos, quando tinha um pouco mais de um ano que estávamos juntos, eu descobri que estava grávida e eu tomava anticoncepcional na época – ele arregalou os olhos levemente em surpresa – Eu demorei a aceitar a gravidez, eu sempre quis ser mãe, mas não estava nos meus planos engravidar no meio da faculdade, já o Rafael ficou pulando de felicidade. Eu fui fazer as consultas de pré-natal e os exames, eu fiz o ultrassom e quando eu escutei o coração do bebê, eu me derreti e me apaixonei na hora – dei um sorriso ao lembrar daquele dia e senti o Tom apertando minha mão – Eu planejei tudo, o bebê ia nascer em fevereiro, então eu ia trancar um semestre e depois ia conciliar tudo. Com quatro meses nós descobrimos que era uma menina, e eu comecei a fazer o enxoval, junto com minha mãe que estava muito empolgada, Rafael também comprava um tanto de coisa – eu parei um pouco e respirei fundo.

Don't Wanna Fall In Love | Tom Ellis Onde histórias criam vida. Descubra agora