We'll be a fine line H.S

26. Lua do Canyon

10 de agosto de 2018. Los Angeles.

Duas semanas se passaram e eu fui levando o mais deprimente possível, fazia o que tinha que fazer, não saia para onde as meninas me convidavam, ficava o resto das minhas horas vagas em casa. Eu só pensava no Harry e no quanto eu queria ficar com ele. Não importa o que iria acontecer, se quisesse que déssemos certo, eu tinha que saber lidar com o que vinha junto dele.

Harry estava errado afinal de contas, a cada dia que se passava eu tinha certeza que o que eu mais queria era ficar ao lado dele, a cada dia eu ficava mais determinada. E foi por isso que eu comprei minha passagem para Los Angeles, vamos nos encontrar e vamos tentar mais uma vez.

Ele ainda está inseguro sobre isso, já deixou bem claro que não quer me machucar de qualquer forma. As vezes eu acho que ele não quer nada mais comigo e só não sabe como dizer isso de uma forma educada, vamos dizer assim. Perguntei isso para ele ontem e ele disse que não era nada disso.

É por isso que quando terminei de falar com ele no telefonema a duas semanas atrás, quando eu literalmente implorei para voltar com ele, eu me desconcertei toda quando ele falou a verdade. Entendi de forma errada tudo o que ele disse, não, para falar a verdade, eu não gostei nenhum pouco do jeito que ele falou, gelou todos os ossos do meu corpo, ele me deixou aterrorizada com a ideia de me deixar.

Eu não saberia o que fazer se algo dessa forma acontecer, eu simplesmente adoro tudo nele.

Agora estava escolhendo uma roupa para mais tarde, esperando dar a hora de ir me arrumar e finalmente nos encontrarmos. Decidimos ficar na casa de Harry por precaução, seria muito precipitado ir a algum lugar público por agora e não queremos nos preocupar com isso.

No entanto, eu preferi ficar em algum hotel, Harry insistiu que era pra eu ficar com ele na sua casa, mas certamente eu não aceitei pelo fato de que não sabemos o que vai ser.

Meu celular apita me avisando que havia chegado uma nova mensagem.

Harry: Estou passando ai para te pegar.

ok, eu posso conviver com isso. Respondo que está bem e trato logo de ficar pronta.

A coisa toda era confusa, estava me arrumando para ir a um "encontro" com meu ex namorado que talvez possa voltar a ser meu atual ou não? Encaro isso como se fosse o início, acho que pode parecer mais sensato.

...

No caminho até sua casa, eu comecei a me sentir estranha, não sei dizer se era porque ficamos tanto tempo separados, digo, ficamos meses sem nos ver e quando isso aconteceu terminamos tudo, e agora isso. Não trocamos muitas palavras, e estou incomodada com isso. Comecei a me arrepender várias vezes durante essas semanas, mas agora parece que não tem como fugir.

- Você se arrepende? - Pergunto rápido.

- De que? - Harry franze a testa em confusão.

- De mim? - Estou com medo, algo lá dentro me diz que sim.

- De jeito nenhum, amor. - Ele é rápido em responder.

- Ok.

- Por que isso?

- Eu só...não sei. - Dou de ombros. - Tenho medo de ser a única tentando.

Minhas mãos estavam entrelaçadas apoiadas na minha coxa, eu tinha um costume horrível de ficar cutucando minhas unhas quando eu estava nervosa ou ansiosa, quando era pequena eu roía elas, mas essa fase passou, agora o que nunca me deixou foi isso. Tanto é que eu tenho que as vezes beliscas meus dedos para não mexer nas unhas quando elas estão feitas, como agora.