Capítulo XI

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“ Nasci pra ti antes de haver o mundo.”

                                 Fernando Pessoa

 

  

     Na volta para casa, conversamos sobre, artes, poemas e Van Gogh, anda risonho ao meu lado, enquanto gosto de Fernando Pessoa “ Navegar é preciso, viver não é preciso.”, ele Vinicius de Moraes, recordo de um poema bem bonito, aliás, “soneto de Fidelidade.”, havia colado no caderno na oitava série.

      - Van gogh, foi um artista e tanto, entretanto, não era feliz, vivia sozinho, e a arte o salvara por um tempo, infelizmente, a depressão o levou, já olhou o filme “Com Amor, Van Gogh.”?- enquanto dirigia o carro.

      - Já olhei sim, é extremamente triste , chegou arrancar um pedaço da orelha, o sonho dele era viver uma história de amor, porém, tanto amou e nunca foi amado, acabou refugiando-se nas pinturas, a pior solidão é a saudade de si mesmo, não aguentou. Sabe por que Fernando Pessoa morreu?- perguntei.

      - Não, de quê?.- dobrando a esquina.

      - Excesso de bebidas alcoólicas, e sua última frase foi “ Eu não sei o que o amanhã trará.”,  tudo em exagero esconde uma falta, teve uma única namorada a Ofélia, mas, não ficaram juntos.

      - Apresentei no médio um poema dele, a Tabacaria, achei lindo.

                “ Não sou nada,

                  Nunca serei nada,

                  Não posso querer ser nada,

                  À parte disso, tenho em mim, todos os sonhos do mundo.

      - Sério?, é o meu favorito, tenho ele pintado na parede do quarto.- confessei                 

      - Que bom!, minha parte favorita é a das janelas.

                   “ Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe, quem é.”- como é sua a do quarto.- desligou o rádio.

             - Uma cortina azul, isso importa?

            - Claro!, é o modo você enxerga o mundo, sente, os amores , a busca infinita pela felicidade, a perspectiva, entendeu?.- parando o carro.- chegamos.

             - Obrigada, pelo passeio.- dei um beijo no rosto dele.- E por apenas me escutar.

             - Capaz, amigos são pra isso mesmo.- sorrindo.

          A maior e melhor das conexões, ocorre entre duas almas, tipo um rádio, a música toca sem nenhuma dificuldade.

        

Para sempre, CharlieOnde histórias criam vida. Descubra agora