Com um empréstimo enorme, que pegou para ajudar no tratamento de saúde do seu pai, Victória não viu outra saída: precisava abrir mão do sonho de seguir na carreira em medicina veterinária e ir trabalhar de motorista particular para um juiz renomado, lindo e difícil. Ela era uma jovem de 24 anos mas foi obrigada a amadurecer muito cedo com a doença do seu pai. Agora, sozinha, a única coisa que Victória tinha em mente era pagar esse bendito empréstimo e voltar a correr atrás dos seus sonhos. Henrique Bianchinni era um famoso juiz de direito na vara penal. Sua popularidade foi alcançada por presidir júris polêmicos que condenaram alguns chefes do tráfico e pessoas públicas. Graças a isso, era um homem precavido e não saía de casa sem que estivesse cercado de toda segurança possível. Achou um erro quando o seu assistente, Rodrigo, contratou uma fedelha para ser sua motorista particular. Apesar da idade, a menina tinha experiência ao volante e era bastante esperta, passou em todos os testes. E ele não tinha argumentos para ir contra. Mesmo assim ele ainda preferia que não fosse ela e tinha medo de acontecer alguma situação de risco e ela não ter desenvoltura. Henrique também era pai de Beatriz que morava com a mãe e temia pela segurança de sua filha, que ainda era uma criança. Com ele, apenas Dorah, sua cadela de estimação para colocar vida naquele triplex onde ele residia. Ambos estavam focados em seus trabalhos e não queriam ninguém nesse momento da vida. Já tinham problemas demais para lidar.
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