27| Amaldiçoada

872 85 1
                                    

Arabela me arratou até sua casa e então eu soube que ali minha sede seria findada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Arabela me arratou até sua casa e então eu soube que ali minha sede seria findada. Não precisei de muita conversa para convencê-la a sair por aí, e a ideia de ir até sua casa não me deixou muito confortável, pois eu sabia exatamente o que ela queria e aquilo não me agradava. Nossas bocas estavam grudadas enquanto ela fechava a porta e depois pulava sobre mim, enroscando suas pernas em minha cintura. Joguei seu corpo contra a parede e ela arfou, soltando uma risada eufórica.

Subi as escadas com ela ainda presa em minha cintura e caímos em sua cama. Seus beijos eram vorazes e cada vez mais famintos. Não consegui acompanhar seu ritmo e acabei ferindo seus lábios com os dentes, que já estavam grandes e afiados com a proximidade da presa. O gosto de sangue me deixou entorpecido e logo eu sabia que perderia o controle. Pensei em uma forma mais rápida de matá-la, mas eu sabia que se Arabela fosse encontrada morta, Sora seria uma testemunha, tendo nos visto juntos.

- Nero, espere! – ela falou, arfando. – Preciso trancar a porta, meus pais podem voltar a qualquer momento. Caso aconteça você pula pela janela.

- Não me faça esperar – grunhi, sentindo a pressão em meu maxilar fazer meus dentes doerem. Eu apenas queria me alimentar e ir embora, mas teria que articular algo melhor para que ela não saísse morta. – Talvez eu mostre a você algo novo, Bela.

- Mesmo? Eu gosto de coisas novas, como você – ela foi até a porta e a trancou, depois voltou para a cama e sentou-se em mim. – Vamos continuar de onde paramos.

Não recordo a última vez em que deitei com uma mulher, de como as sensações poderiam ser variadas e como o corpo se comportava com aquilo. Me senti estranho, deslocado em hábitos que já não mais me pertenciam. Arabela era quente e excêntrica, tão rápida em despir nossas roupas que mal notei quando nossos corpos já se encontravam enroscados. Arranhando minhas costas o tempo inteiro, ela não notou quando os arranhões sempre se fechavam rapidamente. Me perguntei se ela estaria assustada com minha repentina mudança, como as unhas negras e os dentes que cresceram bastante nos últimos instantes. Ela nada fez além sorrir para mim e me lançar um olhar que eu pude jurar avistar compreensão. Arabela rolou para o lado quando terminamos, limpando o suor da testa.

- Eu fiquei um pouco assustada, mas gostei – murmurou, fitando o teto. – Você não é mesmo um primo de Lili, não é?

- Não – admiti, virando a cabeça para ela. – O que você acha que sou?

- Não sei, você é esquisito – ela riu. – Eu digo... esquisito de um jeito diferente, sabe, como se você fosse algo além de um ser humano. Você me parece mágico.

- Talvez amaldiçoado – suspirei. – Você está certa, talvez eu seja uma criatura mágica – rimos em uníssono e então comecei a tentar manipulá-la, fixando meu olhar no seu. – Agora que você me descobriu, me deve uma coisa.

- Temos uma dívida agora? – ela ficou mais próxima, dando um leve cutucão em minha testa. – Então vamos, vou pagar esta dívida agora mesmo. Vamos patinar.

SOMBRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora