20 × nossos passados nos condenam?

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(imagine aquele capítulo filler... então, é basicamente um desses)









A sensação de ser chamado na escola por causa de seu filho foi uma coisa estranha pra ele. Kakashi se sentou na frente de Iruka pela primeira vez por algo que não fosse relacionado às aulas, ou à arte ninja. Porém, no fundo, não pode negar que se sentiu levemente agraciado por estar em uma condição de pai, mesmo que fosse, no fundo, péssima.

─ Kakashi-san, não queríamos preocupar você ou a Kalmia-sama, mas queríamos ajudar o máximo possível na formação de suas crianças, você melhor do que eu mesmo sabe como nos sentimos em relação ao nosso dever com os futuros ninjas.

─ Qual o problema, Iruka? ─ pergunta, cruzando as pernas do outro lado da mesa do diretor.

─ Kakeru-kun é muito quieto ─ Kakashi ergue a sobrancelha, como quem pergunta o porquê disso ser uma novidade. ─ O Conselho achou melhor chamar você ou sua esposa, você sabe como procedemos... longe de nós envolver-nos e sermos tão intrusos...

─ Iruka... ─ Kakashi chama, o tom cansado diz claramente que o amigo não precisava de todo esse prefácio.

─ Vocês estão com algum problema familiar que o possa estar afetando?

Kakashi respira profundamente.

─ Vejamos... ─ sopra, erguendo a sobrancelha enquanto o olhar caído se mantém pensativo sobre a mesa, a cena paralela vívida em sua mente:

Kakashi, Kalmia e Kaizuka brincam um com o outro no chão da sala. A menina morde o braço do pai, ele expressa uma careta de dor sentindo os dentes afiados desenhar uma marca avermelhada, bem em cima da sua tatuagem no braço esquerdo.

O banco imobiliário todo montado no centro da casa, com os quatro de pernas de indiozinhos em volta do mesmo. Kakeru joga também, e ri da situação dificultosa que sua irmã metia o pai. Kakashi percebe que ele interage perfeitamente com Kalmia, ainda mais com Kaizu, mas quando é com ele, Kakeru não consegue disfarçar, imediatamente se retrai, deixa o pai extremamente entristecido.

Porém, Kakashi não queria estragar as relações que já não eram das melhores. Por isso ele não deixa sua tristeza transparecer, ele continua entusiasmado, tratando Kakeru do mesmo modo que trata Kaizuka.

─ Kakeru ─ o chama assim que entra na sala outra vez, depois de deixar Kaizuka adormecida em sua cama. Kakeru continua arrumando suas coisas para a aula, sequer o olha para resmungar:

─ Hm?

Kakashi pensa um pouco, e retirando a bandana, se aproxima, convidando-o:

─ Que tal o nosso banho, uh? O que me diz?─ sorri com os olhos, sentindo o coração acelerar brutalmente em seu peito.

Kakeru pensa a respeito, e desenrolando as ataduras que o pai o ensinou a amarrar, suspira:

─ Valeu, pai ─ diz, afastando-se no corredor. ─ Já tomei banho.

Toda a situação acaba deixando Kakashi um pouco mais estressado que o normal, o faz tirar a camisa, jogando-a junto da bandana enquanto cai no sofá. O jeito que ele bufa, frustrado e quieto demais, recluso com sua incapacidade dentro da própria cabeça, deixa uma Kalmia irritada, que passa por ele como quem arranca suas roupas de cima do sofá.

─ Eu pareço a porra da sua empregada? ─ diz, de carranca azeda e um coque que já caía sobre seus ombros.

Kakashi ergue a cabeça, elevando a sobrancelha riscada em sua direção.

─ O quê? ─ pergunta, um pouco irritado.

─ Você vai continuar deixando tudo atirado nessa merda dessa casa? Depois quer saber porquê anda todo mundo louco aqui e...

GRITE Shippuden - Hatake KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora