23 × o céu aberto novamente em casa

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Sakumo nunca havia parecido tão saudável aos olhos de Sasuke quanto agora. O pai olha o menino concentrado no jardim, sequer se importava com os cabelos que cresciam um pouco dos lados de seus olhos. A escuridão dos cabelos, dos olhos, a leve marca de expressão... Em muito seu caçula lembrava-lhe Itachi.

Principalmente quando o garoto voltava-se a ele, como quem não quer nada, chama:

─ Otousan...─ é aquele mesma expressão vazia que Sasuke lhe dá, o coração, entretanto, acelera gradativamente. ─ Por que Kakashi-ojisan ainda não trouxe a Kaizu-chan?

Sasuke sopra uma frustração imperceptível para seu filho.

─ O velho tá com alguns problemas com o Kakeru, não sei se sua amiga vem hoje.

─ Pai ─ a voz repreensível de Sarada ecoando em suas costas faz Sasuke encrespar o cenho com culpa, como tivesse dito algo errado. Sem entender bem o porque a filha usou tal tom, ele pergunta com os olhos qual o problema.

─ Não se preocupe com isso, Onee-chan ─ a garota que estava tão alta quanto o Shadow-hokage curva-se minimamente, afagando o topo dos cabelos de Sakumo. ─ O pai vai levá-lo até lá...

─ E deixar vocês dois sozinhos? ─ estala a língua no cantos dos lábios. ─ Nem se a Quinta Guerra começar aqui e agora, Sarada.

─ Sasuke-san ─ a voz enfática de Boruto ecoa já entusiasmada. ─ Eu sei que o senhor gosta de mim e.... ─

─ Cala boca, Boruto...

─ O merda do seu namorado está falando comigo, Sarada?

Chegando com as compras do mercado, Sakura ri, dizendo: ─ Deixa de ser chato, Sasuke-kun. Leve ele lá, eu tomo conta desses dois...

─ Na verdade... Sasuke-san, Saky... ─ imediatamente Sasuke semicerra os olhos para a miniatura de seu melhor amigo, achava o garoto petulante demais para com sua esposa. ─ Sarada e eu vamos dar uma volta... ─ Sasuke vê sua filha já pegando a bandana vermelha para pô-la na cabeça, estrelaçando seus dedos aos do namorado para arrastar ele para fora de sua casa antes que o pai pudesse falar algo embaraçoso.

Sasuke, porém, apenas diz:

─ Dez horas.

─ Hai ─ Boruto lhe entrega uma continência imediata, saindo em seguida pela porta da frente.

Sasuke espera-os se afastar um pouco para agachar-se em frente ao filho, e mesmo que o garoto já fosse um tanto crescido, ainda adorava a sensação de altura que lhe recaía sempre que andava nas costas do pai. Sasuke ergue o menino e acena para Sakura quando Sakumo se agarra nele, caminhando vagarosamente até a casa de Kakashi.

Era perto das dezessete horas de uma sexta de temperatura amena e Kakeru recolheu suas coisas, desvincilhando-se dos olhares dos colegas que queriam conversar e marcar treinos conjuntos enquanto ele se escondia pelos corredores da Academia até chegar, sozinho, na biblioteca da Escola.

Sigilosamente, Kakeru olha ao seu redor, certificando-se de que não havia ninguém naquela ala. Sozinho, ele tira as anotações da mochila e busca a identificação dos livros que procurava por ordem numéricas. Achando-os, Kakeru isola-se o máximo possível, para, sozinho, ler mais a respeito da ANBU de Kakashi.

Desde sua fundação, e todas as coisas horrendas que a fizeram extremamente necessária na época que seu pai tinha pouco mais do que sua idade ─ treze anos, para ser mais exato.

Com os pensamentos muito tumultuados, Kakeru recolhe suas coisas, percebendo que já estava um pouco atrasado para voltar para casa. Lembrando do que seu pai lhe prometeu na última vez em que ele saiu sem avisá-los, o menino recolhe suas coisas com pressa, apressando o passo na saída da escola.

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