03 × o elemento das crianças

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─ Dê um beijo na sua pimpolha por mim ─ Kalmia sorri e abana em direção à Hinata, mandando carícias à Hima que era apaixonada pelo seu bebê.

Kakashi se despede do casal que eram os últimos da família a deixarem a janta preparada para a singela comemoração, desta vez, Iruka pôde comparecer e até Tsunade deu uma passadinha na casa dos recém-casados para deixá-los um presente.

─ Vamos beber? ─ Kakashi brinca com Kalmia, referindo-se à bebida cara que a Senju os havia dado. Ela ri fraco, para não acordar Kakeru que dormiu abaixo de resmungos em seu colo.

A mulher sequer conseguiu tirar o quimono, o bebê estava muito agitado esta noite e todo o choro havia o cansado, e ao invés de simplesmente dormir, Kakeru queria reclamar para seus pais, resmungando baixinho num som ininterrupto.

Como a primeira noite de qualquer recém casado, eles não conseguem se divertir, nem pensam em tomar banho juntos. Estão definitivamente exaustos. Mas diferente de muitos outros, eles se sentem tão ansiosos como todos os que esperaram a vida toda pra acordar pela primeira vez ao lado de seu amor, mesmo que estejam minimamente acostumados com isso.

─ Vou primeiro, tá?! ─ Kakashi sussurra sobre a cabeça dela, enquanto Kalmia encosta o rosto sobre o ombro apoiado no berço de Kakeru, o braço para dentro do cercadinho batia na bundinha do menino tentando niná-lo para que ele durma.

─ Ok... ─ fala tão baixo quanto ele, não queriam chamar atenção do manhoso e acabar por acordá-lo de vez.

Kakashi vai para seu banho e estranha a si próprio por se perceber quase que a noite inteira sem sua máscara, pior que isso é a sensação estranha na testa, sem o apoio de sua bandana ninja.

Ele estava tão atento à ela que sequer havia reparado nesse detalhe desde a hora que chegou àquele cartório.

Kakashi toma seu banho sem demora, estava começando a sentir os olhos pesados. Os ombros também doíam um pouco por ter ficado a noite toda praticamente com o filho no colo.

Com um pouco de dor no ombro direito, posto pra dentro do berço de Kakeru, Kalmia se afasta silenciosamente ao ver seu marido sair do banheiro. Ela caminha de fininho para fora do quarto do bebê e deixa a porta entreaberta, deixando a luz na segunda fase.

Kalmia pega uma toalha no armário e tenta passar reto por Kakashi no corredor, a faz perceber que essa casa havia paredes demais pra ela ser facilmente interceptada.

─ Não demora ─ ele pede. Ela se arrepia.

Kalmia apenas ergue os olhos para ele, correndo o olhar do seu toque aos olhos dele, impede Kakashi de soltá-la. A resistência dele e a vontade visível de tocá-la a faz sorrir.

O sorriso dela o puxa para mais perto. O cheiro de sabonete, de xampu e de Kakashi a faz fechar os olhos, concentrando-se o máximo que podia em senti-lo perto de si.

─ Você não tem noção do quão linda está ─ Kakashi sopra pra ela, erguendo o rosto que brilhava numa mistura perfeita de maquiagens e a luz natural dela. Pela proximidade, ele esperava um risinho, mas como em tudo ela ainda o pega desprevinido, Kalmia sorri.

Um sorriso tão largo e brilhante que o puxa para beijá-la, quase desesperadamente, sabendo exatamente onde acabariam se o beijo continuasse num ritmo assim.

─ P-are... ─ as mãos quentes espalmadas no peito dele o afastam. Ele literalmente adorava vê-la assim, ruborizada, entregue à sensação.

O que Kakashi odiava era precisar se afastar. Mas ele o faz. Se afasta e a deixa ir sossegada para seu banho. Cinco minutos sem Kalmia e ele está com raiva, deitando-se na cama e olhando para o teto com desdém ao lembrar o filho da puta do escrivão.

GRITE Shippuden - Hatake KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora