21 × o ciúmes de Kalmia e sua punição

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Kakashi já não estava suportando a distância imposta por Kakeru. Antes ele estivesse apenas o evitando, o cortando, ignorando completamente os sentimentos do pai. Quando o menino começou a irritar Kaizuka, e se isolar de Kalmia também, Kakashi parou-os na porta onde se aceitavam para irem à escola e disse:

─ Esperem aí ─ amarrando a bandana em sua testa. ─ Vou junto.

Kakeru não disse nada, nem Kalmia comentou. Odiou a ideia, mas não quis desmerecer as atitudes ou a autoridade de Kakashi para com o filho.

Na porta de casa, Kakashi o vê caminhar um pouco mais a frente, como quem conta os próprios passos, distraído. O pai de Kaizuka a pega pela mão, faz Kalmia repreendê-lo com os olhos ao bagunçar os cabelos prateados da menina que ela havia arrumado.

─ Se despeça do seu pai direito ─ manda ela, um pouco mais estressada com a situação.

Kakeru para entre eles, na entrada da academia e encarando os próprios pés, sopra: ─ Até mais tarde, pai.

Kakashi reprime seu suspiro, assistindo as crianças se despedirem de seus pais. Diz: ─ Boa aula. Volte direto pra casa.

─ Ok... ─ cochicha, caminhando até Kalmia.
─ Tchau, mamãe.

─ Tchau, amor... ─ ela beija o topo da sua cabeça. ─ Boa aula.

─ Onee-san... ─ Kaizuka o chama, sequer entende o porque o irmão estava tão estranho. ─ Vamos brincar quando você voltar da aula? ─ Kakeru pensa por um instante e lhe diz:

─ Não, Kaizu. Vamos treinar ─ ele dá as costas sem notar a empolgação da menina que caminha a passos largos ao lado de sua mãe, deixando a Academia da Folha.

Kakashi a olha se afastar sem esperá-lo e se pergunta que diabos havia feito pra essa mulher desta vez. Kalmia estava adotando hábitos e maneiras estranhas de dizer que se importa. Ele preferia mil vezes quando eles simplesmente se falavam.

─ Hey ─ ele chama e, birrenta, a mulher finge que não ouve. ─ Hey ─ Kakashi insiste, há uma distância de quase cinquenta metros entre eles, só para de chamar a esposa quando ouve ser chamado.

Prontamente, Kalmia olha para trás, procurando com os olhos a dona da voz desconhecida. Kakashi, entretanto, faz o mesmo, mesmo reconhecendo imediatamente o som.

─ Kakashi-san ─ quando ouve pela segunda, os olhos verdes dela se semicerram.

Kalmia pega a mão da filha e se aproxima antes mesmo de seu marido fitar quem o chamava.

─ Como você está, senpai? ─ cabelos escuros, um tom esverdeado - suspeito para Kalmia -, olhos da cor de mel, uma altura um pouco mais amena que a dela para todos os 1,81m de Kakashi.

A verdade é que, de todas as pessoas que ele poderia encontrar pelas ruas de Konoha, Hanare foi uma das que jamais se passaram por sua cabeça. O fato inegável de que não estava pronto para revê-la, depois de tantos anos, faz Kakashi tossir, às bochechas imediatamente coradas antes de reclamar:

─ Are... ─ Kalmia se aproxima, olhando fixamente a reação do marido. ─ Hanare...

Ela sorri, abertamente.

─ Estive na sua casa, e descobri que se mudou ─ balança a cabeça, ainda sorrindo. ─ Pensei que não fosse conseguir encontrá-lo nessa loucura que está Konoha.

─ Eu... Eu estou... ─ ele gagueja, um pouco embaraçado. Quando Kalmia o vê pôr a mão atrás da cabeça, dando de ombros, os olhos fechados num sorriso tímido, ah, seu coração se contrai no peito, explodindo acelerado logo em seguida.

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