Kakashi já não estava suportando a distância imposta por Kakeru. Antes ele estivesse apenas o evitando, o cortando, ignorando completamente os sentimentos do pai. Quando o menino começou a irritar Kaizuka, e se isolar de Kalmia também, Kakashi parou-os na porta onde se aceitavam para irem à escola e disse:
─ Esperem aí ─ amarrando a bandana em sua testa. ─ Vou junto.
Kakeru não disse nada, nem Kalmia comentou. Odiou a ideia, mas não quis desmerecer as atitudes ou a autoridade de Kakashi para com o filho.
Na porta de casa, Kakashi o vê caminhar um pouco mais a frente, como quem conta os próprios passos, distraído. O pai de Kaizuka a pega pela mão, faz Kalmia repreendê-lo com os olhos ao bagunçar os cabelos prateados da menina que ela havia arrumado.
─ Se despeça do seu pai direito ─ manda ela, um pouco mais estressada com a situação.
Kakeru para entre eles, na entrada da academia e encarando os próprios pés, sopra: ─ Até mais tarde, pai.
Kakashi reprime seu suspiro, assistindo as crianças se despedirem de seus pais. Diz: ─ Boa aula. Volte direto pra casa.
─ Ok... ─ cochicha, caminhando até Kalmia.
─ Tchau, mamãe.─ Tchau, amor... ─ ela beija o topo da sua cabeça. ─ Boa aula.
─ Onee-san... ─ Kaizuka o chama, sequer entende o porque o irmão estava tão estranho. ─ Vamos brincar quando você voltar da aula? ─ Kakeru pensa por um instante e lhe diz:
─ Não, Kaizu. Vamos treinar ─ ele dá as costas sem notar a empolgação da menina que caminha a passos largos ao lado de sua mãe, deixando a Academia da Folha.
Kakashi a olha se afastar sem esperá-lo e se pergunta que diabos havia feito pra essa mulher desta vez. Kalmia estava adotando hábitos e maneiras estranhas de dizer que se importa. Ele preferia mil vezes quando eles simplesmente se falavam.
─ Hey ─ ele chama e, birrenta, a mulher finge que não ouve. ─ Hey ─ Kakashi insiste, há uma distância de quase cinquenta metros entre eles, só para de chamar a esposa quando ouve ser chamado.
Prontamente, Kalmia olha para trás, procurando com os olhos a dona da voz desconhecida. Kakashi, entretanto, faz o mesmo, mesmo reconhecendo imediatamente o som.
─ Kakashi-san ─ quando ouve pela segunda, os olhos verdes dela se semicerram.
Kalmia pega a mão da filha e se aproxima antes mesmo de seu marido fitar quem o chamava.
─ Como você está, senpai? ─ cabelos escuros, um tom esverdeado - suspeito para Kalmia -, olhos da cor de mel, uma altura um pouco mais amena que a dela para todos os 1,81m de Kakashi.
A verdade é que, de todas as pessoas que ele poderia encontrar pelas ruas de Konoha, Hanare foi uma das que jamais se passaram por sua cabeça. O fato inegável de que não estava pronto para revê-la, depois de tantos anos, faz Kakashi tossir, às bochechas imediatamente coradas antes de reclamar:
─ Are... ─ Kalmia se aproxima, olhando fixamente a reação do marido. ─ Hanare...
Ela sorri, abertamente.
─ Estive na sua casa, e descobri que se mudou ─ balança a cabeça, ainda sorrindo. ─ Pensei que não fosse conseguir encontrá-lo nessa loucura que está Konoha.
─ Eu... Eu estou... ─ ele gagueja, um pouco embaraçado. Quando Kalmia o vê pôr a mão atrás da cabeça, dando de ombros, os olhos fechados num sorriso tímido, ah, seu coração se contrai no peito, explodindo acelerado logo em seguida.
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GRITE Shippuden - Hatake Kakashi
Fiksi PenggemarParte II de "Grite - Hatake Kakashi". Kakashi encontrou na bailarina algo que ele nunca pensou ser possível sentir. Kalmia lhe deu mais do que uma família, muito mais do que sua própria versão do Jardim dos Amassos. Ela lhe deu um propósito, uma con...