GRITE Shippuden - Hatake Kakashi

08 × a duplicidade do pacote

─ Você está me achando feia? ─ Kalmia chega esbaforiba, usando muito de si para reter as emoções desastrosas todas dentro da sua mente. Ela achou que lidaria bem com aquilo, e não ficou preocupada quando um de seus alunos a chamou de gorda, afinal, que mal há nisso? - pensou consigo. Ganhar alguns quilinhos faz parte, e parecer maior por isso também. Não é algo que a possa deixar feia, problema foi quando a mesma criança literalmente lhe disse: "a senhora está tão feia, sensei".

Sentado na varanda de casa perto do meio-dia, Kakashi lhe diz: ─ Você está perfeita, gatinha ─ baixando o livro que lia de pernas cruzadas ali.

─ Isso não significa nada ─ diz, derrotada, deixando-se cair seus ombros. ─ Você está me achando feia, não é?

Kakashi suspira, com vontade de rir.

O único contra-ataque à baixa autoestima dela, que podia ser mais rápido que o seu era o dele:

─ Mamaaa ─ Kakaru grita, vem correndo para abraçá-la depois de uma manhã toda de saudades.

Kalmia senta no chão amadeirado e se recosta no pilar de entrada, deixando-o vir até ela. O recebe com um abraço apertado que logo se afasta, encostando a ponta do nariz dele no seu.

─ Oi, amor ─ ela fecha os olhos quando as mãozinhas dele sobem pro seu rosto, ele a segura com relevante força, olhando-a nos olhos pra falar:

─ Tá pesada...

Kalmia pisca algumas vezes, atônita.

─ Ok ─ Kakashi balbucia, fechando o livro e descruzando as pernas, pega o menino sob os braços e imediatamente o tira dali.

Sem soprar uma palavra sequer, Kalmia nem entra em casa, pega novamente sua bolsa e sai, determinada.

─ Onde você vai? ─ seu marido pergunta um tanto preocupado, esfregando a nuca sobre os cabelos prateados como quem fora derrotado.

─ Dançar ─ diz, apenas, marchando pra fora do seu jardim. Sentindo o olhar ainda sobre si, Kalmia pára antes de sumir do seu campo de visão e como quem estava matutando aquilo, questiona: ─ Foi você que disse isso pra ele?

─ Claro que não ─ não leva um segundo para se defender. ─ É só uma palavra aleatória, mama. Ele deve ter escutado no parque.

Kalmia balança a cabeça, concordando.

Em dez minutos Sakura está reclamando ao lado dela, sendo quase arrastada por uma bailarina que exigia sua companhia no clube em que ela havia lhe inscrito.

Aquecendo, não muito confortável com aquela calça justa e o top vermelho, Sakura reclama:

─ O que eu não faço por você, hein, "mama"?

Aleatoriamente, antes da morena lhe responder, Kalmia abre um espacato extenso na frente de Sakura, deixando-se bem próxima à ela. Descendo suas mãos para espalmá-las no chão, a bailarina profissional pára no meio do caminho, tocando o seio esquerdo de Sakura e o apertando um pouco.

Vermelha como pimenta, completamente embaraçada, a esposa de Sasuke gagueja: ─ O que vo-você... Que mer-da, Kalmia?!

─ Você tá grávida, não é?

Com os olhos congelados na amiga, Sakura engole em seco, e deixando a cabeça pender para entre seus ombros, ela suspira.

─ Nós íamos anunciar mais tarde, você estragou a surpresa, Kalmia...

Três meses mais tarde

─ Não, é sério ─ Kalmia ri, ajeitando-se na cadeira em frente à Fith. ─ Eu estou suuuper bem ─ isso foi há exatos vinte minutos, agora ela não poderia se sentir mais mentirosa, agachada em frente à privada, deixando tudo o que comeu ali.