10 × uma homenagem para a linhagem

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Quando Kalmia fechou seis meses de gestação, eles decidiram abrir a casa para o chá de fraldas que Kakeru não teve. E empolgados com a ideia de recompensar tudo o que não puderam dar ao menino ─ que chegou literalmente de surpresa ─, não havia sequer espaço o suficiente no quarto novo das meninas para guardar tantas coisas.

O chá de Sakura havia sido um mês antes, e Kalmia ri ao lembrar do quão assustador foi ver Sasuke sorrir, não uma, não duas, mas três vezes.

Enraivecida com a azia que ─ provavelmente ─ os cabelos das gêmeas lhe proporcionava, Kalmia sopra uma raiva para longe, curvando-se com dificuldade sobre o bercinho duplo e branco.

Havia uma semana que começou a licença maternidade de Kalmia, Kakashi, por outro lado, mesmo aposentado não foi liberado por Naruto.

Eles ganharam três dias do Nanadaime e com isso conseguiram ajeitar todo o espaço das meninas, mas para uma mulher quase dando a luz, sobre os cuidados de um menino totalmente saudável e bagunceiro, não era o suficiente.

A faz sentar-se na cadeira de amamentação, muito parecida com a que tinha no quarto do filho mais velho, a que Kakashi se utilizava para ler para o menino à noite.

Respirando com dificuldade, Kalmia ergue os olhos para o teto pintado de rosa, com nuvens e algumas estrelinhas sobre o fundo branco. As cortinas finas e rosas com transparência e um pouco brilhosa refletia na caixinha de bailarina sobre o cômodo das fraldas. O tapete em formato de flor, todos os mínimos detalhes pra deixar Kakashi estranho sempre que entra no quarto.

Pensando nisso, Kalmia senta recostadamente na cadeira de amamentação, sorrindo. A barriga toda formada e redonda se mexe, perto das 18hrs da tarde, exatamente quando Kakashi chega.

─ Estou em casa ─ avisa, fazendo-a sorrir, quase dormindo sentada pela sonolência excessiva.

Kalmia o percebe vir direto na direção dos quartos, mas como de costume, ele passa reto pelo quarto do casal, e deixa o último quarto do corredor pra depois. Kalmia o percebe ir direto até Kakeru.

Kakashi não fala nada.

Kalmia estava bem silenciosa e nem o recebeu como sempre, mas a verdade é que ele sequer percebeu. Estava olhando o menino dormir no berço, depositando uma carícia lenta e suave pela bochecha dele, a percepção do que sua esposa havia lhe dito há uns dias o faz concordar: é verdade, eles já podem desfazer o berço de Kakeru e comprar-lhe uma caminha.

─ Oi... ─ tão imediatamente quanto captou sua voz e presença, Kalmia fecha os olhos e prensa os lábios com dor, falta de ar e suor. A mais forte delas era realmente forte, basta ouvir a voz do pai que a chuta pra valer, até faz Kakashi entreabrir os lábios surpreso, já que mesmo sobre as roupas de Kalmia, dava pra ver nitidamente a marca do pézinho torturar sua mãe.

─ Meu Deus! ─ Kalmia encosta a cabeça no topo da cadeira, e ele aproveita esse movimento para vir beijá-la.

─ Talvez eu tenha que falar em sussurros com você... ─ Kakashi sopra, fazendo-a rir. ─ Se elas não me ouvirem, você não sente tanta dor...

─ Tudo bem, está tudo bem ─ sorri, dando-lhe sinal verde para se agachar ao lado de seus joelhos, curvando-se sobre a barriga nítida e redonda. Kakashi a beija, cumprimentando:

─ Boa tarde, gatinhas ─ tão imediatamente, Kalmia aperta a manga da sua camisa, tentando aplacar a dor que os chutes e piruetas eufóricas causam.

Isso sim era um "olá" ─ ela pensa.

Mesmo que não gostasse de assisti-la tão desconfortável, era inevitável sorrir.

Kakashi nunca pensou que fosse essa a sensação. A expectativa, a ansiedade de vê-las, os planos que Kalmia e ele fazem à noite. As ideias que têm quanto às suas aparências, o tipo de foto que fariam com os três.

GRITE Shippuden - Hatake KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora