Quando Kalmia fechou seis meses de gestação, eles decidiram abrir a casa para o chá de fraldas que Kakeru não teve. E empolgados com a ideia de recompensar tudo o que não puderam dar ao menino ─ que chegou literalmente de surpresa ─, não havia sequer espaço o suficiente no quarto novo das meninas para guardar tantas coisas.
O chá de Sakura havia sido um mês antes, e Kalmia ri ao lembrar do quão assustador foi ver Sasuke sorrir, não uma, não duas, mas três vezes.
Enraivecida com a azia que ─ provavelmente ─ os cabelos das gêmeas lhe proporcionava, Kalmia sopra uma raiva para longe, curvando-se com dificuldade sobre o bercinho duplo e branco.
Havia uma semana que começou a licença maternidade de Kalmia, Kakashi, por outro lado, mesmo aposentado não foi liberado por Naruto.
Eles ganharam três dias do Nanadaime e com isso conseguiram ajeitar todo o espaço das meninas, mas para uma mulher quase dando a luz, sobre os cuidados de um menino totalmente saudável e bagunceiro, não era o suficiente.
A faz sentar-se na cadeira de amamentação, muito parecida com a que tinha no quarto do filho mais velho, a que Kakashi se utilizava para ler para o menino à noite.
Respirando com dificuldade, Kalmia ergue os olhos para o teto pintado de rosa, com nuvens e algumas estrelinhas sobre o fundo branco. As cortinas finas e rosas com transparência e um pouco brilhosa refletia na caixinha de bailarina sobre o cômodo das fraldas. O tapete em formato de flor, todos os mínimos detalhes pra deixar Kakashi estranho sempre que entra no quarto.
Pensando nisso, Kalmia senta recostadamente na cadeira de amamentação, sorrindo. A barriga toda formada e redonda se mexe, perto das 18hrs da tarde, exatamente quando Kakashi chega.
─ Estou em casa ─ avisa, fazendo-a sorrir, quase dormindo sentada pela sonolência excessiva.
Kalmia o percebe vir direto na direção dos quartos, mas como de costume, ele passa reto pelo quarto do casal, e deixa o último quarto do corredor pra depois. Kalmia o percebe ir direto até Kakeru.
Kakashi não fala nada.
Kalmia estava bem silenciosa e nem o recebeu como sempre, mas a verdade é que ele sequer percebeu. Estava olhando o menino dormir no berço, depositando uma carícia lenta e suave pela bochecha dele, a percepção do que sua esposa havia lhe dito há uns dias o faz concordar: é verdade, eles já podem desfazer o berço de Kakeru e comprar-lhe uma caminha.
─ Oi... ─ tão imediatamente quanto captou sua voz e presença, Kalmia fecha os olhos e prensa os lábios com dor, falta de ar e suor. A mais forte delas era realmente forte, basta ouvir a voz do pai que a chuta pra valer, até faz Kakashi entreabrir os lábios surpreso, já que mesmo sobre as roupas de Kalmia, dava pra ver nitidamente a marca do pézinho torturar sua mãe.
─ Meu Deus! ─ Kalmia encosta a cabeça no topo da cadeira, e ele aproveita esse movimento para vir beijá-la.
─ Talvez eu tenha que falar em sussurros com você... ─ Kakashi sopra, fazendo-a rir. ─ Se elas não me ouvirem, você não sente tanta dor...
─ Tudo bem, está tudo bem ─ sorri, dando-lhe sinal verde para se agachar ao lado de seus joelhos, curvando-se sobre a barriga nítida e redonda. Kakashi a beija, cumprimentando:
─ Boa tarde, gatinhas ─ tão imediatamente, Kalmia aperta a manga da sua camisa, tentando aplacar a dor que os chutes e piruetas eufóricas causam.
Isso sim era um "olá" ─ ela pensa.
Mesmo que não gostasse de assisti-la tão desconfortável, era inevitável sorrir.
Kakashi nunca pensou que fosse essa a sensação. A expectativa, a ansiedade de vê-las, os planos que Kalmia e ele fazem à noite. As ideias que têm quanto às suas aparências, o tipo de foto que fariam com os três.
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GRITE Shippuden - Hatake Kakashi
Hayran KurguParte II de "Grite - Hatake Kakashi". Kakashi encontrou na bailarina algo que ele nunca pensou ser possível sentir. Kalmia lhe deu mais do que uma família, muito mais do que sua própria versão do Jardim dos Amassos. Ela lhe deu um propósito, uma con...