E se ele a traísse? Como Kalmia reagiria à uma traição? Não uma traição qualquer, uma traição da parte de Kakashi. E se ele conhecesse outra mulher?Poxa, ele é um homem totalmente interessante. Se comunica deliciosamente bem, é gentil e atencioso, além de engraçado e forte. Lindo, ativo...
Por que ela nunca havia pensado nisso antes? O que ela falaria se Kakashi se apaixonasse por outra pessoa? E o que ela sentiria se ele lhe dissesse isso?
Ela surtaria? O agrediria? Choraria? Talvez Kalmia pudesse ficar sem reação. Enfim...
Ela o olhou sentadinho em formato borboleta, quieto e distraído com a decoração do primeiro aninho de Kakeru e começou a pensar nessas coisas.
Problema foi sua percepção um tanto lenta que não lhe deu tempo o suficiente para perceber sua oscilação psicológica de humor. Enquanto grudava as lembrancinjas em cores de verde e prata, o bom humor e tranquilidade se dissipou literalmente em um minuto, levando-a desastrosamente ao outro lado do seu extremo.
─ Você tá bem? ─ um tanto enrolado nas fitas mimosas que sustentariam as decorações da mesa, Kakashi pergunta quase que imediatamente.
Sentindo o suor se aglomerar em sua testa, o mau estar lhe trazer enjôos e uma vontade incontrolável de chorar, Kalmia bufa, soltando as lembrancinhas de shuriken quase que agressivamente.
─ Kalmia? ─ Kakashi chama um pouco mais alto, girando o pescoço para seguir onde ela foi.
Irritada, Kalmia bate a porta do banheiro e se senta na tampa da privada, totalmente trêmula, ofegante, não precisa de muito para perceber a crise de ansiedade, talvez um surto bipolar. Por que não os dois?
Respirando fundo, Kakashi bate na porta do banheiro duas vezes. Só precisva vê-la para saber qual remédio buscar, porém, se for um surto bipolar, poderia ocasionar gritos e ele realmente não queria Kakeru acordado.
─ Ka ─
─ SAI ─ ela grita.
E ele sai.
Kakashi volta para sala, optando por não provocar a noite de sono do bebê, não um noite antes da sua festa.
"Ah" ─ ele lembra. "Não esquecemos o da ansiedade hoje"...
Kakashi vai até a caixa de preparativos e pega os pacotes de balões, eram cinco, cheio de cores. O peito se contrai quando ouve o choro baixinho vindo do banheiro, e ele decide deixá-la lá. Decide deixá-la lidar com isso.
E Kalmia lida.
Ela chora ali por pelo menos vinte minutos e Kakashi não a olha quando a porta se abre. Kalmia vai direto à cozinha, abrindo os armários atrás de sua medicação.
─ Merda! ─ xinga quando as mãos trêmulas puxam a tampa do potinho espalhando todas as pílulas pela pia.
─ Não é esse ─ é tudo o que ele diz, de costas pra ela na sala.
Agora com raiva, Kalmia junta todas as pílulas anti-ansiedade e as joga no lixo. Kakashi olha por cima do ombro.
Depois ela se serve de um copo d'água e trata da sua bipolaridade. O efeito não é instantâneo, não tanto quanto o sono.
Kalmia guarda o que ela não pôs fora e volta para sala, sentando-se no chão perto dele.
Kakashi apenas a olha, pondo a borda do balão nos lábios e soprando, até enchê-lo completamente.
Kalmia o cuida fazer isso.
Parecia abatida. Cansada.
Ela não fala nada sobre sua crise, nem quer que ele pergunte o pensando que originou isso. Certamente Kakashi ficaria zangado, e ela realmente não quer magoá-lo, por isso, ignora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
GRITE Shippuden - Hatake Kakashi
FanfictionParte II de "Grite - Hatake Kakashi". Kakashi encontrou na bailarina algo que ele nunca pensou ser possível sentir. Kalmia lhe deu mais do que uma família, muito mais do que sua própria versão do Jardim dos Amassos. Ela lhe deu um propósito, uma con...