Capitulo 14

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Bati com a porta do meu novo quarto. Nao podia acreditar que tinham a coragem de me pedir ajuda. Nao parava de pensar como é que o Adam podia sequer acreditar naquilo que lhe diziam. Ouvidos cheios de mentiras era tudo aquilo que havia à minha volta. Todos mentiam e toda a gente mentia de volta. Como um infinito circulo vicioso.

Estava cansada e eletrificada ao mesmo tempp. Deixe-me cair na cama e agarrei a almofada. Encostei-a contra o peito e abracei-a de joelhos fletidos. A imagem do meu pai quemou-me os olhos. Talvez ele achasse que estava morta. Mas estava melhir que morta. Ia vingar a minha mãe. Quase conseguia ver-lhe a expressão de reprovação se ela soubesse que eu me queria vingar. Mas não teria de a vingar se eles não a tivessem matado.

-O que é que julgas que estás a fazer?  - perguntou Adam que abrira a porta e entrara sem pedir autorização.

-De onde venho, bate-se à porta antes de entrar. Sabes, porque a pessoa do outro lado pode não querer ver-te.

-Desculpa se a etiqueta não me preocupa depois de ter descobrir que ameaças-te o Concelho! - exclamou indignado.

-Gosto pouco que me irritem. E se não querias que isto acontecesse, não me tivesse ido buscar a casa. E o buscar está entre aspas para tua informação.

-Ouve, tu funcionas como um GPS. Quanto mais Essência, pior. Queres faer o que? Não são só os bons da fita que te podem localizar.

-Ai é? E quem é que são os bons queres-me explicar?-perguntei com tom desafiador.

- Eu desisto. -afirmou exasperado. - E agora?

-Agora o quê?

-Queres fazer o quê?

Queria que alguém pagasse pelo que tinha acontecido. De preferência o culpado. Mas nem sequer sabia por onde começar. Essa era a parte mais complicada. E fazer inimigos por onde quer que passasse não ajudava.

-Não sei. - admiti.

-Dá-me uma oportunidade. Deixa me provar-te que ainda podes confiar em mim.

- Como é que pensas fazer isso?

-Faz-me uma pergunta, qualquer uma, e eu respondo.

Parei para pensar por momentos. Não valia a pena recusar uma oportunidade daquelas. De ele estivesse a mentir não ganhava nem perdia nada. Se estivesse a falar a sério....

- Porque é que o meu colar não funcionou como deve de ser a uns dias?

-Porque estava cheio de veneno. Estava num colar para estar mais próximo do teu coração para se espalhar melhor por causa do bater do coração. Mas tu és poderosa e a tua Essencia não acha piada ao facto de estar a ser envenada. Começou a formar um antidoto, por assim dizer.

-E aquela história toda de Mirael e da energia da cidade? -perguntei desconfiada.

-Só acelarou o processo. Mas não importa porque num dia, no máximo, estavas exatamente como agora.

Respirei fundo. Então tinha sido eu própria a partir o colar. Bonito. Guerra interna. Havia sempre uma probabilidade de aquilo ser mentira mas Adam olhava para mim olhos nos olhos muito sério.

- E não podem fazer-me outro. - disse insegura

-Poder podemos. - começou mas vendo o brilho dos meus olhos continou mas de vagar - Não ia era fazer efeito. O teu corpo já sabe como o combater. Ia destrui-lo na mesma. E era o mais forte que há.

-Adam, eu não sei e não quero controlar isto.

-Eu sei. Mas por falta de alternativas é exatamente isso que tens de fazer.

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