Adam. Mal tinha-mos avistado Mirael, Nathan avisou-o da nossa chegada. As casas dos meus lados ainda eram pequenas vivendas todas elas em cores suaves. Conseguia ver no final da rua os portões que nos levariam para dentro da cidade. Adam estava encostado contra eles quando o vi. Ao retribiur-me o olhar desecostou-se e mexia-se inquieto.
Adam estava mais alto. Muito mais alto. Quando nos despedi-mos ele tinha 10 anos e desde então quase tinha perdido todas as suas feições de rapaz reguila. Aproximando-me mais examinei-o. O seu cabelo curto era loiro. Nao tao loiro, mas via-se algumas nuances mais claras. Os seus olhos de um castanho esverdiado que olhavam para mim como se fosse um fantasma. Uma recordação do passado. A boca estava contraida como se quisesse dizer alguma coisa e no entanto permanecia calado. Mesmo por baixo das camisolas grossas azuis escuras podia ver os musculos desenvolvidos. Tanto ele como Nathan tinham andado a treinar. Talvez juntos. As maos estavam dentro dos bolsos das calcas pretas na tentativa de as aquecer.
De repente parei de me sentir a tremer. O meu peito ja nao parecia mexer-se ao ritmo do frio. Agora estava a arder. A minha cara estava vermelha nao so do frio. Era estranho estar perto del novamente. Todas as recordações de uma vida que parecida passada comecaram a aflorar-me. As más pareciam uma corrente que me arrastava com ela. Nem esforcei um sorriso. Qual seria o objetivo se os dois conseguiam ver que era feito de plástico?
-Olá. - saudou-me Adam.
-Olá.
Nathan ficou à minha direita enquanto eu fitava Adam. Este passado algum tempo acabou por baixar o olhar.
- Já sei o que é que aconteceu. -disse com uma nota de compaixão na voz.
As mãos tremeram-me por um segundo.
-Então sabes que não estou disposta a colaborar. - Tentei esconder a dor mas pela expressao dele sobe imediatamente que não.
-Vem. A serio. Podemos conversar quando descansarem. - assegurou-lhe enquanto olhava para a camisola rasgada de Nathan.
Começou a andar em direçao ao pesado portão. Nathan seguiu deixando-me para último. Vi a rua à minha frente. Quase ninguém se encontrava fora de casa. Uma senhora com um saco de compras nos braços entrava dentro de casa com uma passada apressada. Mal pus o pé dentro da cidade a minha cabeça protestou. A partir de meio da minha coluna começou a espandir-se uma sensação de moleza que rapidamente passou a dormência. Fechei os olhos por momentos na tentativa de combater aquilo. Comecei a olhar à volta na tentativa de me agarrar a algum lado mas foi inutil.
-Cassie?- chamou Adam que se tinha voltado para trás para ter a certeza que o seguia.
Comecei a cambalear. Não conseguia andar a direito a voz alarmada de Adam era quase ym murmurio. O meu peito começou a apertar. Uma dor cortante atingiu-me e tentei gritar mas o grito ficou-me preso na garganta. Com a cabeça pesada cai para os braços de Adam que me pousou delicadamente no chão. Comecei perder os sentidos. Já não identificava nada à minha volta. E depois, vazio.
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Escondida
FantasyCassie passou anos a tentar encobrir o seu passado. E conseguiu. Mas só podemos fugir da nossa história durante uns tempos até que ela nos apanhe e arraste tudo com ela. Sempre pensou que poderia ser rápida o suficiente para controlar os dados, mas...