Capítulo 3

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Harriet

Eu estava trabalhando há uma semana naquele lugar e só podia dizer que nunca tinha visto nada como aquilo. Era tanta tecnologia, tantos recursos que poderiam salvar dezenas de pessoas, era uma bênção Claire Stacy estar finalmente querendo compartilhar aquilo tudo com o mundo.

Har minha flor, venha aqui, temos uma fratura para cuidar.

Richard, o médico e chefe geral do setor a chamou pelo apelido parecendo muito animado com a perspectiva de uma fratura para tratar. Ele era a pessoa mais gentil e mais engraçada que ela já tinha conhecido, mas lógico, não podia dizer nada de ruim quanto as pessoas daquele lugar.

No primeiro dia da residência todo o grupo tinha sido recepcionado pela própria Lívia Morris, a famosa médica que casou com um NE, mas não a primeira. Ela era linda, sorridente e tinha sido muito simpática lhe falando sobre o que esperar ali, tal como o processo de seleção.

— Oi Richard! — falei tomando a posição ao seu lado enquanto seguia pelo corredor.

— Hoje vou te mostrar algo que desenvolvemos para minimizar a dor e acelerar a cura. — ele olhou por cima do ombro. — Não acha que vão me acusar de lhe privilegiar?

Ela riu dando um aceno negativo, afinal não tinha culpa se tinha conseguido chamar a atenção dele em uma das sessões em que ele fazia uma operação e tinha dito que iam fazer uma "coisa", mas ela sugeriu outra que lhe parecia muito mais simples e segura, desde então Richard tinha passado a prestar mais atenção nela.

— Eu não conto nada para ninguém se isso for se livrar... — disse e ele riu.

— Boa garota, sabia que você era esperta.

Ele abriu a porta da sala de emergência onde era bem calma onde tinha apenas um trabalhador, nada como uma sala de emergência de um hospital comum, no entanto, eu tinha ouvido falar que normalmente eles tinham problemas com os NE e aquele centro foi montado mais para eles do que para outra coisa.

Por isso então Claire tinha decidido treinar novos médicos ali com o intuito de usar o lugar para ajudar o mundo externo, longe daquela bolha que ela tinha criado para os NE's, diga-se de passagem uma bolha necessária visto como uma parte da humanidade em olhava para eles...

Aquilo era inconcebível para mim, afinal aqueles homens foram torturados e transformados, violados, isso era muita coisa e devia mim ter o respiração das pessoas, porque deles vieram e estavam vindo medicamentos, avanços incontestáveis na medicina.

— Harriet? — Richard chamou, parecia já ter feito aquilo mais de uma vez.

— Oh, oi... Me distrair sozinha.

— Percebi...

Ele ia dizer mais alguma coisa, porém a porta oposta de entrada da emergência se abriu, então dois sujeitos grandes entraram, ou melhor, um deles entrou arrastando o outro que trançava as pernas como se estivesse bêbado, só que claramente não era o caso, porque ele estava cheio de sangue e hematomas.

— Puta merda. — Richard disse e olhou para a assistente ali próxima. — Liz, tira esse senhor daqui, aplica o sedativo... Harriet vem comigo!

Ele mandou retirar o paciente dali e eu o seguir sem saber o que realmente fazer, porque uma certeza eu tinha diante daqueles dois, eram NE's nenhum humano estaria de pé depois de um ataque daquele.

— Que porra aconteceu Sillas? — Richard perguntou.

—*••*—
Rock

Não houve tempo para revide e eu não ia fazer aquilo, Axel estava em seu direito, então quando seu punho atingiu meu rosto seguidas vezes enquanto eu estava no chão, eu não levantei um músculo.

— Seu desgraçado, está cobiçando a minha companheira!

Ele rosnou me pegando pela camisa e me arremessando contra a parede oposta, cair soltando um rugido, aparentemente eu tinha quebrado as costelas.

— Axel se acalma!

Sillas tentou intervir, mas Axel o jogou para o lado como um pedaço de papel e ele caiu entre os materiais da academia em um estrondo pior que o meu.

— Você é um filho da puta traidor!

Ele rosnou me chutando, em me encolhi, mas aceitando o que quer que fosse porque Axel tinha razão.

— Eu tentei evitar...

Falei, mas isso só o fez ficar com mais raiva, então me acertou mais um chute expondo suas presas, ele me pegou pelo pescoço, me chocando conta a parede mais algumas vezes antes de me tirar do chão me segurando pela mandíbula.

— Vou cortar sua garganta seu desgraçado!

Ele ia mesmo e talvez eu merecesse, mas antes disso, Sillas surgiu de novo agarrando Axel e rolando com ele no chão. Eu cair, sentindo outras partes minhas quebradas, mas eu tinha que ajudar Sillas porque se não ele ia ser morto. Axel era maior e mais forte, até mais que eu, mesmo assim me arrastei até onde os dois rolavam então pulei nas costas de Axel fechando os braços ao redor do seu pescoço.

Cortei seu suprimento de ar, ele se levantou tentando me jogar de suas costas, quando não conseguiu me imprensou com força contra a parede e eu pude ouvir a mesma quebrando, mas eu o segurei com todas minhas forças até que Axel finalmente desmaiou e nós dois caímos no chão.

— Puta que pariu. — Sillas correu até mim. — Rock está vivo?

— Por pouco... — disse sem força ainda em cima do Axel.

— Merda, vamos sair daqui antes que ele acorde, ou estamos ferrados!

Sillas me ergueu e eu gemi de dor, parecia que tinham quebrado todos os meus ossos e olha que já tive muitos quebrados, mas não todos de uma vez como parecia.

— Estou ferrado de qualquer jeito.

— Por que aceitou o ataque sem revidar? — Sillas perguntou me puxando.

— Porque eu merecia, porque ele estava certo, se eu fosse o Axel eu também mataria o macho que desejasse a minha companheira...

Sillas não disse mais nada, somente me arrastou para fora daquele lugar, enquanto eu pensava se não seria melhor que Axel tivesse me dado logo um fim porque ter que lidar com os resultados daquela revelação depois diante de todos seria um purgatório.

Hope (Hiatos)Onde histórias criam vida. Descubra agora