Capítulo 6 - extra

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Rock

Eu queria estar morto, na verdade, eu devia estar morto se Axel tivesse tido a chance para completar aquela tarefa. Mas não, agora eu estava ali naquela cama, diante dela.

— Rock, não finja que está dormindo!

Lívia se aproximou, eu suspirei abrindo os olhos encontrando com os dela. Tentei evitar a vergonha fingindo que estava dormindo, mas pelo visto não tinha dado certo.

— Eu não quero conversar! — dessa vez rosnei, sem me importar com o que ela ia pensar.

— Mas precisamos...

Ela se aproximou até estar a distância de um braço da cama, sem se importar com meu rosnado, eu me encolhi tentando evitar o cheiro dela que estava impregnado com de Axel.

— Eu já disse que não quero, pelo menos não agora, sou um macho e tenho meu orgulho!

Virei o rosto esperando que isso fosse um sinal para que ela me deixasse em paz, eu simplesmente não conseguia olhar para ela, não depois do que tinha acontecido. Me sentia tão sujo, tão desgraçado e traidor, além de toda a vergonha que eu sentia dela.

— Rock, saiba que não tem que ter vergonha e tudo bem se não quiser falar, vou lhe dar seu tempo, por isso quando quiser conversar estarei a disposição... Fica tranquilo, está tudo bem!

Não voltei a encarar ela, mas escutei tudo, parte do peso do meu peito acabou sumindo, mas ainda estava lá aquela sensação ruim de traição. Quando a porta do quarto se fechou finalmente soltei a respiração quase engasgando com o cheiro dela, mas principalmente o cheiro do macho, daquela que era seu companheiro e eu enganei.

A porta do quarto se abriu e eu rosnei alto para intimidar Lívia já que ela tinha voltado, só que não, não era ela. Richard entrou ali com um sorriso e deixando espaço para uma fêmea vir junto, imediatamente lembrei dela, a mesma que tinha cortado minha camisa.

Franzi o cenho encarando-a, ela parecia retraída, também muito frágil, era magra, não devia ter mais que um e sessenta de altura. Tinha os cabelos em um tom claro, com tons que lembravam mel, o rosto era muito feminino, lábios rosados um mais cheio que o outro, nariz reto e olhos azuis que combinavam com a pele clara.

— Hora dos remédios! — Richard disse.

— Você já me deu remédios. — rosnei ao voltar minha atenção para ele.

— Eu dei para dor, agora são outros. — ele falou. — Agora deixe-me te apresentar a Harriet.

Ele apontou para a fêmea que me olhou de um jeito que eu não sabia dizer o que significava e então deu um aceno com a mão, rosnei baixinho, ela se retraiu.

— Por que ela está aqui? — perguntei.

— Ela é médica. — Richard deu de ombros. — Você devia ter conversado com a Lívia, ela saiu daqui mais preocupada, todos nós sabemos que é absolutamente normal gostar de alguém que cuida da gente mesmo que já seja comprometida.

Olhei para aquele macho humano perdendo a paciência, rosnei mais alto e me sentei na cama, isso fez minhas costelas doerem.

— Está querendo dizer o que com isso?

— Ora, nada. — ele pareceu mais sério.

Hope (Hiatos)Onde histórias criam vida. Descubra agora