Capítulo 22

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Harriet

Minhas mãos estavam suando quando desci a escada ao lado da minha mãe.

— Ele disse que é um NE!

Ela sussurrou, eu parei, encarei a ela segurando em seus ombros falando tão baixo como consegui.

— A audição dele é ótima, então não diga mais nada mãe, pelo amor de Deus.

— Ora Harriet não é todo dia que a gente recebe um famoso em casa!

Eu a soltei, voltando a descer as escadas, sem saber como meus pais iam se comportar. Eles gostavam dos NE's, só tinham medo de eu estar trabalhando no local onde era famoso por ter problemas, mas agora, as coisas tinham ido a outro patamar. O que diabos eles estavam fazendo na minha cada?

— Você não parece com os novas espécies que vimos na TV...

Cheguei a sala a tempo de ouvir meu pai falar e eu quis cavar um buraco para me enterrar, ainda mais quando vi Rock ali, sentando em um sofá muito pequeno para ele na frente do meu pai.

— Não precisa responder isso!

Eu disse, tentando esconder como minha voz tremia, como meu coração batia rápido a simples visão dele. Inferno... Eu queria chorar.
Rock ficou de pé, me encarando, então depois do que pareceu uma eternidade olhou para o meu pai.

— Eu fui um experimento, não era para ter dado certo, mas eu sobrevivi e então eles me usaram em todo o tipo de teste que conseguiram, acho que tinham esperança que eu fosse morrer, mas sou teimoso e nunca, nunca desisto...

Ele disse, e então me olhou, meus joelhos tremeram.

— Eu quero conversar com você!

A voz dele era firme e clara, definitivamente era de um homem que nunca, nunca desistia. Eu engoli em seco.

— Vem comigo... — Eu olhei para minha mãe e meu pai. — Por favor, me deem privacidade!

Eu disse aquilo porque se não era bem capaz deles irem escutar atrás da porta. Me movi rigidamente subindo a escada, eu sentia a cada passo meu Rock atrás de mim, assim quando entrei no quarto e segurei a porta aberta para ele passar, parecia que ele tomava conta do espaço pequeno.

Fechei a porta sem saber exatamente o que fazer, eu sabia que Rock devia estar ouvindo meu coração bater tão forte que parecia que ia sair do meu peito. Ele ficou em silêncio olhando para o meu espaço. Vê-lo ali era tão estranho, era como se nem fosse realidade. Ele estava de costas para mim.

— Vai explicar porque foi embora? — A voz dele me atingiu forte, quase cambaleei.

— Eu... Eu encontrei algo melhor, eu ia te ligar!

Se minha voz não tremesse tanto até poderia ser uma boa mentira. Rock se virou lentamente para mim e ele me olhou de um jeito que fez meu interior se contorcer, um arrepio subiu pela minha coluna, e nada disse era de um jeito ruim.

Rock parecia um caçador, nunca tinha visto aquele olhar tão selvagem, tão... Faminto. Bom, talvez na nossa noite juntos, quando ele me viu nua. Eu quase engasguei com a lembrança.

— Tente de novo. — Ele rosnou. — Conte outra mentira porque essa eu não acreditei!

Eu ofeguei. Inferno... Porque ele estava ali e me exigindo coisas? Ele nem era nada para mim, se foi um dia, não era nada a qual eu ou ele pudesse exigir coisas.

— O que você quer Rock?

Cruzei os braços na frente do meu corpo, na defensiva, Rock rosnou.

— O que eu quero?

Ele rosnou novamente e então se afastou, passando a mão pelos cabelos, respirando fundo e ficando de costas para mim mais um vez, seus músculos tensos sob o suéter escuro que ele usava.

— O que eu quero?... — Ele rosnou mais uma vez. — Você está me deixando maluco!

— Eu? — Falei confusa, então deu uma risada, acho que eu estava meio histérica. — É você que veio atrás de mim e fica rosnando, querendo saber coisas que não são da sua conta, eu fui embora, só isso. Não é da sua responsabilidade!

Rock parecia cada vez mais tenso. Então antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ele se virou, soltou para cima de mim, mas só para me agarrar e no segundo seguinte se jogar comigo na cama ficando por cima de mim tapando meus lábios. Ele rosnou.

— Agora você vai ouvir tudo que eu tenho pra falar porque você ir embora é sim da minha maldita responsabilidade, desde que eu mal posso respirar ou fazer qualquer outra coisa desde o instante em que você me deixou depois da melhor noite da minha vida!

Eu pisquei choque, totalmente sem ação, Rock cobria meus lábios com a sua mão mais aquilo não era necessário, porque eu estava chocada demais para reagir.

— Você não pode ir embora assim Harriet, não pode me deixar dessa forma sem nem ao menos deixar que eu me explique, sem nem ao menos me permitir a chance de tentar conquistar você... — A voz dele se aprofundou. — Eu preciso entender se fiz algo errado, se eu te machuquei durante o sexo ou se foi algo que fiz antes, porra, qualquer coisa... Ou então me diga que não me quer, que eu não sou digno e que me quer longe, vou entender isso, mas não vou ser capaz de entender nada se você simplesmente me deixar... Estou morrendo desde o instante que você me deixou sem que eu entendesse o que eu fiz!

Ele libertou meus lábios, ficou ali me olhando tão vulnerável e tão perturbado, mesmo estando em cima de mim e no controle de tudo. Eu tentei falar mais nada saiu dos meus lábios, e ele gemeu.

— Por favor, fale comigo minha florzinha...

Eu respirei com força sentindo a pressão em meu peito ao ouvir a voz dele tão carinhosa com aquele apelido.

— Você quer ficar comigo? — As palavras saíram grossas da minha boca.

— Eu quero tudo com você... — Ele sussurrou.

— Mas e a Lívia?

Eu odiei como pareci patético e insegura, mas eu nunca tive sorte, nunca ninguém me quis de verdade e pensar que ele me queria parecia demais. Ele parecia um sonho para ser verdade.

Hope (Hiatos)Onde histórias criam vida. Descubra agora