Capítulo 11

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Harriet

Naquela manhã eu não vi Rock o que me deixou um pouco preocupada, o que na metade da manhã também me fez falar com Richard.

— Oi... — falei ao entrar o Richard na sua sala.

— Oi Harriet querida, como posso ajudar? Algum problema no seu turno?

— Oh não... É que... — hesitei parada na porta. — Eu queria saber se você teve notícias do Rock, ele não apareceu para o café da manhã hoje e...

Richard estava sorrindo e eu parei de falar porque claramente eu estava tagarelando.

— Bom, não sei nada dele, mas se não apareceu aqui quebrado é porque está bem! — ele deu de ombros.

— Credo Richard!

— É verdade, NE's não são os seres mais silenciosos!

Ele parecia realmente falar sério e mesmo assim isso não me fez ficar menos preocupado. Rock tinha agido de um modo totalmente novo e estranho na noite passada, ele havia simplesmente pulado em cima de mim e do Richard realmente parecendo selvagem.

Não que fosse um problema ele ser assim, quer dizer, se ele não ficasse jogando as pessoas sobre os ombros como se achasse que tivesse todo o direito de tal coisa. Foi um pouco assustador na hora que ele fez isso, mas depois fiquei mais surpresa que qualquer outra coisa.

— Você teria apenas como checar se está tudo bem mesmo? — pedi usando o resto da mim coragem. — Ontem a noite ele parecia um pouco estranho...

Richard me olhou por um segundo então concordou, pegou seu celular discando para alguém que eu não tinha ideia. Ele foi atendido no instante seguinte perguntou se Rock estava bem e foi respondido em seguida, quando desligou só me deu um sorriso.

— Me disseram que ele está ótimo, só está ocupado hoje!

__*••*__

Rock

— Eu vou partir essa sua cara se não me deixar ir logo embora!

— Não, a fêmea está trabalhando e se você for lá agora vai fazer uma bagunça!

Kall rosnou me jogando no sofá do meu apartamento novamente. Ele tinha me mantido a noite inteira na porcaria daquela sala dizendo coisas que uma fêmea humana não gostava, também falando o que eu devia fazer para tentar conquistar uma.

Isso me irritou a maior parte do tempo, quis poder bater nele, mas eu não queria violência mais na minha vida e por isso resisti, só que ele não parava com aquela maldita conversa e isso me fazia rosnar a cada segundo mais sem poder me conter.

— Eu não vou fazer nada, eu só quero... Eu quero só ver como ela está, a gente toma café juntos, ela pode...

O Kall fez um sinal para eu me calar e atendeu o que eles chamavam de celular, mas me distrair porque ouvir a voz de Richard e rosnei alto o suficiente para ele saber que era eu.

Aquele estúpido macho humano que ousou tocar em Harriet, aquelas patas sujas tocando em um fêmea tão linda, ele era indigno, na verdade qualquer macho era. Eu sabia que machos humanos podiam machucar suas companheiras mesmo que gostassem delas. Inferno eu mataria qualquer um que ousasse ferir Harriet, ela era tão delicada e perfeita, merecia cuidado...

E era isso que eu sentia vontade de fazer, somente isso, eu não podia acreditar que o que Kall andava falando sobre eu a desejar de outra forma fosse verdade. Afinal eu já tinha escolhido uma fêmea não era? Só que ela somente não podia ser minha, sendo assim aquelas coisas não se repetiam.

— Ele está bem, só que arrancar sua cabeça! — Kall riu e então desligou.

— Me deixa ir embora, eu não estou ficando maluco ou perdendo o controle com a Harriet, nem desejando ela como você diz.

— Que bom, então eu posso dizer para o Richard que ele pode tentar conquistar a fêmea para compartilhar sexo?

Não consegui me manter quieto, pulei em cima do Kall e em um ano nunca levantei a mão para um dos meus irmãos, mas eu fiquei irado com a imagem de algum macho imundo tocando a perfeição que era Harriet. Antes que eu pudesse atingir o Kall foi mais rápido me empurrando se livrando do golpe indo para o outro lado da sala rindo.

— Se acalme, eu estava brincando, queria ver como você ia se comportar! — ele não parou quieto esperando meu ataque, ficou rodando ao redor de mim, esperando minha reação. — Por que está negando que quer a fêmea?

— Porque ela é minha amiga e não quero desrespeitar isso, porque eu gosto da Lívia também...

— Você não gosta da Lívia. — Kall rosnou. — Não seja burro, ficou atraído porque ela foi a primeira fêmea boa que viu!

Rosnei me sentando do sofá colocando as mãos na cabeça pensando em Harriet e Lívia, mas somente a primeira me fez ficar daquele jeito inquieto. Eu queria tanto ver Harriet, desde o instante que a deixei, morrendo de raiva por saber que ela estaria com o Richard.

— A Harriet é tão... Ela é tão linda, tão delicada e gentil, as vezes eu tenho medo de tocar nela e a quebrar. Por isso eu quase nunca me deixo tocá-la, estou tentando protegê-la, como posso me deixar imaginar ficar com ela desse modo... Como minha fêmea?

Meu irmão suspirou então andou até mim se sentando ao meu lado colocando a mão no meu ombro, eu permiti muito preocupado com a possibilidade de eu realmente estar querendo Harriet daquela forma.

— Ela não é tão delicada como pensa, já esteve com uma fêmea antes Rock?

— Sim... Ou melhor dizendo não... — suspirei. — Porque não foi por minha vontade, eu estava drogado e amarrado.

Kall rosnou e sua mão apertou meu ombro em apoio, eu baixei as minhas mãos e o olhei, aceitando aquilo.

— Isso é ruim, mas precisa saber que as fêmeas humanas são fortes mesmo que sejam pequenas. — ele sorriu. — E não vai desrespeitar a sua Herriet se disser isso a ela, só precisa entender que se ela não aceitar sua intenções precisa recuar, não pode carregar ela como fez ontem, nem tentar a agarrar a força.

— Eu nunca ia fazer nada a força com ela. — rosnei.

— Só precisava te avisar Rock. — Kall ficou sério. — Não tenha medo de admitir que a quer irmão, não fuja do que pode ser a sua felicidade!

Eu olhei para ele engolindo em seco, pensando em Harriet e isso fez meu coração acelerar, tão como ele sentiu a falta dela de imediato.

Hope (Hiatos)Onde histórias criam vida. Descubra agora