Enfurnado em cassino e endividado até a alma, meu pai entregou a escritura da casa como garantia ao dono. Escutei cada palavra dele tentando absorver a informação, um ódio possui o meu corpo quando olho para o meu pai, que está sentado na poltrona do seu impecável escritório.
— Como pôde fazer isso? — rosnei. — Você não se importa com seus filhos?
Ele me lançou um olhar arrependido, e eu o olhei furiosa.
— Não foi a minha intenção colocá-los nessa situação. Me perdoe filha.
— Não foi? — gritei enfurecida. — olha a gravidade da situação que nos colocou!
Só conseguia pensar nos gêmeos que tinham apenas doze anos. Mamãe não estava mais entre nós para poder lidar com essa situação, e os gêmeos só tinham a mim para cuidar deles.
— Eu não consegui superar a morte da sua mãe, não conseguia me livrar do vazio que ficou no meu peito. E só bebendo e jogando que podia esquecer que não a tinha mais ao meu lado.
— Isso não justifica! — bati as mãos na mesa de madeira escura. — Seu suporte para continuar lutando tinha que ser a família, não jogos ou bebidas! Seremos despejados como moribundos sem teto.
Ele levou as mãos ao cabelo, abaixando a cabeça em seguida.
— Meu Deus, o que será de nós? — murmurei aflita. — Nem vendendo as peças mais caras que temos, cobrirá a dívida que o senhor fez! — volto a ser ríspida.
— Calma, filha. Há um jeito.
— Calma? Você realmente leu o que está escrito nessa carta? — pego a carta que estava em cima da mesa e jogo nele. — Só temos cinco dias para pagar a sua dívida.
Ando de uma lado para o outro, puxando meus cabelos para trás e soltando completamente fogo pelo nariz. Estávamos completamente na rua, e para completar toda a nossa sorte não temos contato com a família da minha mãe por uma intriga de família. Estilo Romeu e Julieta. A única diferença é que a família dos meus pais além de não se falarem pelo motivo do pai da minha falecida mãe ter roubado na venda de gados para a família do meu pai, tudo piorou quando meus pais se apaixonaram. E ao se casarem ambos foram desamparados pela família.
Uma grande merda!
— Meu Deus, pai. Como pôde gastar toda a fortuna e não pensar nos seus filhos? — o encarei magoada. — A Laura e o Lucas só tem doze anos. Eles são apenas crianças que não sabem o que é passar por dificuldades.
— Querida, há uma maneira de consertar esse meu erro.
— Não há como! — rugi. — Um erro desse tipo não tem como ser desfeito!
Ele abaixa a cabeça e um soluço alto corta a sua garganta. Seu corpo balança com o seu choro profundo, ele parecia amargamente arrependido.
— Pai? — sussurro temendo pelo que vou ouvir. — O que não está me contando?
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Casamento Por Contrato
Romantik+18 • Contém linguagem erótica • Contém ameaça • Contém perigo Valentina Martins se vê desesperada diante da situação que o seu pai causou, depois de explorar as opções que vem em sua mente e ver que não obteve o sucesso desejado, ela vê que não há...