No amanhecer do dia acordei com o celular tocando. Após abrir os olhos e deixar um beijo na testa da minha esposa, busco o celular e sigo para a varanda ao ver que era o número do detetive que havia contratado para investigar a pista que havia surgido de Érika.
À medida que escuto sinto meu coração acelerar. Parecia um sonho ouvi-lo dizer que Erika havia sido encontrada junto de outras pessoas vítimas do tráfico humano. Assim que encerro a ligação busco ligar para a minha ex sogra e contar sobre a notícia. Após saber e ver no noticiário ela pede para que eu cuide dos detalhes para que a sua filha retorne bem para casa, e diante do seu pedido fui ao encontro de Érika.
Foi tudo muito rápido. Não achei necessário acordar Valentina pois diante do seu mal estar no dia anterior, pensei em deixá-la descansando. O tempo que tive foi apenas de tomar banho e vestir-me, havia feito uma anotação mental para ligar para a minha esposa assim que desembarcasse. No entanto, o fluxo do momento acabou fazendo-me postergar a ligação. Embarquei no meu jato particular e fui para a Flórida. Enquanto estava no jatinho minha secretária me informava e cuidava de cada detalhe que era de suma importância. A notícia em que estava no estado da Flórida bombardeou o mundo, a minha equipe estava trabalhando nesse detalhe para bloquear qualquer matéria tendenciosa.
Ao chegar no local onde havia inúmeras pessoas e reportares cobrindo a matéria, aguardei por ela na frente. Havia contratado cinco seguranças para fazer a nossa segurança. As Van executivas do governo parou e quando as portas foram abertas, mulheres e homens saíram e as suas situações eram lamentáveis. Além da desnutrição mais evidentes em alguns outros possuíam marcas de castigos severos. Erika sai da primeira Van e seus olhos percorre as pessoas até encontrar o meu rosto, abrindo caminho entre as pessoas ela vem correndo ao meu encontro em um profundo desespero.
Não consigo descrever o misto de sentimentos que sinto ao tê-la a minha frente. Abraça-la, senti-la tão…viva.Tras um grande alívio ao meu coração e posso sentir as correntes do passado se quebrar, libertando definitivamente do fardo que carrego desde aquele dia. Enquanto estava mergulhando nos meus pensamentos não me dei conta que na euforia do momento Erika havia beijado meus lábios. Tardei em afasta-la pois demorei a processar o que de fato estava acontecendo. Após o selinho, ela distribuiu beijos em meu rosto.
Com cuidado retirei suas mãos dos meus ombros e a afastei com cuidado. Dos seus olhos lágrimas escorriam como uma nascente.
— Eu estou aqui. Vai ficar tudo bem, Erika. — falei e com os lábios tremendo ela concordou enquanto chorava.
— Obrigada, Damon. Você não sabe como é bom lhe ver depois de tudo que aconteceu.
*
Dois dias havia se passado desde que Cheguei a Flórida. No dia anterior liguei para a mansão Martins para tentar falar com a minha esposa mas o seu celular parecia está desligado. Optei por ligar para a residência e acabei conversando com a Dona María, a mesma me garantiu que a minha mulher estava bem. Algo na voz da governanta atiçou a minha desconfiança e movido por esse sentimento inseguro contatei o chefe da segurança para saber se a minha esposa havia saído. Ele me garantiu que durante esses dois dias nem ela e nem as crianças haviam saído de casa, e que nem as crianças haviam circulado o interior da mansão.
Achei estranho, Laura e Lucas amava a piscina e não fazer uso parecia uma ação incomum. Trago minha mente para o presente quando os aplausos ecoam pelo auditório. Erika junto de mais duas mulheres e o detetive que contratei estavam sendo entrevistados. Graças aquele pingite que foi encontrado no bolso da calça da vítima que acabou sendo morta por fugir, foi que finalmente a investigação teve um norte. As três sobreviventes escolhidas para ser entrevistadas contaram com ricos detalhes o que de fato aconteceu, Erika sendo as duas jovens foram sequestradas a três anos e eram obrigadas a satisfazer os desejos dos monstros da máfia. Erika foi mandada para o trabalho escravo e por esse detalhe eles estavam sempre mudando a rota.
— O pensamento de tentar fugir era sempre tentador, mas toda vez que alguém fugia era morto. Então o medo acabava bloqueando a ideia de fugir e só me restava continuar orando para que um dia o pesadelo terminasse. A saudade de casa era infinita e o aconchego dos braços da minha mãe parecia um sonho distante que não iria mais ter o prazer de ter. — Erika disse emocionada — Ainda não consigo acreditar que finalmente estamos livres. Que finalmente posso ver as pessoas que desejei ver durante esses 7 anos, e uma delas está aqui comigo, meu querido, Damon.
Sorrio gentilmente quando a câmera foca em meu rosto.
A entrevista chega ao fim e após as despedidas seguimos para o aeroporto onde meu jato estava a nossa espera. Erika estava diferente daquela que conheci anos atrás, sei que poupor detalhes na entrevista pois a conheço bem para saber quando esconde alguma coisa.
— Irei voltar para faculdade. — comentou enquanto seus olhos fitaval o movimento da rua. — Mas dessa vez cursarei direito.
— Uma ótima escolha, Erika.
— Irei defender aqueles que precisam. Ser a luz da esperança na vida daqueles que se vêem perdidos, sem esperança de dias melhores.
— Você será gigante. Não tenho dúvidas.— respondi.
Busquei uma garrafa de água e estendi para ela, seus olhos pousaram na aliança e suas pálpebras tremeram antes dela engolir em seco.
— Você casou…— disse em voz alta como se fosse para processar a informação.
— Sim. — falei, mesmo sabendo que não foi uma pergunta.
— Tem muito tempo?
— Não, está recente.
— E ela, como reagiu ao saber que você viria me buscar?
— Não tive tempo para falar. Mas acredito que a mídia tenha sido a portadora da notícia, infelizmente.
— Eu sinto muito, Damon.
— Não precisa, Erika. Está tudo bem.
— Não, preciso sim. Foram anos sofrendo entre trabalho escravo, ameaças e…— ela não concluí mas não precisa de palavras para entender. — Lamentei dia após dia pelo que fiz a você. Eu não devia ter feito aquilo. Eu errei com você, Damon. E eu sinto muito por tudo que lhe causei. — diz olhando em meus olhos e busca a minha mão. — Me perdoe, Damon Black.
— Está perdoada, Érika. — digo e seus braços me cercam — Me perdoe também.
Ela apenas balança a cabeça que está enroscada na curva do meu pescoço. A situação delicada começava a incomodar um pouco, quando ela levanta a cabeça olha para os meus olhos e sorri curtamente.
— Chegamos…— diz quando o carro para em frente a porta do jato.
Rapidamente saio do carro e a espero sair para podermos andar em direção ao jato.
Até o próximo capítulo...❤️
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Casamento Por Contrato
Romansa+18 • Contém linguagem erótica • Contém ameaça • Contém perigo Valentina Martins se vê desesperada diante da situação que o seu pai causou, depois de explorar as opções que vem em sua mente e ver que não obteve o sucesso desejado, ela vê que não há...