Capítulo 17

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Rafael

Encarei a direção ao qual estava seguindo, era o caminho da casa de Charlotte. Não era bem isso que tinha em mente quando decidi sair cedo do escritório, mas ver aquela maldita cena e ainda discutir com Juliana no apartamento só me fazia me afastar. E homem é um bicho que não pensa, porém, necessita de suas vontades e precisava esvaí o estresse que havia grudado em mim naquele momento.

Passar a noite com Charlotte parecia uma boa opção no momento, era verdade, às vezes também me sentia um completo idiota, mas alguns hábitos nunca mudavam, por isso, me encontrava com a minha ex-namorada de vez enquanto. Nunca falei abertamente com a turma sobre isso, mas acreditava que todos eles possuíam conhecimento que ainda mantinha um rolo com Charlotte, mesmo que fosse apenas sexo.

Era exatamente isso, apenas desejo carnal, pois não a via como namorada, não depois de tudo que fez. Todavia, o costume ou até mesmo a pena, não sei bem explicar, me levava ainda estar com a mesma, nos jogando no sexo com voracidade sem pudor algum.

Encarei sua pele de pêssego, seus lábios chamativos e seus olhos claros me olhando ansiosos. Apesar de vê-la em minha frente há horas, não conseguia parar de pensar em Juliana, de como ficou depois daquela discussão sem cabimento nenhum. Me bateu inclusive uma enorme vontade em voltar para casa, abrir a porta do meu quarto e sentir o seu adorável perfume. Não compreendia como ela conseguia me levar para si em questão de segundos, meus pensamentos eram todos dela e não importasse quem estivesse na minha frente, Juliana parecia me preencher sem licença alguma.

– Rafa, está sonhando acordado? – Charlotte me tirou os devaneios.

– Desculpe! – disse tentando me recompor para voltar à realidade.

– Escuta. Quando pretende comprar aquele lindo anel para oficializarmos as coisas? – questionou como se ainda fôssemos um casal.

– Nem nos seus sonhos Charlotte! – falei sem nenhuma expressão em meu rosto.

– Ué? O que anda fazendo aqui? – ela pareceu chateada.

– Você sabe, é apenas sexo! – a lembrei.

– Eu sei que gosta de mim Rafa, não é à toa que vem me ver quase sempre. Você consegue esquecer tudo de ruim e seguimos em frente porque nosso amor é maior do que qualquer burrada que fiz. – pegou em minha mão.

Olhei no fundo dos seus olhos observando o arrependimento gritante. Charlote possuía remorso pelo o que havia feito, mas pra mim era tarde demais. Talvez não possuísse esse amor todo ao qual a mesma mencionou, porque o meu interior ferido nunca mais daria chances para ela e principalmente ao amor. Tinha conhecimento do que estávamos fazendo, e sabia o quanto isso era errado especialmente por vê-la com esperanças, mas Charlotte não possuía nenhuma chance.

Na verdade depois de tudo que houve desencanei literalmente, Charlotte não possuía chances há muito tempo, desde o dia do acontecimento para ser exato. Como disse talvez fosse o sentimento de pena que ainda rondava dentro de mim com a sua pessoa, e confesso me sentir um canalha por estar alimentando essa maluquice ao qual ela pensava sobre nós.

– Eu gostava de você e muito, mas depois de tudo que me fez passar, da merda que ferrou nossas vidas, eu não confio em você, não mais! Então, podemos continuar assim ou simplesmente paramos por aqui! – fui sincero.

Sei o quanto Charlotte aparecia arrependida, afinal, não era qualquer pessoa que aceitaria viver essas migalhas ao qual dava a ela. E por vezes ela tentava me fazer esquecer o ocorrido, mas isso era impossível, pois ele estava bem vívido em minha memória...

Encarei as horas no relógio da sala do escritório. Scott havia decidido sair mais cedo deixando Alex e eu em uma situação sufocante, mas não o repreendia, ele estava com o seu ego ferido por conta de Charlotte, afinal, ela havia me escolhido. Por isso, quando o mesmo disse que teria um compromisso, logo me prontifiquei em lhe ajudar com os processos.

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