Capítulo 11

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Juliana

As conversas com Rafael não faziam sentido, muito menos nos aproximavam. Contudo, parecia engraçado perceber o quanto ficávamos perto um do outro como um caminho voltado a nos encontrar. Engraçado dizer isso, pois os fatos não deixavam confirmar as incertezas aos quais estavam explícitas a todo o momento.

As horas passaram. Todos se encontravam em seus respectivos lugares para descanso, mas confesso estar me sentindo sufocada naquela cama minúscula, onde deitaram três adultos. E Cloe demonstrava ser bem espaçosa, pois por pouco não havia caído da cama, porém, me fez levantar e me direcionando para a cozinha a fim de tomar uma água.

– BUUUUH!!! – Scott apareceu do nada me dando um susto.

– Não era para você está dormindo? – perguntei com a mão no peito sentindo as batidas do meu coração.

– Estava torcendo para que você viesse aqui comigo! – aquele olhar galanteador me levou a abrir um pequeno sorriso.

– Parece que deu sorte. – fui até a geladeira retirar uma garrafa d'água. – Cloe basicamente quase me jogou da cama! – informei.

– Pode dormir comigo se quiser... – o encarei. – Ainda tem espaço no sofá e lhe garanto que você dormirá muito melhor! – aquele tom travesso me fazia ter a certeza de que Scott não parecia uma pessoa confiável.

Scott se aproximou, o encarei tentando entender o motivo que o levava a imaginar que teríamos alguma coisa. Ele pegou o copo de minha mão colocando o mesmo na bancada, em seguida agarrou em minha cintura. Seus olhos gostariam de me penetrar, mas nem de longe sentia qualquer vontade, obviamente que Scott possuía um físico mais do que agradável e seu rosto não era de se jogar fora, como havia dito anteriormente, ele era um típico brasileiro de corpo fenomenal. Todavia, não demonstrava sentir nenhum desejo sobre ele.

Senti a sua respiração, e apostaria que o mesmo desejava lascar novamente um beijo em minha boca, pois aquele joguinho de sedução me mostrava exatamente essa versão. Não que fosse beijá-lo, porque isso não aconteceria, mas ouvi um barulho de estalo vindo de fora da cozinha me fazendo rapidamente recuar de sua presença.

– Você ouviu? – perguntei.

– O que? Não ouvi nada, apenas o meu coração chamando o seu nome! – disse tentando chegar mais perto mais uma vez.

– É melhor eu ir! – sorri por saber o descaramento que Scott tentava praticar comigo.

– Minha proposta continua valendo. – ele me encarou com os olhos cheios de safadezas. – O sofá pode ser a sua melhor opção!

– Imagino que sim, mas ainda prefiro está grudada no corpo de Cloe! – soltei uma risadinha.

– Tem certeza? – me instigava.

– É. Tenho! – afirmei.

– Uma pena. – falou fazendo beicinho.

Como se essa tática funcionasse comigo. Não caia nesse papinho, estava familiarizada com caras como Scott e suas jogadas nada sutis. Logo me afastei voltando para o quarto, assim que adentrei no mesmo tentei fazer o mínimo barulho possível a fim de não acordar ninguém. No entanto, a intenção foi em vão, pois Cloe me fez o favor de me derrubar da cama, me levando diretamente para cima de Rafael.

Aquela situação estava constrangedora, mas foi a primeira vez que vi o Rafael ao qual toda a turma costumava dizer. Um homem doce e sensível, aquele que sabia exatamente como tratar uma mulher. Confesso ser estranho perceber esse comportamento totalmente inverso daquilo que ele me mostrava. Ali estava um cara carinhoso, protetor, compreensível e mesmo que tentasse de alguma forma me afastar, naquela mísera atitude conseguia enxergar perfeitamente quem ele tentava esconder para mim. Um homem digno, respeitador e gentil.

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