Capítulo 20

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Rafael

As brigas com Scott estava saturadas, nem sei por qual motivo havia iniciado uma bem ali no meio de muitas pessoas. Acredito que por ver Juliana e Lize no meio dele, afinal, tinha conhecimento que o meu primo não possuía uma boa índole. Após tanta gritaria percebi que de nada adiantaria está naquela discussão inválida, por isso, decidi por fim terminar aquele conflito dando as costas para o mesmo e retornando para o apartamento.

Sabia exatamente que aquele papel ridículo havia passado de todos os limites. Entrei no apartamento com os olhos na turma na cozinha preparando alguma coisa para comer. Ouvi Soff me chamar, mas não dei tanta importância, pois me encontrava preocupado com o estado da minha irmã e também com Juliana que obrigada presenciou uma briga sem cabimento nenhum.

Quando entrei no quarto observei que ambas dormiam abraçadas. Naquele momento o remorso veio de encontro com o meu coração, em todas as palavras ditas sem que elas precisassem ouvir. Era um verdadeiro idiota, principalmente por tê-la tratado com rispidez, ter gritado havia sido a gota d'água. Não conseguia me controlar todas as vezes que via algo em Scott que me incomodava, parecia instinto.

Contudo esse acontecimento havia sido demais, inclusive para mim que percebi depois de um tempo que de nada valeria está trocando farpas. Não possuía nenhum direito em tratar Juliana daquela forma, especialmente por fazê-las chorarem. É, havia percebido no instante que me aproximei das mesmas. Encarei os rostos húmidos, com os cílios molhados, naquela situação só poderia afirmar que era por conta das lágrimas que caíram por minha exclusiva culpa.

Um sentimento puro de arrependimento surgiu em mim, me levando a sufocar. Era literalmente um imbecil, sem noção que havia causado sofrimento em duas garotas. Duas grandes mulheres indefesas, àquelas que devia proteger e não machucar, sobretudo com palavras daquelas que feriam muito mais que um soco na cara.

O remorso havia sido tão grande dentro de mim que me sentei ao seu lado da cama. Observei Juliana e mesmo me sentindo um babaca e sujo por não merecê-la toquei o seu rosto delicadamente tentando enxugar o que ela havia derramado por minha causa. Escorei minha cabeça no criado mudo, não era nada confortável, mas aquele era o meu lugar, estava me punindo por causar tristeza nessas duas e lindas mulheres. A culpa invadia a minha mente insistentemente, nem sei por quanto tempo fiquei me indagando o motivo ao qual havia feito. E ao mesmo tempo lutava contra o sono que vinha pelo desgaste emocional, porém, meus olhos pesavam e a vista começava a escurecer pegando no sono ali mesmo.

Um trovão estrondou os meus ouvidos me fazendo despertar horas depois, assim que me movi senti o pescoço doer, era o mínimo que poderia sentir, afinal, estava completamente torto naquele piso gelado. Quando me dei conta percebi que Juliana não estava mais deitada na cama juntamente com a minha irmã. Levantei rapidamente acreditando que fosse tarde, mas ao encarar as horas no celular vi que se passavam das quatro da matina, ainda era madrugada.

Sai do quarto indo em busca de Juliana, precisava me desculpar com a mesma de uma forma que ela me perdoasse. Notei que as luzes na república ainda estavam desligadas, senti um vento forte balançar os objetos da sala, encarei a cortina da saída da varanda balançar ferozmente, a porta estava aberta e a entrada principal se encontrava mal escorada.

Suspirei imaginando o pior, segui até a varanda em busca de observar a tempestade que visivelmente vinha sem dispensar os seus estragos. Nesse momento encarei a orla e meus olhos foram em direção a Juliana com as suas sandálias nas mãos caminhando na areia.

– O que essa garota pensa que está fazendo? – disse a mim mesmo intrigado.

A observei tentando compreender o que fazia àquela hora da madrugada andando pela praia. Sinceramente acreditei que apenas estaria ali observando, mas percebi que a mesma continuava com os passos indo diretamente para o mar, em frenesi, impactada com alguma coisa, pois ela nem sequer retirava o foco.

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