Capítulo 1

643 46 13
                                    

Juliana

Parecia loucura estar dentro de um avião indo para a cidade do Rio de Janeiro, não em meio ao caos que encontrava minha vida, os pensamentos desajustados que não paravam de sair da minha cabeça. Contudo, mal acreditava que finalmente ia conhecer a cidade maravilhosa, e a minha felicidade não se dava exclusivamente nisso, mas sim em visitar meu irmão nas férias de final de ano, pois não o via há sete anos.

Apesar da confusão dentro de mim, e sendo bem sincera estava cheia de expectativas ao estar em lugar totalmente recluso ao que pertencia. Torcia mentalmente para não me meter em mais nenhum alvoroço e, na verdade, bem no fundo sentia boas vibrações, como grandes coisas.

Após uma longa viagem da Argentina até o Brasil, o voo aterrissou e todos a minha volta começaram a desembarcar. Peguei minhas malas no setor de despacho, seguindo pela escada rolante, vejo ao longe um homem alto, musculoso e muito, muito gato com uma plaquinha escrito "Jujuba". Um largo sorriso surgiu em minha face, não o via há tanto tempo e ali ele estava com os seus olhos brilhando, exatamente como os meus, era ele, o meu querido irmão. Deixei as malas na primeira oportunidade que encontrei, corri em sua direção.

– Que saudades Alex. – falei pulando em seu pescoço para um abraço apertado.

– Nem acredito que está aqui. Você veio mesmo! – ele me encarou. – Olha só você, quando se tornou essa mulher linda? – via em seus olhos a sinceridade estampada com tamanho orgulho misturado na saudade.

– Sempre fui linda meu irmão! – sorri com o ar dizendo que não era mais uma garotinha assustada.

Alex me encarou de cima a baixo.

– Ok! Mas agora parece uma mulher de verdade. – ironizou.

– Uau Alex, você não é mais um magricelo! – olhei para Alex com a mesma intensidade de ironia e caímos na gargalhada.

Abraçamos-nos novamente deixando a brincadeira de lado e matando aquela enorme saudade que por anos gritava em nossos corações. A verdade era mesmo o fato de que os corpos calorosos sobrepuseram todas as vezes que falávamos por uma tela de celular. Alex pegou minhas malas deixadas naquele piso de aeroporto e seguimos para o seu carro, uma linda HB20 cinza.

Com certeza meu irmão deve ganhar bem! Pensei feliz por vê-lo conquistando sua vida tão almejada.

Nunca questionei as escolhas de Alex, era o inverso, sempre apoiei suas vontades, confesso que sentia de certa forma um pouco de inveja, por ele ser sempre determinado em suas escolhas ao contrario de mim que sucumbia nas duvidas em pontos específicos da vida.

Alex morava em uma república desde a época de faculdade, eram amigos que em um segundo estavam estudando e no outro já haviam formados. O observei por um momento naquele volante, ele realmente estava muito feliz. Tínhamos ido o caminho quase todo falando de seus amigos, de como eram diferentes, das bagunças, Alex parecia mesmo preparar o terreno para mim, alguém que nunca teve uma experiência desse tipo, ele literalmente dizia não se assuste se vir algo fora do comum.

Enquanto ele tagarelava sobre as situações inusitadas que pudesse presenciar, parei de escutá-lo encarando a beleza surreal daquela cidade. Não era apenas a obra de arte que o todo poderoso desenhou, mas a energia que as próprias pessoas desconhecidas transmitiam. Até entrarmos em um condomínio em Copacabana, parecia aconchegante pelo que pude notar. Também de frente para a praia e consequentemente para o mar seria impossível não achar um máximo.

Havia conhecido outros países, mas nunca estive no Brasil, quer dizer, não o tempo que me entendo por gente, somente quando nasci e logo nossos pais se alocaram na Argentina, desde então ainda não tinha vindo ao país no qual tenho origens.

República do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora