Capítulo 4

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Rafael

Fazia dias que não aparecia na república, estava estressado demais com a demanda do trabalho, além de precisar dar atenção a minha irmã mais nova. Passei alguns dias na casa do meu pai tentando me encontrar novamente, a turma seguia preocupada mesmo que informasse estar tudo bem, quando na verdade o esgotamento mental me corroía aos poucos.

Cloe me passou uma mensagem avisando de uma pequena social no apartamento. Quando vi corri para o mesmo a fim de trancar o meu quarto, não queria pessoas indesejadas usando o mesmo, pois tinha conhecimento de que nenhuma festa na república era considerada pequena, somente na boca deles, porque na realidade era ao contrário.

Havia mesmo bastantes pessoas, mas consegui entrar sem ser percebido, afinal, a minha única preocupação naquele momento era não deixar nenhum enxerido adentrar no meu quarto. Se tinha uma coisa que odiava nessa vida era bagunça, especialmente nas minhas coisas.

Entrei no meu quarto, dei de cara com uma linda mulher esparramada na minha cama, a encarei confuso. Contudo, lembrei que a mesma em hipótese alguma possuía o direito de estar ali, por isso, tratei de expulsá-la, mesmo sentindo um frio na barriga, principalmente quando senti sua pele macia em contato com as minhas mãos. Todavia, não me permitia sentir tais sensações, havia bloqueado muitos sentimentos da minha vida, achava burrice deixar eles intactos após tantas decepções que a vida foi capaz de jogar em cima de mim.

Quando me dei conta da situação ao qual o meu quarto estava, meus olhos vasculharam a desordem ao qual ele se encontrava. Roupas espalhadas, sapatos jogados, malas abertas, maquiagem despejadas em minha mesinha, parecia um caos completamente.

– Que droga! Olha só essa bagunça toda! – falei a mim mesmo.

Olhei o banheiro, toalha molhada estendida, secador em cima da bancada, até mesmo peça íntima feminina. Alguma coisa estava fora do eixo, de certeza alguém devia explicações, em pensar nisso mal dei espaço para que a linda garota pudesse me explicar se é que soubesse de algo ou encontrava-se ali ara fugir da festa. Entretanto havia uma pessoa que devia explicações para mim, por isso, saí do quarto à procura do Alex.

– Alex? – ele estava conversando com uns colegas de universidade.

– Você veio! – ele tocou em meu ombro.

– Dá para me explicar que furacão passou no meu quarto? – era visível o meu estresse.

– Então já a conheceu? – perguntou com um sorriso em sua afeição.

– Conheceu quem? Quem você alojou em meu quarto? – estava chateado pela falta de consideração em não pedir a minha permissão para incluir mais alguém na república, especialmente no lugar que era meu, o meu quarto.

– Não se estressa! – pediu.

– Colocou alguém no meu quarto? – minha cabeça começou a pipocar de dor.

– Você vai adorá-la! – sua fisionomia mudava toda vez que citava a tal pessoa, podia acreditar que era alguém muito especial a ele, pois nem mesmo Cloe conseguia fazer Alex demonstrar os sentimentos com tanta frequência.

– Quem é Alex? – perguntei.

– É a minha irmã, você a viu?

– Não! Apenas as coisas espalhadas por todo o quarto. – informei.

– Avisei você que ela viria. Calma aí! Vou apresentar vocês! – disse saindo à procura da irmã.

Ele realmente havia informado que a irmã mais nova viria visitá-lo nas férias de final de ano, mas não possuía conhecimento que a mesma estaria hospedada na república. Alex era assim, omitia algumas coisas para não deixar ninguém chateado, achava péssimo, pois sempre gostei de deixar tudo claro, porém, o compreendia perfeitamente em coloca-la no meu quarto, afinal, a minha pessoa estava ausente no apartamento e mesmo que estivesse vindo todos os dias, ainda possuía uma vaga disponível.

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