Juliana
Era estranho sentir atração física por alguém, mesmo porque o meu julgamento em uma pessoa não era firmada na beleza, e sempre nas qualidades. Entretanto, aquele homem, possuía um ar de potência, como se não precisasse de mais nada nesse mundo. Provavelmente estaria enganada, pois ultimamente tenho dado algumas erradas, mas uma coisa tinha na certeza, era aquela típica beleza de um homem brasileiro.
– Opa! – falei ao vê-lo se esbarrar em mim.
– Desculpe, estou com pressa, não vi você! – disse colocando os olhos em mim.
– Sem problemas!
O mesmo me encarou dos pés a cabeça, meu rosto começou a queimar de vergonha e, acreditava que minhas bochechas estavam coradas. Uma constrangedora sensação, mas respirei fundo desviando de todo aquele olhar pecaminoso.
– Será que posso? – fiz um gesto para que ele pudesse sair da minha frente e abrir caminho.
– Claro, desculpe novamente! – ele abriu um largo sorriso me fazendo tremer as pernas.
Duas desculpas em um único dia não me parecem ser à toa! Pensei. Outra coisa estranha era estar pensando nesse tipo de coisa.
– Você é nova aqui? – puxou assunto assim que passei.
– Boa observação, mas estava com pressa não é mesmo? – meu sorriso apareceu.
– Está certa! Eu sinto muito mesmo... – ele me encarou nos olhos. – Pelo encontrão! – concluiu.
Homens e suas desculpas. Precisava sair mesmo dali, pois boa coisa não estava se gerando. Segui meu caminho rindo para mim mesma em seguida balancei a cabeça em negação. O que exatamente estava acontecendo comigo? Aquele tipo de flerte não devia acontecer, especialmente de minha parte que veio ao Brasil para fugir de problemas e não entrar em mais um, mesmo que o cara seja bonito e encantador.
Vi o porteiro no saguão do condomínio, o mesmo me encarou acenando, parecia educado. Ao sair vi um belo jardim com uma pracinha infantil, algumas crianças brincavam e os adultos as observando. Sentei-me em um dos bancos sentindo a brisa fresca elevarem os meus cabelos compridos, porém, não era nada igual ao que havia sentido na Argentina, não estava quente, mas sentia o calor do Brasil, algo que nunca aconteceu antes, em qualquer outro país.
Alguns minutos observando o lugar peguei meu celular para tirar algumas fotos e mandas aos meus país, assim que fiz, observei as horas e parecia tarde demais para alguém que disse não demorar.
– Puts! Está tarde, Alex vai me matar. – disse a mim mesma.
Andei depressa para não ter que ouvir um sermão do meu irmão, principalmente na frente de pessoas desconhecidas, nem me dei ao trabalho de pegar o elevador, subir correndo as escadas de emergência. Assim que cheguei ao andar tentei buscar o fôlego que havia ficado entre as escadas, respirei algumas vezes e por fim entrei no apartamento. Alex não parecia nem um pouco preocupado com a minha demora, pois estava sentado no sofá vidrado em uma partida de futebol.
Ufa! Minha mente logo me tranquilizou. Alguns olhares me encaram, então para disfarçar a falta de ar abri um pequeno sorriso.
– Perdi a hora, está tão tarde assim? – minha voz saiu um tanto ofegante.
– O quê? – questionou Cloe da cozinha espaçosa que era acoplada próxima a sala.
Ela de certeza não havia entendido, afinal, meu irmão escutava o jogo em uma altura estrondosa naquela sala. Foi então que vi um rapaz sentado na mesa próximo a Cloe. Nossos olhares se cruzaram, observei um brilho diferente em seu olhar, galante com toda certeza. Ele abriu um enorme sorriso charmoso me mostrando simpatia.
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República do Amor
RomanceJuliana é uma menina mulher doce, meiga e cativante que descobre o amor da maneira mais difícil, em meio ao ódio e oposto do que imaginaria. Quem nunca amou aquele que dizia odiar? Amor e ódio andam lado a lado, em meio as suas perguntas Juliana se...