Juliana
Mostrar a fragilidade era a transparência existente em mim, sempre me considerei emotiva demais, deixava o meu sentimental falar mais alto. Sinceramente na maioria das vezes fazia questão que ele transparecesse, afinal, acreditava que quanto mais ele flui dentro de nós mais sabemos o que realmente sentíamos naquele momento. Por isso, que deixei as lágrimas derramarem em meu rosto, aliás, sentia-me confortável o suficiente nos braços do grosseiro Rafael Lohan e mesmo que possuíssemos as diferenças, ele ainda parecia ser o suficiente pra mim naquela situação.
Ajeitei-me no banco observando que a paisagem finalmente começava a mudar, em vez de vermos arvores e comunidades rurais, passamos a ver a cidade. O silêncio continuava reinando dentro do veículo, o ambiente não parecia nada confortável, principalmente pela intuição em sentir que existia algo a mais em nosso meio. Assunto esse que foi sanado no instante que enxerguei as faíscas.
- Falta muito para chegarmos? - perguntei impaciente.
- Não! - respondeu sem prolongar.
- Tem certeza que pegou o caminho certo? - questionei puxando assunto para não ficar mais no silêncio ensurdecedor.
- Você não sabe o significado de paciência. - o encarei e aquele sorriso encantador havia aparecido novamente.
- Só não lembro o quanto demorava! - fui sincera observando a rua.
- Não se preocupe, não possuo intenção de sequestra-la! - informou.
Revirei os olhos com aquela idiotice enquanto Rafael sorriu mais uma vez. Alguns minutos após aquela conversa, Rafael estacionou o carro.
- Chegamos! - avisou.
- Aqui não é o apartamento! - olhei ao redor e nem de longe parecíamos ter realmente chegado.
- Boa observação. - ele riu.
- Qual é a sua? - perguntei tentando entender o que ele estava fazendo parando em outro lugar.
- Vem comigo, vai ver! - falou saindo do carro empolgado. - Não vai descobrir sentada aí dentro! - alfinetou.
Enquanto saia do carro vi o lugar para qual ele havia me levado, era o bondinho no Pão de Açúcar, um dos mais visitados pontos turísticos do Rio de Janeiro. Rafael estava em frente à bilheteria, porém, percebi que pelas horas o lugar provavelmente havia encerrado o funcionamento.
- Acredito que está fechado! - falei um pouco mais alto para que ele pudesse ouvir.
- Está! - respondeu tranquilamente.
- Então vamos embora! - o chamei dando meia volta para entrar novamente no carro.
- Não, nós vamos entrar! - disse vindo ao meu encontro.
- Você enlouqueceu? - o olhei surpresa. - Não quero parar em uma delegacia por suas imprudências, mesmo que possua um irmão advogado! - completei.
- Ninguém vai parar no xadrez por visitar o Pão de Açúcar. Nossa entrada está liberada! - informou.
- Como conseguiu? - sorri.
- Vem. - chamou sem me responder. - Se demorarmos mais um pouco aqui você vai perder a melhor vista da cidade. - ele me deu passagem mostrando o caminho que devíamos seguir.
A sensação de subir no bondinho era impactante demais para não mostrar o quanto havia gostado daquele passeio. Conforme subíamos entre um bondinho e outro via à vista magnifica que pintava o céu, até finalmente estarmos no topo e ali encontrar a perfeição divina.
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República do Amor
RomanceJuliana é uma menina mulher doce, meiga e cativante que descobre o amor da maneira mais difícil, em meio ao ódio e oposto do que imaginaria. Quem nunca amou aquele que dizia odiar? Amor e ódio andam lado a lado, em meio as suas perguntas Juliana se...