$ting.

672 84 199
                                    

Oie, Bom dia!!

A música titulo de hoje é $ting, do The Neighbourhood.


Uma semana havia passado desde a morte de Zé Luiz.

Várias pessoas compareceram para a missa de sétimo dia, e Bianca observou Rafaella tentar consolar uma inconsolável Manu. Sentia um aperto no peito a cada vez que ouvia um dos soluços da menina, que considerava aquele homem praticamente um pai.

Não era segredo para ninguém que Rafaella nunca gostou de Zé Luiz, mas entendia a dor da amiga. Ele era a única família que ela tinha.

Ao fundo, na última fileira, Marcela observava a cerimônia entediante. Estava ali apenas pelo álibi, e sabia disfarçar isso muito bem. Ela havia nutrido o rancor por tanto tempo que seu coração congelou de forma praticamente irreversível. E aquilo havia ser espalhado pelo resto do seu corpo, também.

Mas agora tinha paz. Finalmente paz. Estava livre daquele peso suportado por tantos anos, aquilo que praticamente lhe impedia de ter qualquer tipo de contato aprofundado com as pessoas. Sentia-se bem.

Bianca tinha um nó perfeitamente atado na própria cabeça. O corpo de Zé Luiz não tinha nenhum vestígio de violência, e aparentemente estava sozinho. Aparentemente. A morena confiava o suficiente em sua intuição pra saber que havia muito mais do que a cena mostrava.

Ele tomava vinho antes de morrer, sabia disso. A taça vazia sobre a mesa denunciava isso. Entretanto, seus olhos estavam tão fixos no lado esquerdo do altar que chegava a ser perturbador.

- Tudo bem?

Rafaella perguntou, fazendo a namorada assustar-se brevemente.

- Tudo, só estava pensando. Onde está Manu?

Rafaella suspirou.

- Foi descansar. Dispensou o almoço outra vez.

Bianca apertou a mão da namorada.

- Eu sinto muito.

Rafaella sorriu brevemente antes de beijar-lhe a testa.

- Eu também. Vamos?

- Vamos.

Saíram da igreja em silêncio, da mesma maneira que haviam entrado. A cabeça de Bianca ainda fervilhava, e Rafaella nada disse, também. Entraram no carro da morena.

- Está com fome?

Rafaella perguntou, enquanto colocava o cinto.

- Sim, mas vamos parar em algum lugar. Esqueci de fazer compras essa semana.

- Onde?

- Não sei, nada muito refinado, eu realmente estou com fome.

Bianca disse, e Rafaella assentiu. Seguiram até o Slow's BBQ e desceram, logo achando uma mesa e fazendo seus pedidos.

- Você acha que a morte dele possa ter sido provocada?

A morena questionou, enquanto mordia uma das batatas. Rafaella franziu o cenho, enquanto mastigava seu sanduíche.

- Pelo que eu saiba ele estava sozinho quando acharam ele, e você mesma disse que não haviam indícios de outra pessoa lá.

- Eu sei, é só que eu sinto como se não fosse só isso, sabe?

Rafaella tomou um gole do refrigerante, enquanto observava a namorada morder seu sanduíche.

- Você acha que ele pode ter sido assassinado?

Detroit (Rabia Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora