Diet Moutain Dew.

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Oiee, Bom dia.

A música título de hoje é Diet Moutain Dew, da Lana.

Capítulo dedicado para a Kath, que na bad. Animação bebê




Rafaella sentiu os dentes baterem uns contra os outros enquanto andava pela rua. A chuva era fraca, mas ela estava encharcada.

Planejava passar o dia com Bianca, já que ela havia libertado Laura, e Rafaella não conseguia pensar em outra forma de retribuição que não fosse essa. Esse era o único motivo pelo qual havia ido até a casa dela.

Não era?

A bela mulher franziu o cenho. Para ser honesta, nem sabia o porquê de ter ido parar justamente na porta dela, ainda mais no meio de uma tempestade. A sua última lembrança era de estar junto a Daniel, rindo e falando alto sobre alguma besteira e depois tudo era um monte de borrões.

Bianca a irritava. Irritava como um cão que não para de latir, ou uma criança que não para de chorar. Rafaella não poderia dizer que a odiava, porquê não era verdade, mas em quase cem por cento do tempo a repudiava como Lúcifer repudia uma cruz. Era algo extremo. Ao mesmo tempo que tinha vontade de manda-la ao inferno, tinha vontade de, bem, beija-la.

O que Rafaella tentava socar no fundo da sua cabeça, era que quando não repudiava Bianca, a queria perto. Muito perto. Adorava a maciez dos lábios dela, e o modo como eles se abriam para deixar um gemido baixo escapar. Adorava os cabelos negros e longos dela, e o modo como ela sempre lhe marcava de forma possessiva quando transavam. Nunca admitiria, mas achava sexy.

E os olhos dela.

Os olhos dela eram as coisas mais misteriosas que havia visto em toda a sua vida. Por vezes eram frios como só plutão poderia ser, e por outras vezes, eram tão quentes que pareciam carregar o inferno dentro de si. Num geral, eles eram frios, calculistas, entretanto, havia algo ali. E se pudesse chegar perto o suficiente, perceberia que havia ali algum tipo de selvageria atípica. Como se uma fera fosse guardada ali. Era irônico que justo Bianca e sua habitual algidez pudesse guardar algo tão demasiado no seu íntimo.

Suspirou e andou até o meio do campus martius, sentando-se na grama verde daquela praça. Já era fim do crepúsculo e a chuva já havia passado quando ela apoiou os braços nos joelhos. Não haveria nenhum evento ali naquele dia, e Rafaella agradeceu aos céus por isso.

Enfiou a mão no bolso da calça e retirou uma carteira de cigarros, suspirando frustrada ao constatar que estavam encharcados. Os atirou longe, antes de voltar os olhos para a grama.

- Dia difícil?

Ouviu, e levantou a cabeça, vendo Rod com seu habitual sorriso sarcástico. Ele lhe ofereceu um cigarro, o qual ela aceitou de bom grado.

- Horrível.

- Posso sentar ou a senhorita ainda repudia minha presença?

Ironizou, fazendo Rafaella rolar os olhos.

- A praça é pública. Tem fogo?

Questionou, enquanto via o homem se sentar.

- Eu sempre tenho.

Ele disse, com um sorriso jocoso que fez Rafaella rir, pela primeira vez no dia.

- Isso foi nojento.

Ela disse, enquanto acendia o cigarro com um dos vários isqueiros que Rod carregava consigo. Ele riu.

- Então, menina Rafaella? Qual o problema?

Detroit (Rabia Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora