Perfection.

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Foi aqui que pediram um drama? Haha

Estamos de capa nova. Quezia arrasando de novo


A música titulo de hoje é Perfection, na versão do Clint Manssel. Mas vocês podem achar o original na versão do Tchaikovsky também.




Eric fitou os papéis a sua frente. A garrafa de whisky jazia vazia sobre o carpete de seu escritório, assim como sua gravata.

Sabia que ela seria liberada naquela manhã, e sabia também que o julgamento seria realizado dali a dois dias. Era sua função representa-la, mas a verdade era que não conseguiria observar-lhe a face sem transformar-se num rompante de lágrimas.

Bianca havia sido o grande amor de sua vida, mas a verdade é que só existia um grande e doloroso vácuo onde Eric acreditava ser repleto com a mesma ternura da face de seus dezesseis anos, quando a viu pela primeira vez, há quase dez anos no passado.

A verdade doía como nunca. Bianca nunca o havia amado, era apenas a ilusão de um fremito não compartilhado. Uma vibração solitária, um som seco, hostil.

Seu coração parecia ter sido quebrado de tantas maneiras que os cacos espalhavam-se dentro de si, e tudo doía. Eric nunca havia experimentado algo tão dilacerante quanto aquela sensação.

Aquela menina, aquele pequeno ser de luz carregava também a escuridão dentro de si. A escuridão que acabava de lhe destruir completamente.

Não havia, ali, motivo nenhum para continuar existindo.

Desceu as escadas em passos débeis, pegando a chave de seu carro na bancada e seguindo até o mesmo. Entrou, acelerando com toda o frenesi de seu desespero, sem saber que era observado, ao longe, por Bianca.

O taxi já havia ido embora quando a morena gritou o nome de Eric, mal sendo ouvida. A noite sem estrelas era impiedosa quando Bianca deixou a mansão dos Dane em disparada, rezando para qualquer Deus existente para conseguir chegar a tempo.

Discou o número de William, sentindo a agonia tomar conta de si. Ninguém parecia saber sobre o paradeiro de Eric, e aquilo a estava sufocando ainda mais. Precisava encontra-lo.

Pediu para que Miguel o rastreasse, e quando recebeu as coordenadas exatas, acelerou ao ponto de ultrapassar todos os sinais vermelhos que via. Todos haviam se transformado em borrões.

Quando Bianca finalmente chegou até a ponte Ambassador, pôde ver a imagem que jamais esqueceria em toda a sua vida.

Eric estava em pé na parte externa da estrutura de proteção, agarrando-se às vigas. O vento forte batia contra seu rosto, bagunçando o seu cabelo, tão habitualmente arrumado.

Bianca largou o carro de qualquer maneira, ouvindo buzinas e xingamentos atrás de si. Mas não se importou, não naquele momento.

Eric observou o rio correr abaixo de si. Estava determinado no momento em que saiu de casa, mas ver aquele rosto sempre era o seu bálsamo. Sempre era o abraço terno dentro da escuridão.

- Eric! Por favor, não!

Bianca implorou, mas ele nada fazia além de fita-la. As lágrimas grossas escorriam por seu rosto, e naquele momento, o aglomerado de pessoas começava a se formar. Era a última coisa que Eric queria naquele momento.

Ele fitou Bianca. O rosto dela já estava banhado em lágrimas assim como o seu. Doía como o inferno, mas Eric sabia que nunca poderia viver em um mundo em que ela não fosse sua.

A amava. Bianca havia sido o amor de toda a sua vida, e Eric sabia que a amava desde o momento que a havia visto. Tinha sido amor à primeira vista, à última vista, às vistas de todo o sempre.

E então como o que sentia dentro de si, o vácuo lhe acolheu como um velho amigo. A morte lhe enlaçou com a calmaria contrária de seu coração destruído pela única pessoa que poderia uni-lo novamente.

Eric aceitou seu fim de braços abertos, silenciosamente e de forma indolor. A morte, afinal, havia sido muito mais piedosa do que o amor.

Bianca caiu em seus joelhos no chão. Inconsolável, destruída, repleta pela culpa que sentiria por toda uma vida. Tudo era silêncio, tudo era dor.

William e Giovanna chegaram a tempo de ver tudo, mas ali não havia espaço para nada além do arrebatador choque pela perda.

O corpo de Eric foi achado um pouco mais de um dia depois. Sua morte foi destaque na imprensa, e mais uma vez o nome de Bianca foi citado inúmeras vezes, a viúva de Eric Dane.

Apenas Bianca sabia o porquê Eric havia se entregado a morte, e levaria aquele segredo consigo pelo resto da vida. Deveria ao menos o respeito a ele.

Eric foi velado e sepultado sucintamente. Família, amigos próximos e apenas isso. Uma chuva fina se estendia enquanto o túmulo foi deixado aos poucos, um a um. Bianca foi a última a ficar.

No momento em que saiu, pôde finalmente dar o luto a quem havia perdido a única pessoa que foi capaz de amar.

Marcela ajoelhou-se em frente ao túmulo do grande amor de sua vida, e ali, chorou todas as lágrimas que pertenciam a ele.

E apenas a ele.


Pesado né caras...

Mas vamos conversar, o que vocês acham dessa atitude do Eric?

O que pensam sobre o amor que ele sentia pela Bianca?

E a Marcela, merecia a chance de viver um amor com ele, mesmo ele amando outra pessoa?

Vou começar a reestruturar os dois últimos capítulos, então logo mais eu apareço por aqui!!

Enquanto isso vão ler uma fic gostosinha, AS FOLHAS DO OUTONO disponível aqui no meu perfil hahahaha

Detroit (Rabia Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora